Unir para transformar: o poder do associativismo no setor dos eventos

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Kevin Barardo

Num país onde o tecido empresarial dos eventos, congressos e animação turística é composto maioritariamente por pequenas e médias empresas, a capacidade de transformação coletiva é, muitas vezes, subestimada.

No entanto, os últimos anos vieram provar que o associativismo, quando é exercido com proximidade, conhecimento de causa e coragem para defender posições, pode ser muito mais do que um fórum de lamentações – pode, de facto, mudar o rumo do setor.

O balanço do trabalho da APECATE nestes tempos recentes é revelador

Atravessámos uma pandemia que fechou portas, suspendeu negócios e colocou em causa a sobrevivência de centenas de operadores. Foi o associativismo, através de um canal de diálogo permanente com o Governo e com Entidades Regionais, que permitiu que o setor dos eventos não fosse totalmente esquecido nas medidas excecionais de apoio.

Foram noites sem dormir, circulares enviadas a explicar novas regras, sessões de esclarecimento e um intenso trabalho de bastidores que raramente chega às primeiras páginas, mas faz toda a diferença.

Conquistas concretas não faltam

A luta pela justiça fiscal, com o IVA dos eventos finalmente reconhecido como dossier prioritário; a consolidação do Selo de Qualidade, que hoje distingue empresas e impulsiona padrões mais elevados; ou o desenho de qualificações inovadoras em parceria com universidades, promovendo a profissionalização de técnicos e gestores – são resultados que se traduzem em benefícios palpáveis para quem está no terreno.

Mais ainda: a capacidade de resolver problemas práticos, como a mediação junto das autoridades em situações de concorrência desleal, ou o acesso a protocolos vantajosos com fornecedores e seguradoras, demonstra que o valor da associação está na resposta direta às necessidades dos seus membros.

As lições da pandemia não podem ser desperdiçadas

Aprendemos que a resiliência coletiva nasce do compromisso de cada um. Que só a voz unida de um setor garante reconhecimento e respeito, tanto junto do poder político como da opinião pública. E que o futuro, embora incerto, será sempre mais promissor se for construído em rede, partilhando desafios e soluções.

Hoje, o setor precisa, mais do que nunca, de associativismo ativo. Precisa de empresários dispostos a contribuir, a partilhar experiências e a exigir mais, não apenas para si, mas para o coletivo.

O convite é claro: juntem-se, participem, façam ouvir a vossa voz. Só assim poderemos continuar a transformar desafios em conquistas e a garantir que o setor dos eventos e animação turística se mantém, não à margem, mas no centro da estratégia nacional para o turismo e a cultura. O futuro faz-se juntos. E juntos, fazemos mais e melhor.