< PreviousMas esta partilha é saudável, não é? Eu acho ultra saudável. Se houver plataforma de entendimento, se houver confiança. Tenho almoços com concorrentes nossos, normalmente dou-me bem com concorrência. Eu sou altamente defensor da cooperação e da colaboração, altamente defensor. Há pouco falou que um dos grandes desafios será o de reter talento no setor. Como é que se convence um jovem a vir para a indústria dos eventos? Normalmente brinco sempre com isto: os jovens que querem vir para a indústria dos eventos é porque gostam muito de ir a eventos. Só que ir a eventos e trabalhar em eventos é quase oposto. Ir a um evento: as pessoas estão a servir‑nos, vemos gente porreira, temos acesso a uma data de coisas, temos uma experiência; trabalhar em eventos é tudo ao contrário, é não relaxar, trabalhar sem horas, estar permanentemente a resolver problemas, trabalhar muitas vezes mal pago e com pouco budget e, o pior de tudo, é estarmos a trabalhar enquanto todos os outros se estão a divertir. Mais do que pessoas perceberem de eventos, eu valorizo, sobretudo, as pessoas que têm compromisso, têm um compromisso de entrega. Se tu encontrares pessoas com um bom compromisso de entrega, facilmente depois as formas, ensinas, passas as melhores práticas. Não me interessa ter uma pessoa que já tenha feito 100 eventos, mas que é um pleno insatisfeito e que hoje está insatisfeito no meu concorrente e amanhã vem para aqui e passado seis meses está insatisfeita de novo. WWW.EVENTPOINTINTERNATIONAL.COM 20 GRANDE ENTREVISTA Dez perguntas a Nuno Santana Um sonho ainda por concretizar? Fazer uma viagem de barco durante três meses. Se pudesse convidar qualquer pessoa para jantar, quem convidava? O Churchill. Uma banda? Queen. Qual é a sua comida de conforto? Como de tudo, mas adoro batatas fritas... Um tornedó com batatas fritas... Destino de sonho? Gosto muito de Marrocos. Cidade para viver? Lisboa e Madrid Um hobby? Pôr música. Alguém que o inspirou no percurso profissional? O meu pai. Quando era pequeno o que é que queria ser? Piloto de automóveis. Qual foi o evento mais marcante da sua vida? A minha festa dos 40 anos. Cláudia Coutinho de Sousa, com Rui OchôaDESDE O PLANEAMENTO À EXECUÇÃO WWW.EVENTPOINTINTERNATIONAL.COM 22 OPINIÃO EVENTOS SUSTENTÁVEIS: COMO E PORQUÊ? Os eventos sustentáveis são cada vez mais solicitados por clientes nacionais e internacionais. Mas a sustentabilidade é um processo contínuo que vai desde o planeamento à execução. Os termos sustentável e sustentabilidade fazem parte da linguagem diária e entraram no nosso quotidiano, a partir do momento em que as preocupações ecológicas e ambientalistas se tornaram mais presentes no nosso dia‑a‑dia. Neste contexto, começaram a surgir eventos designados sustentáveis que se caracterizam por ter uma postura ambiental e social consciente e responsável. Porém, importa esclarecer que, para atingirem esse propósito, os eventos devem adotar medidas de sustentabilidade desde o planeamento à execução. Importa que todos tenhamos consciência de que qualquer evento, independentemente da sua dimensão, é sempre gerador de um dado impacto ambiental, relacionado com aspetos tão diversos, como o consumo de energia, a utilização de recursos e de água, as emissões atmosféricas e de ruído, entre outros. Por este motivo, todos os eventos podem, e devem, ser trabalhados no sentido de minimizarem o seu impacto negativo, de serem mais sustentáveis e de terem opções ecologicamente adequadas, economicamente viáveis, socialmente corretas e culturalmente diversificadas. Assim, cabe a quem organiza eventos ser capaz de identificar e entender quais os impactos positivos e negativos de cada evento, de modo a detetar quais as áreas a trabalhar mais intensivamente, de modo a tornar esse acontecimento mais sustentável. Como é compreensível, os impactos de um evento musical são necessariamente diferentes dos impactos de uma conferência, por exemplo. Portanto, há que compreender as especificidades de cada iniciativa e saber como intervir na sua organização. Os objetivos de sustentabilidade devem estar presentes ao longo de todo o processo, de forma constante e consistente. Cada medida e cada decisão tomadas devem refletir os objetivos de sustentabilidade. Assim, na fase de planeamento, importa definir com rigor os objetivos de sustentabilidade; promover a sustentabilidade social, ambiental e financeira do evento; estabelecer parcerias ou iniciativas que sirvam para impactar positivamente a comunidade local ou causas sociais; entre outras medidas possíveis. Para isso, há escolhas a tomar na fase do planeamento, nomeadamente, fazer