5,00 € JUL, AGO E SET DE 2024 TRIMESTRAL NÚMERO 51 ANO XII COOL SPONSORS GRANDE ENTREVISTA: NUNO SANTANA JANTAR DOS EVENTOS FOI “UM SUCESSO” EXPERIÊNCIAS EM ESPAÇOS DE ENOTURISMOPROPRIETÁRIO Estação Livre, Comunicação NIF: 508135648 Rua da Ribeira s/n, Valcovo 6420‑510 Moreira de Rei | Portugal Tel: 221 113 202 | info@eventpointinternational.com www.eventpoint.pt SEDE DO EDITOR Rua da Ribeira s/n, Valcovo 6420‑510 Trancoso | Portugal GERÊNCIA Rui Ochôa CAPITAL DA EMPRESA Cláudia Sousa (100%) SEDE DA REDAÇÃO Av. D. Afonso Henriques, 1462‑ Ed. 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Consequentemente, não podemos ser responsabilizados por qualquer informação incorrecta que se possa verificar. 05 Editorial 06 GRANDE ENTREVISTA: NUNO SANTANA 22 Eventos sustentáveis: como e porquê?, por Tiago Barquinha 28 DOSSIÊ TEMÁTICO: EVENTOS E EXPERIÊNCIAS EM ESPAÇOS DE ENOTURISMO 36 QSP Summit 42 Vida de eventos: Ana Gonçalves, Filinto Francisco e Jorge Melo Braga 54 Reconhecer ou não ser, por Renata Amaral 58 Espaço APECATE 62 Espaço APorEP 68 JANTAR DOS EVENTOS 72 Venues: Novo auditório da Alfândega do Porto 74 Passaporte português: Rita Costa 80 Consultório de protocolo 84 Diretório WWW.EVENTPOINTINTERNATIONAL.COM 4 FICHA TÉCNICA ÍNDICE Cláudia Coutinho de Sousa Rui Ochôa UMA INDÚSTRIA MAIS UNIDA “Sou altamente defensor da cooperação” é o título da entrevista a Nuno Santana, CEO da Niu, empresa que cumpre 30 anos de atividade e que faz agora um rebranding da marca. Uma conversa muito interessante, que toca uma série de pontos essenciais para a indústria e que vale a pena ler com atenção. Na Event Point também acreditamos na cooperação, na importância da partilha de informação e de conhecimento e, por isso, estamos já a preparar a terceira edição do REINVENT the event, que vai decorrer no Centro de Congressos do Estoril, a 25 de outubro. Com esse propósito maior, de apoiar a indústria dos eventos em tudo o que está ao nosso alcance, estamos também envolvidos no Clube dos Eventos. O evento maior do Club.E, o Jantar dos Eventos, realizou‑se este mês de julho, no Coliseu do Porto, e contou com 800 profissionais, o que mostra a vontade de união e de estarmos juntos. Há vários outros bons motivos para continuar a ler estas páginas, como por exemplo as do dossiê temático, onde apresentamos alguns espaços de enoturismo. Boas leituras. EDITORIAL “NÓS ATIVAMOS PESSOAS” WWW.EVENTPOINTINTERNATIONAL.COM 6 GRANDE ENTREVISTA NUNO SANTANA “SOU ALTAMENTE DEFENSOR DA COOPERAÇÃO” No ano em que a Niu comemora 30 anos de atividade, entrevistamos o seu mentor e líder Nuno Santana. Uma conversa descomplexada, onde se falou da influência do pai, de colaboração, do comportamento humano e de talento. Qual foi o seu percurso até chegar à área dos eventos? Tive a sorte do meu pai ter uma vida muito ligada ao marketing e também aos eventos. Na altura, ele trabalhava na Mercedes‑Benz Portugal. Hoje em dia é uma marca completamente mainstream, mas a Mercedes, há 40 anos, era uma marca de elite e, portanto, isso permitia‑lhe ter acesso a um conjunto de eventos, desde apresentação de automóveis até às feiras, sejam nacionais ou internacionais. Como o meu pai tinha uma vida atribulada, fazia questão, porque era a forma de estar comigo, de me levar e, portanto, isto começou muito cedo. Atrevo‑me a dizer que deve ter começado com 10, 12 anos. Esta vivência e esta experiência fez‑me estar muito mais atento a esta indústria. Os anos passaram e eu, em 1990, criei o meu primeiro negócio, que era um carrinho de cachorros. Durante o dia estávamos em Belém, depois à noite estávamos em Cascais. Foi a primeira experiência nos negócios… Sim, como um micro empresário. Em 1992/93, o meu pai teve um convite para abrir em Portugal uma empresa que, na altura, se chamava Sistemas Rafael e que deu origem, mais tarde, à Niu. Era uma empresa que se dedicava essencialmente a pós‑produção de imagem e à pré‑impressão, que é uma coisa que atualmente já ninguém sabe bem o que é, mas que há 30 anos era muito relevante. Tudo o que eram as grandes campanhas tinham que passar