São João da Madeira: Trabalho, orgulho e inovação

15-12-2020

# tags: MICE , Incentivos , Eventos , São João da Madeira , Portugal , Destinos

Sapatos, lápis, chapéus, colchões…São muitos os produtos que servem o país e o mundo e que são produzidos em São João da Madeira.

Esta é a ‘Cidade do Trabalho’, um concelho dinâmico, cheio de ideias inovadoras e de indústrias que fazem vibrar a cidade, não só em termos de negócios, mas também na vertente cultural e de lazer. O Turismo Industrial nasceu aqui e proporciona uma oferta turística e de incentivos bastante original e diferenciadora.

A grafite é trabalhada e moldada em pequenos rolos finos para que, depois de envolvidos em madeira, possam ser transformados nos lápis que usamos diariamente. Todo este processo de tratamento da grafite – a ‘alma’ do lápis –, do encontro da mina com a madeira e do seu acabamento, basicamente, de todo o processo de transformação deste material em bruto num elegante objeto útil, do uso comum às artes, pode ser observado numa visita à Viarco.

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É preciso recuar mais de 100 anos para conhecer a história da empresa. Ela começa em 1907, em Vila do Conde, como Portugália – Fábrica Portuguesa de Lápis. Manoel Vieira Araújo adquire a empresa em 1931; cinco anos mais tarde, regista a marca como é hoje conhecida e, em 1941, instala a empresa em São João da Madeira. Aqui é possível assistir ao fabrico dos lápis e à criação de produtos inovadores, como a aguarela de grafite, a pasta de grafite maleável ou o stick grafite XL – produtos que também têm levado além‑fronteiras o nome da empresa portuguesa. Os desafios têm sido, assim, enfrentados com reinvenção e criatividade. E as portas da Viarco estão abertas aos curiosos.

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Esta é uma das visitas que podem ser realizadas a partir do projeto de Turismo Industrial, uma ferramenta de marketing importante, que dá também visibilidade às empresas envolvidas. Fazem parte deste projeto as indústrias – e a diversidade é muita – que colocam São João da Madeira no mapa criativo do país, do calçado aos chapéus, dos lápis aos componentes para automóveis, entre outras indústrias. A partir daqui foram criados circuitos turísticos industriais, que permitem visitas a unidades fabris e que visam preservar e promover o património industrial da região.

“Somos um concelho jovem, pequeno em território, mas grande em valor, predominantemente urbano e com um grande dinamismo empresarial, característica esta que esteve na base da criação do município, em 1926. Por isso, a aposta em termos turísticos passa, em grande medida, por aquela que é uma marca incontornável de São João da Madeira – a sua indústria –, promovendo um programa de Turismo Industrial, com visitas a fábricas que operam nos setores do calçado, chapelaria, colchões, têxteis e lápis, neste último caso através da Viarco, a única fábrica de lápis do país”, refere Alexandra Alves, chefe da Unidade de Turismo da Câmara Municipal de São João da Madeira.

Indústria, cultura e eventos

Além da Viarco, podem também ser visitadas a Helsar (setor do calçado), a Cortadoria Nacional de Pêlo (chapelaria), a Heliotêxtil (passamanarias), entre outras unidades. Fazem também parte do projeto, por exemplo, a Torre da Oliva, o Oliva Creative Factory, o Museu da Chapelaria, único na Península Ibérica, e o Museu do Calçado – ambos os museus propõem uma viagem no tempo para a descoberta da história destes setores tão relevantes para São João da Madeira. Mas há mais, muito mais para descobrir, através dos circuitos disponíveis.

“Sendo São João da Madeira um importante polo empresarial, muitos dos visitantes que se deslocam à nossa cidade fazem‑no em negócios ou para participarem em colóquios e conferências que têm lugar nos nossos auditórios e espaços para eventos, descobrindo, depois, outros motivos de interesse e tirando partido da nossa oferta cultural e de lazer, assim como do nosso património ligado à indústria, que está na origem do inovador programa municipal de Turismo Industrial”, frisa Alexandra Alves.

