Luís Montez: “Rapidamente se instalou a vontade de fazer acontecer”

Entrevista

01-08-2022

# tags: Altice Arena , Super Bock Super Rock , Festivais , Eventos , Música

Entrevista a Luís Montez, diretor da promotora Música no Coração, a propósito da alteração do venue do Super Bock Super Rock.

Da Herdade do Cabeço da Flauta à Altice Arena. A dois dias da realização do Super Bock Super Rock (SBSR), o risco de incêndio – que levou o Governo a decretar situação de contingência – fez com que o festival tivesse de mudar de recinto e, em vez de se realizar no Meco, o SBSR decorreu na Altice Arena, em Lisboa.

À Event Point, Luís Montez frisa a “vontade de fazer acontecer”, apesar das dificuldades de se implementar um festival em tão pouco tempo. E o balanço foi “muito positivo”.

Como se lida com a notícia de que é necessário mudar o local de um festival como o SBSR?

Com determinação. Primeiro veio o choque, mas rapidamente se instalou a vontade de fazer acontecer, para além das dificuldades. Não podíamos desiludir este nosso público tão fiel que, depois de dois anos de paragem, tanto anseia por voltar a viver os festivais de verão.

Como conseguiram resolver a questão em tão pouco tempo?

Juntámos as equipas, produção, marcas e patrocinadores e tratámos de, o mais rapidamente possível, encontrar a melhor solução para realocar o festival com o mínimo de impacto possível na experiência que queríamos proporcionar. A equipa da Altice Arena aceitou de imediato este desafio e, com um grande trabalho de coordenação entre todos, garantimos que o festival SBSR ia acontecer.

Se a Altice Arena não estivesse disponível, teria sido possível realizar esta edição?

É difícil dizer. A Altice Arena foi a escolha imediata dada a sua capacidade e localização.

Em termos logísticos, o que causou mais dificuldades?

Na verdade, foi como se tivéssemos produzido o festival em dois dias. Toda a logística foi afetada com o pouco tempo que tínhamos. Tivemos de garantir que o alinhamento se mantinha, que o público era informado da mudança, que as licenças eram atribuídas, etc. O facto de já termos produzido algumas edições do festival na Altice Arena ajudou, visto que o know-how já existia.

Como reagiram as marcas à mudança? Mantiveram as ativações?

As marcas, tão apanhadas de surpresa como nós, mantiveram o espírito e a vontade de fazer acontecer. Mantiveram as suas ativações ainda que, em alguns casos, tivessem tido que adaptar os seus espaços ao novo layout. Estou muito agradecido a todos os nossos parceiros que connosco puseram mãos à obra para que a edição de 2022 do SBSR se mantivesse.

E relativamente aos artistas, houve algum problema causado pela alteração do espaço?

Os artistas não levantaram problema algum, todos atuaram sem sobressaltos, não houve qualquer alteração de cartaz. Os artistas internacionais ficaram muito satisfeitos com a proximidade do venue ao aeroporto e os portugueses agradeceram o nosso esforço para evitar mais um cancelamento, depois de uma paragem forçada de quase três anos.

Quais as vantagens da mudança de local?

São locais obviamente muito diferentes, mas acredito que o facto de o recinto da Altice Arena estar equipado com WiFi e com ar condicionado foram definitivamente vantagens desta mudança ‘forçada’.

Além da alteração do venue, que outros desafios da edição deste ano?

Os desafios normais na produção de qualquer festival. Neste caso, talvez destacasse o licenciamento em tempo verdadeiramente recorde.

Qual o impacto financeiro desta mudança?

O impacto foi elevado, mas nunca pusemos em causa avançar, mesmo assim.

Agora, com a devida distância, que balanço faz desta edição?

Faço um balanço muito positivo: o festival contou com uma média de 16.000 visitantes por dia e o feedback foi muito positivo. O público alinhou connosco nesta viagem! Faço também um balanço de gratidão, face ao esforço de todas as equipas desde a produção às entidades oficiais, às marcas, à Altice Arena, que não baixaram os braços e que connosco conseguiram levar a cabo mais uma edição deste festival, quando tudo fazia prever que iria ser cancelado!

Veio a público que um novo espaço para o festival está a ser estudado. Há alguma novidade sobre este assunto? Já há perspetivas para um novo recinto?

Estamos a analisar três alternativas, sim. Em breve tomaremos a decisão.

© Maria João Leite Redação