Associações esperam que instabilidade geopolítica tenha impacto nas operações

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23-05-2025

# tags: Eventos , Associações

Um estudo do The Hague & Partners Convention Bureau e da ESAE revela que as associações esperam que a instabilidade geopolítica tenha impacto nas operações.

No estudo, o The Hague & Partners Convention Bureau e a European Society of Association Executives (ESAE) exploram a forma como a instabilidade global está a moldar o futuro das associações e das organizações sem fins lucrativos.

O inquérito, que recebeu 103 respostas, das quais 99 foram incluídas na análise final, mostra como as associações de todo o mundo se estão a adaptar – ou a lutar para se adaptar – às crescentes pressões globais, incluindo a instabilidade política, o aumento do populismo e ambientes regulamentares e operacionais mais rigorosos.

E num cenário global cada vez mais volátil, 88% das associações e organizações sem fins lucrativos inquiridas acreditam que a instabilidade geopolítica vai ter impacto nas suas atividades e 85% afirmam que já teve.

Enquanto 14% das organizações dizem não estar preparadas para o atual impacto geopolítico, 72% afirmam estar apenas um pouco preparadas, sendo que apenas 13% consideram que estão bem preparadas – um facto que sugere uma preocupação generalizada com a resiliência e a agilidade face a mudanças rápidas.

“As associações estão, cada vez mais, a navegar num ambiente geopolítico complexo, com a instabilidade a deixar de ser um fator externo para passar a ser uma realidade incorporada”, afirma Bas Schot, diretor do The Hague & Partners Convention Bureau, em nota de imprensa.

E acrescenta: “A nossa pesquisa revela não só preocupação, mas também um claro apelo à ação – as associações têm de duplicar a governação, o alinhamento da missão e a comunicação estratégica se quiserem resistir ao que está para vir.”

A ascensão de partidos e movimentos populistas também ocupa um lugar de destaque na lista de preocupações, já que 77% dos inquiridos consideram que tem impacto nas suas organizações. A saber que 30% classificaram a sua preocupação como 4 ou 5 em 5 no que respeita à influência que o populismo pode ter na composição e decisões dos seus conselhos de administração.

E em resposta a estes riscos 81% dos inquiridos garantem estar a reforçar o seu foco na missão e nos valores fundamentais; 63% estão a dar prioridade a políticas de governação mais fortes; e 61% estão a trabalhar no sentido de uma representação mais diversificada nos conselhos de administração para equilibrar as perspetivas.

“As associações têm de evoluir estrutural e estrategicamente”


Embora 83% acreditem que as lições aprendidas com crises passadas, como a pandemia de covid-19 e a crise financeira mundial, estão a ajudá-los na sua reação atual, 42% afirmam que continuam a existir lacunas de conhecimento críticas.

“Este estudo sublinha o facto de os desenvolvimentos geopolíticos já não serem tangenciais para a liderança das associações – são centrais. As associações têm de evoluir estrutural e estrategicamente, não só para se manterem relevantes, mas também para continuarem a ser forças de mudança positiva na sociedade. Os conhecimentos fornecem um roteiro valioso para essa jornada”, afirma Ioannis Pallas, diretor-geral da ESAE.

Apesar de 27% dos inquiridos terem afirmado que a instabilidade política perturbou diretamente a sua capacidade de organizar eventos na Europa, 28% já transferiram os seus eventos para regiões politicamente mais estáveis – um sinal precoce do que poderá tornar-se uma tendência significativa no planeamento da localização de eventos, explica o The Hague & Partners Convention Bureau.

Este estudo marca a primeira publicação dos resultados de um estudo mais alargado. Vai seguir-se um livro branco detalhado, que vai explorar a investigação e as respostas com maior profundidade, juntamente com os desafios interligados da geopolítica, comunicações, tecnologia e resiliência da associação.