Gevme: experiências aprimoradas e eventos mais inclusivos

Entrevista

05-12-2025

# tags: Inteligência Artificial , Eventos , IT&CM Asia , Feiras , Tecnologia

A Gevme foi a parceira tecnológica de IA da IT&CM Asia 2025 e falou à Event Point sobre a importância de os eventos abraçarem a tecnologia.

Não é novidade que a tecnologia já está integrada no universo dos eventos. Mas o que é preciso ter em conta é que esta está em constante evolução para ajudar na criação de melhores experiências para os participantes e que a indústria deve acompanhar as mudanças.

“Acho que a tecnologia está no centro do sucesso de qualquer evento”, afirmou Jorlyn Chew, da Gevme, no decorrer da IT&CM Asia. “Estamos em 2025 e é importante abraçar a tecnologia, seja para inscrições, para dados, seja para o que quer que os oradores estejam a falar, os computadores que usam durante as suas apresentações… Os dados evoluíram muito desde 1997, quando usávamos folhas de Excel, certo? Agora, podemos simplesmente usar o ChatGPT para fazer as folhas de Excel por nós. Nem precisamos de saber usar o Excel”, acrescenta.

Para Jorlyn Chew, em eventos também é preciso “evoluir para abraçar o panorama em constante mudança da tecnologia”, já que “os eventos permaneceram tradicionais por muito tempo”.

A responsável assume que os eventos criam uma “conexão especial”, permitem que as pessoas conversem cara a cara e que isso é insubstituível, pois “vemos os seus sorrisos, as suas reações, os seus sentimentos, o que elas realmente estão a mostrar” – é importante não esquecer isso.

Contudo, a tecnologia é um bom complemento. “É sempre uma combinação muito boa, essas duas coisas maravilhosas que são a tecnologia e os eventos. Ambas são igualmente importantes para o contacto cara a cara”, refere, adiantando que a tecnologia é útil, se usada corretamente.

Como melhorar a experiência dos participantes


A utilização de uma plataforma única, que permita interação entre os participantes e gamificação no recinto da feira, por exemplo, “torna toda a experiência mais simplificada”. A plataforma de eventos da Gevme é omnicanal. “Não só fazemos o registo, como também criamos aplicações que permitem personalizar a experiência do participante. E, claro, temos o Snapsight e o Spark”, aponta.

“Portanto, com todo este conjunto de produtos, não estamos a remover o evento da equação, mas estamos a incorporar IA para que ele se torne parte da sua experiência e a torne melhor. Assim, com a IA, não removemos a interação física, mas, na verdade, a aprimoramos”, garante.

Para Jorlyn Chew, tudo isso ajuda a tornar um evento mais inclusivo e dá o exemplo do Snapsight. “Se eu tiver uma deficiência auditiva ou de fala, ainda assim posso participar da sessão, porque não consigo ouvir, mas posso ver e ler o conteúdo que está a ser gerado através do texto ao vivo. E digamos, por exemplo, que não é o meu idioma, posso mudar o idioma e isso ajuda-me a entender o que está a acontecer”, explica, acrescentando que a tradução pode ser feita em mais de 75 idiomas.

Jorlyn Chew considera que “as aplicações de eventos em si são muito importantes” e que dentro delas podem ser colocadas várias coisas que permitem melhorar a experiência. Nas aplicações podem ser colocados orientadores, por exemplo, especialmente se o recinto do evento for grande. A Gevme coloca um mapa do evento, vinculado ao Google Maps, que direciona o participante para o lugar certo, distinguindo o primeiro do segundo ou terceiro andares.

Há ainda a tendência de mudar os formatos em papel, quando é necessário colecionar selos, para gamificação, onde se digitalizam códigos QR e se podem resgatar prémios, de forma a que isso seja rastreável. “Assim sabemos quem digitalizou o código QR e quem já resgatou o prémio”, explica.

Um chatbot pode ajudar os participantes a responder a perguntas relacionadas com o evento. “Digamos, por exemplo, que eu tenho um evento de cinco dias, mas não sei o que vai acontecer no terceiro dia. Então, posso perguntar ao chatbot”, que vai extrair os dados das páginas e responder. É algo que os participantes podem fazer, “mas isso levaria mais tempo; teriam de percorrer todas as páginas para descobrir a que horas é a sessão, mas basta perguntar”, conta Jorlyn Chew, que adianta que o chatbot “também pode contar piadas se o participante estiver triste”. Além disso, com o Snapsight, o participante também pode perguntar o que aconteceu durante uma sessão de conhecimento e sobre como pôr essas informações em prática.

Segundo Jorlyn Chew, as pessoas percebem a importância de se relacionarem e de não perderem essa ligação e todo o conhecimento adquirido. “Não vamos aos eventos apenas para aparecer ou somente para obter uma assinatura no papel. Mas é para garantir que recolhemos informações, que nos educamos e aprendemos como implementar todas essas coisas novas no próximo evento”, concluiu.


*A jornalista viajou a convite da IT&CM Asia 2025

© Maria João Leite Redação