por nós, para nós tratarmos. Fizemos várias campanhas, sendo que aquela que nos criou maior fama foi a campanha dos bebés debaixo de água, da Expo98. A campanha foi lançada três anos antes para o mundo inteiro e nós, na altura, para a EuroRCG, hoje em dia Havas, fizemos a execução, no fundo, de pós‑produção dessa campanha. Os anos passaram‑se e como as companhias precisavam de se aproximar dos seus públicos, percebemos que os eventos resolviam muito isso. Portanto, nós, durante anos, fomos fazer as festas do Sistemas Rafael. Eram as festas mais relevantes, onde toda a gente queria ir. Para terem uma noção da dimensão das festas, por exemplo, numa delas sorteámos um carro. Eu estava o ano todo à espera de preparar a festa. Por exemplo, no ano 2000, fechámos a discoteca mais famosa de Lisboa, na altura, o Indústria, e convidámos mil pessoas com bar aberto. Isto criou uma grande capacidade de angariação de pessoas, uma grande capacidade de convocatória, porque a proposta de valor que entregávamos era boa. Eu conto estes episódios porque são de alguma forma demonstrativos e, no fundo, o nosso storytelling nos eventos começa aí. Depois vem o Euro 2004… Em 2003, fomos contactados por uma marca, grande e global, que nos disse o seguinte: somos os principais patrocinadores da UEFA e do Euro 2004 e, portanto, vamos ter que ativar a nossa marca da melhor forma nos novos estádios. A marca tinha o brand book já muito definido, mas precisava de uma estrutura que fosse relativamente operacional e que ajudasse a passar para dentro dos estádios os códigos da marca. E assim foi. Foi um projeto muito ambicioso para a Coca‑Cola, que olhou para nós e viu uma capacidade de fazer diferente, de operacionalizar ideias. O nosso código genético era de produção e, portanto, tínhamos uma capacidade WWW.EVENTPOINTINTERNATIONAL.COM 8 GRANDE ENTREVISTA logística que os impressionou. Chegavam aqui com uma ideia e, no dia seguinte, estava implementada, porque nós já tínhamos a estrutura toda montada para de manhã ter os criativos a pensar, à tarde termos as pessoas com a arte finalizada e a produzir, e à noite estávamos com equipas a sair para Portugal, ou para Portugal e Espanha, para implementar. Este é ainda o nosso modelo, mas há 20 anos era o sonho de qualquer marketeer, era quase ter uma pistola na mão para fazer marketing tático. Esses desafios da Coca‑Cola foram em crescendo e posso dizer que, passados três anos, éramos a principal agência da Coca‑Cola em tudo o que era ativações e manifestações de marca, seja em eventos, seja no ponto de venda. Obviamente, depois adaptámos a estrutura, contratámos pessoas, tivemos a sorte também de sermos muito formados por eles, a Coca‑Cola é um gigante de marketing, e, portanto, as melhores práticas, os KPIs, as exigências, as formas de implementar, as formas de comunicar, eles também nos passaram e depois autodesafiávamo‑nos, porque tínhamos que estar sempre em superação. Em 2007, num desses grandes projetos que apresentámos à Coca‑Cola, aquilo teve que ir ao board ibérico, era um concurso. A nossa proposta foi a eleita, mas vem um comentário, na altura do diretor de marketing português, a dizer assim: toda a gente achou muito estranho o nome da agência ser Sistemas Rafael. Eu percebo, a história era: o senhor Rafael, que ganhou a grande lotaria espanhola, investiu nesta área e criou uma empresa que se chamava Grupo Rafael e isto era uma das áreas, os Sistemas Rafael, e que tinha a ver com os sistemas de impressão, com os sistemas de fotolito, etc. Aquilo que nós fazíamos na altura já nada tinha a ver com aquilo. E como reagiu? Saio da reunião, vou para casa, falo com o meu pai. A marca tinha um grande valor emocional nos acionistas, mas para nós e para o cliente, aquilo não fazia muito sentido. Quando nós nos queremos posicionar como sexys, ter uma marca que se chama Sistemas Rafael não fazia sentido nenhum. Mas não há problema, mudamos a marca. Mudamos de Sistemas Rafael para Niu, e eu acho que já utilizei isto como narrativa, nós somos tão orientados para os clientes que, no limite, até mudamos Next >