Fórum Internacional da Alfândega discute os congressos e a cultura como fatores essenciais ao turismo

Reportagem

18-11-2022

# tags: Alfândega do Porto , Eventos , Turismo de Negócios , Conferências

O evento foi organizado pelo Jornal de Notícias e pela Alfândega do Porto.

Rui Moreira, presidente da Câmara Municipal do Porto, enalteceu o papel do turismo na evolução da cidade, e o benefício que trouxe para outras atividades ou setores económicos. O autarca, que esteve na abertura do Fórum Internacional da Alfândega, aponta que, desde 2012, houve um “extraordinário crescimento do turismo”, com recordes sucessivos e prémios internacionais.

A pandemia fez travar a fundo este crescimento o e mostrou o que era um Porto sem turistas, e “nós queremos um Porto com turistas”, lembra Rui Moreira. 2022 voltou a colocar a cidade entre a elite da indústria e tentar conciliar o turismo com os residentes é um desafio que o autarca encara “sem complexos”. O objetivo hoje é promover um turismo com mais valor acrescentado. “Chegamos a um momento em que podemos apostar nos segmentos que queremos”, refere o presidente. O desafio passa por diversificar o perfil do turista, apostar nos jovens e no segmento premium e luxo; explorar o mercado asiático e americano; aumentar o tempo médio da estadia na cidade investindo no slow travel; atrair turismo durante todo o ano.

Porto vai criar Observatório do Turismo

A vereadora do Turismo e da Internacionalização da Câmara Municipal do Porto, Catarina Cunha, anunciou que a autarquia está a criar o Observatório do Turismo. O arranque está previsto para meados de 2023 e o objetivo do projeto é o de obter dados para suportar políticas e estratégias futuras.

2023: plena recuperação, mas nada será igual

O economista Augusto Mateus foi o keynote speaker da conferência e procurou trazer uma imagem global da evolução do turismo. O especialista diz que 2023 vai marcar a plena recuperação do turismo, mas avisa “não vamos regressar a 2019, temos pela frente uma reinvenção do turismo”. A emissão de fluxos turísticos mudou, e o turismo é cada vez mais “um assunto de longa distância” e os países da Europa do Sul que se querem destacar vão ter de apostar na mobilidade internacional longa. Também a base turística se alterou, com o envelhecimento das populações, e assiste-se ao surgimento da geração “me, myself, and I” que se guia por checklists, como por exemplo ‘três lugares imperdíveis no Porto’ e isso cria desafios aos destinos.

Augusto Mateus aponta a necessidade de o setor se concentrar, então, em ‘experiências’, ‘emoção’ e ‘ensino’ (conhecimento) e nessa perspetiva enaltece o papel dos congressos e da cultura.

Trabalhar para 2023

“É sempre importante falar-se sobre turismo de negócios”, sublinhou António Gouveia Santos, diretor executivo da Associação para o Museu de Transportes e Comunicações, no final do Fórum Internacional da Alfândega. Com esta iniciativa “apenas se deu um passo mais relativamente a um processo de discussão das coisas boas que o turismo nos traz, das coisas menos boas, das coisas que temos de melhorar, do que é que significa do ponto de vista sócio-económico”, refere o responsável.

O segundo semestre de 2022 foi um dos melhores semestres de sempre, conforme nos conta Gouveia Santos, mas em relação a 2023 ainda há alguma incerteza. “Claro que nós temos aqui algumas dúvidas relativamente à evolução da inflação, àquilo que vai acontecer com a guerra, tudo isto pode vir a ter os seus impactos. Não temos hoje ainda uma avaliação rigorosa dessa situação. Esperamos que tudo isto melhore, que as pessoas consigam atingir uma estabilidade relativamente às suas vidas, ao custo das coisas no dia-a-dia, que as empresas e instituições que normalmente fazem aqui eventos continuem a sua atividade normal, e estamos convencidos que o resultados serão positivos. Neste momento estamos a trabalhar para que assim seja”, refere.

O Fórum Internacional da Alfândega decorreu a 15 de novembro, numa organização conjunta do Jornal de Notícias e a Alfândega do Porto.

© Cláudia Coutinho de Sousa Redação