parcerias locais, de modo a reduzir as deslocações necessárias; selecionar um venue com boa rede de acessos; preferir um espaço que tenha uma política de sustentabilidade implementada; definir um plano de transportes que promova a eficiência e o desenvolvimento local; otimizar o transporte de carga (número de viagens vs capacidade de transporte vs rotas). Já durante o evento, é essencial incentivar comportamentos sustentáveis e amigos do ambiente, os quais podem traduzir‑se em medidas como a redução do consumo de papel e de materiais descartáveis e a opção pelo recurso a suportes digitais. Quando o evento oferece alojamento aos participantes, devem escolher‑se unidades que também defendam políticas de sustentabilidade e que sejam próximos do evento, de modo a minimizar as emissões de carbono associadas às deslocações feitas em transportes. Finalmente, após o término do evento, é preciso fazer um balanço e avaliar o impacto social, ambiental e económico do evento; calcular a pegada de carbono do evento; e verificar se os objetivos de sustentabilidade estipulados foram ou não atingidos. Este último ponto é muito importante, pois ajuda a tornar o planeamento dos próximos eventos ainda mais eficaz e bem sucedido. WWW.EVENTPOINTINTERNATIONAL.COM 24 OPINIÃO Apesar das características únicas e distintas dos vários eventos, é possível definir algumas medidas gerais de sustentabilidade que podem ser aplicadas à grande generalidade dos eventos. Estas boas práticas atuam em diferentes áreas, da comunicação aos consumos. Assim, sempre que possível, a comunicação do evento deve ser feita de forma digital / online, para assim minimizar os consumos de papel, entre outros. Também é essencial garantir a acessibilidade dos espaços e a inclusão de todos os participantes no evento, de modo a garantir que o evento é socialmente equitativo. Reduzir o desperdício de recursos e consumíveis é igualmente uma medida a adotar em todos os eventos com preocupações de sustentabilidade. Os consumos de água e de energia devem ser eficientes, de modo a minimizar os seus impactos. O evento deve promover meios de incentivar uma mobilidade sustentável. No que diz respeito aos resíduos, a organização deve ainda ter o cuidado de trabalhar na redução, separação e reciclagem dos mesmos. Para melhor pôr em prática estas medidas, pode ser muito útil elaborar uma espécie de checklist e utilizá‑la de forma a garantir que se definem boas práticas de sustentabilidade e que se vão executando as mesmas ao longo do evento. Além disso, é sempre importante adaptar as boas práticas ao público‑alvo e à finalidade do evento em causa. A responsabilidade social e a sustentabilidade são essenciais na construção de um futuro mais risonho e justo para todos. Por isso, organizar eventos sustentáveis não é uma escolha, mas sim a modalidade de eventos que faz sentido abraçar. Atualmente, não há como organizar um evento sem considerar no seu planeamento medidas de sustentabilidade. Tal como fazemos na nossa vida diária, também na organização de eventos devemos pensar o que podemos modificar e fazer diferente de maneira a reduzir os seus impactos negativos. Tiago Barquinha CEO da Mojobrands WWW.EVENTPOINTINTERNATIONAL.COM 26 OPINIÃO ALIAR A TRADIÇÃO VINÍCOLA AOS EVENTOS Quinta Vale do Sabor WWW.EVENTPOINTINTERNATIONAL.COM 28 DOSSIÊ TEMÁTICO EVENTOS E EXPERIÊNCIAS EM ESPAÇOS DE ENOTURISMO Agregando várias atividades em torno da degustação de vinhos, o enoturismo é um segmento cada vez mais presente em Portugal. A Event Point falou com três empresas de diferentes geografias, que atuam no segmento do enoturismo e que apostam também em espaços e atividades que abrangem a indústria dos eventos: Aveleda, A Serenada e Textura Wines. AVELEDA: “OS NOSSOS PRINCIPAIS SEGMENTOS SÃO LAZER E EVENTOS CORPORATIVOS” A Aveleda tem três espaços dedicados ao enoturismo: a Quinta da Aveleda (Penafiel), a Villa Alvor (Alvor) e a Quinta Vale do Sabor (Torre de Moncorvo). Em todos eles, as vinhas abraçam os seus visitantes e há a perspetiva de boas experiências. Degustar vários vinhos, provar a gastronomia local, visitar adegas, passear pelas vinhas ou participar em workshops são algumas das experiências possíveis no segmento do enoturismo. Atividades que podem ser também atrativas para os profissionais dos eventos e incentivos. Em todo o país existem vários espaços de enoturismo que contam com valências para eventos. São espaços que podem acolher diversas tipologias de eventos, dos sociais aos corporativos, ou atividades de team‑building e incentivos, aliando a tradição vinícola aos valores de particulares e de empresas.Next >