2023 foi um ano de recuperação e de reconfirmação

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30-11-2023

# tags: APAVT , Congressos , Turismo

As agências de viagem tiveram um bom ano, mas há muitas incertezas no horizonte, alertou Pedro Costa Ferreira, presidente da APAVT.

Na sessão de abertura do Congresso da APAVT, Pedro Costa Ferreira, presidente da associação, deu conta que 2023 foi um ano “de recuperação e de reconfirmação”. Isto porque as agências de viagem conseguiram recuperar depois de tempos muito complicados, depois de uma crise pandémica, e alcançaram bons resultados. E foram ainda capazes de, “ batendo recordes de emissão de passagens aéreas regulares; aumentando a influência na operação de lazer dos portugueses, com novos destinos e mais operações charter” trazer mais eventos e mais turistas para todo o país.

No entanto as incertezas pairam no horizonte quando se olha para o ano que vem. “Uma guerra que se alonga e que se alastra para outras partes do mundo. A inflação que se mantém, apesar de menos dinâmica; as taxas de juro que continuam a crescer; a instabilidade política internacional, e agora também nacional”, lembra Pedro Costa Ferreira, podem indicar que 2024 seja um ano de desaceleração.

A sustentabilidade e a inteligência artificial são dois desafios para o setor. “Hoje, para além das óbvias preocupações com as condições de vida futura no planeta, vivemos um momento em que as empresas começam não apenas a ter de perseguir boas práticas ambientais, como também de as demonstrar, perante clientes, fornecedores e entidades financiadoras, sem o que terão menos negócio, e piores condições de financiamento”, refere o presidente da APAVT, lembrando que o assunto vai colocar-se, mais tarde ou mais cedo, e quanto mais cedo o setor lidar com ele, mais suave será a transição e com melhores resultados.

Em relação ao tema do congresso deste ano, a inteligência artificial, o presidente da APAVT sublinha que “a introdução de processos de inteligência artificial permitirá, já o permite, realizar tudo o que é rotineiro, com mais rapidez, menos custos e eventualmente de uma forma mais perfeita”, permitindo que o setor seja mais competitivo. Mas se há oportunidades, também há dúvidas, e é esse exercício de perceber os impactos do tema no setor que vai ser realizado por diversos oradores até dia 2 de dezembro, no Centro de Congressos da Alfândega.

O presidente da APAVT abordou ainda a crise política, afirmando que era “a última coisa de que precisávamos”. O responsável espera que, das próximas eleições, saia “uma solução política viável, e com uma relação com a coisa pública que não envergonhe a classe política, mas, sobretudo, que não nos envergonhe a todos”.

O turismo é real não é artificial”

Nuno Fazenda, secretário de Estado do Turismo, Comércio e Serviços, lembrou que “estamos a caminhar para o melhor ano de sempre no turismo” em Portugal. O aumento aconteceu em termos de hóspedes, dormidas e nos diferentes mercados e isso deve-se, registou o governante, às empresas, aos profissionais e às políticas públicas.

Em termos de desafios para o futuro, Nuno Fazenda apontou alguns: prosseguir com a aposta no desenvolvimento turístico do interior, valorizar e melhoras as condições dos trabalhadores do turismo, valorizar a autenticidade e genuinidade do destino. O secretário de Estado do Turismo lembra que “queremos crescer bem, com sustentabilidade, autenticidade e genuinidade” e que o turismo deve criar valor nas comunidades locais. O turismo, segundo Nuno Fazenda, “é real, não é artificial” e o que conta é a autenticidade.

© Cláudia Coutinho de Sousa Redação