Destinos aproveitam a Web Summit para se promoverem

Reportagem

04-11-2022

# tags: Eventos , Turismo , Web Summit

Foram vários os destinos, nacionais e internacionais, presentes na Web Summit.

Os números da Web Summit são impressionantes: 71.033 participantes, oriundos de 160 países e os destinos veem cada vez mais o evento como uma plataforma de promoção. Nómadas digitais, trabalhadores remotos, empreendedores são grupos-alvo dos destinos que, aliás, se preparam há vários anos os receber.

Qatar, Japão, Brasil, Reino Unidos, Espanha, Lituânia e muitos outros estiveram com stands próprios no espaço expositivo do evento, promovendo os seus hubs e ecossistemas tecnológicos, as vantagens e oportunidades do destino, o ambiente propício à inovação.

Os destinos nacionais também disseram “sim” à Web Summit. Algarve, Açores, Lisboa… e até o Fundão, um repetente no evento. “Já vimos à Web Summit há alguns anos e achamos importante estar aqui representados no sentido de mostrar o ecossistema de inovação e investimento que temos no Fundão e angariar empresas, startups, pessoas [para o concelho]”, conta Bárbara Viveiros, da Câmara Municipal. A responsável acrescenta, “temos este slogan: ‘Your Natural Office’, que é muito o Fundão, nós temos a tranquilidade, oferecemos a qualidade de vida, oferecemos também infraestruturas para as pessoas trabalharem a partir de lá”. Lurdes Teixeira, também da Câmara Municipal do Fundão, diz que a palavra-chave é “acolhimento” e isso consubstancia-se na ajuda que prestam aos estrangeiros que pretendem mudar-se para o Fundão, como por exemplo a encontrar casa ou escola. Com esta estratégia, o Fundão tem conseguido um equilíbrio em termos populacionais. Lurdes Teixeira revela que já há quase 1500 programadores nas empresas de tecnologia e o objetivo é continuar a atrair empresas e pessoas. A infraestrutura turística existente no Fundão é um trunfo neste processo. “Somos um território com uma paisagem deslumbrante, temos turismo rural de excelência, temos alojamento local cada vez mais diferenciado, voltado para as experiências de Natureza, para os desportos de Natureza, temos toda essa oferta turística”, diz Lurdes Teixeira.

Posicionar o Algarve como hub de inovação

Também o Algarve esteve na Web Summit com o Algarve Tech Hub, que levou ao evento cerca de 100 empresas. O feedback estava a ser “muito interessante” contou à Event Point Miguel Fernandes, da Dengun. O responsável destaca que o objetivo do Algarve Tech Hub é estimular o ecossistema de empreendedorismo, inovação e tecnologia no Algarve. “Nós precisamos de mais empresas noutras áreas, que não só o turismo e as tradicionais, porque acreditamos que isto é o que traz riqueza para a região”.

Atrair pessoas é algo que o Algarve já faz há muitos anos, basta pensar na comunidade estrangeira da região, agora o público-alvo é em maior número, desde os digital nomads ou location independent aos trabalhadores remotos, ou aos que apreciam um determinado estilo de vida. E o destino tem muito a oferecer. “Nós posicionamo-nos como um dos melhores destinos do mundo a nível de lifestyle, mas o lifestyle é subjetivo, para mim pode ser não querer viver numa metrópole, viver num sítio com pouca poluição, que tenha mar, em que posso ter escolas boas, hospitais privados, um aeroporto, e o Algarve tem tudo isto num raio de se calhar 5 km. Há poucos sítios no mundo que consigam promover isto. Depois tem dos melhores climas do mundo, com 300 dias de sol, é como viver um bocadinho no paraíso”, refere Miguel Fernandes.

O Algarve Tech Hub começou “como um sonho”, detalha o responsável, mas hoje é um projeto agregador, que concilia vontade política, empresarial e das associações, e que já conseguiu alguns feitos, nomeadamente o de falar a uma só voz com a região. “Conseguimos capacitar a região com cerca de 20 milhões de euros, que foram parcialmente para infraestruturas para a universidade, para se renovar e atualizar, temos um campus, chamado UALG Tec Campus, que é um edifício state-of-the-art, que é uma incubadora e uma aceleradora, e já lá estão várias empresas. E neste momento temos alguma capacidade financeira para animar o ecossistema”, detalha Miguel Fernandes.

Neste momento o Algarve Tech Hub tem um evento bandeira, o Algarve Summit, e que na primeira edição teve cerca de 1000 inscritos. A iniciativa volta em 2023, com o objetivo de “atrair os que já cá estão no Algarve e Portugal, mas acima de tudo posicionar o Algarve como um destino a nível de lifestyle, tech hub, hub de inovação e com muita qualidade de vida para o resto do mundo”, afirma o responsável.

© Cláudia Coutinho de Sousa Redação