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E embora seja a diversidade de indústrias e este inovador Turismo Industrial um dos aspetos mais diferenciadores do concelho, São João da Madeira tem outros polos de atração. Um deles prende‑se com o património natural e os espaços verdes existentes. O concelho conta com o Parque de Nossa Senhora dos Milagres, embelezado pelo Santuário de Nossa Senhora dos Milagres; com o Jardim Municipal, projetado pelo arquiteto Sidónio Pardal; com o Parque Ferreira de Castro, adequado para atividades recreativas e de lazer; e com o Parque do Rio Ul, que conta com diversos percursos e que apresenta a Casa da Natureza, um espaço multifacetado, do qual faz parte um centro de interpretação ambiental.

“Importa ainda referir o posicionamento do município de São João da Madeira no que respeita às políticas ambientais, com o desenvolvimento de projetos neste âmbito e a valorização dos espaços verdes, como acontece, nomeadamente, com o Parque do Rio Ul, situado num anfiteatro privilegiado da cidade e onde é possível desenvolver atividades multifacetadas que celebram a herança cultural e patrimonial de São João da Madeira e o bem‑estar e sustentabilidade ambiental”, acrescenta Alexandra Alves.

Entre os equipamentos disponíveis na cidade estão ainda o Centro Arte Oliva, dedicado à arte contemporânea e à arte bruta; a Casa da Criatividade, no edifício do Cine‑Teatro Imperador, um equipamento versátil que pode receber até mil pessoas e que é palco de uma dinâmica programação cultural; e o edifício dos Paços da Cultura, que apresenta, entre outros espaços, um auditório, com 191 lugares sentados, uma zona para eventos ao ar livre e a Galeria Municipal. No capítulo desportivo, o município conta com várias infraestruturas, entre as quais o Pavilhão das Travessas e o Complexo Desportivo Paulo Pinto.

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“Relativamente à realização de eventos, o município de São João da Madeira dispõe de várias valências e equipamentos, onde qualquer organização pode encontrar condições de excelência para promover eventos, mesmo em tempos de pandemia, já que estão preparados para o cumprimento das regras que se impõem face à Covid‑19”, defende Alexandra Alves, acrescentando: “Os espaços estão enquadrados em diferentes áreas de intervenção, o que permite uma maior adaptabilidade do evento em função da sua temática. Falo dos auditórios da Casa da Criatividade, Paços da Cultura e Museu da Chapelaria, além dos diferentes espaços de grande versatilidade disponíveis na Oliva Creative Factory e na Torre da Oliva.”

Fortalecer a atratividade do concelho

No que toca à oferta hoteleira, a responsável da Unidade de Turismo sanjoanense destaca a qualidade das unidades disponíveis, que asseguram cerca de 50 mil dormidas anuais. E porque o concelho e a região iriam beneficiar do alargamento desta oferta, estão já previstos, nesse sentido, “dois novos investimentos hoteleiros na cidade, um dos quais num emblemático palacete de arquitetura brasileira do início do século XX – o Palacete dos Condes –, que foi integrado no programa nacional Revive, tendo sido concessionado a um grupo internacional que irá investir para adaptar o imóvel a essa função, respeitando, naturalmente, as suas características arquitetónicas”, revela Alexandra Alves.

Mas há outras vertentes que a autarquia quer melhorar, “de forma a continuar a fortalecer a atratividade do concelho”. A Câmara Municipal de São João da Madeira tem criado novas plataformas de comunicação online, “área em que teremos mais novidades em breve, no sentido de potenciar a divulgação da nossa oferta turística, cultural e de lazer”. A cidade está também a braços com uma intervenção urbanística de requalificação e revitalização do centro, na envolvência da Praça Luís Ribeiro, que “vai também contribuir para reforçar a centralidade e a competitividade de São João da Madeira na atração de visitantes”.

Através do Turismo Industrial, São João da Madeira respeita e promove, com orgulho, a sua história e o fruto do suor – e das ‘unhas negras’ (expressão relacionada com a produção dos chapéus) – dos seus trabalhadores. Aliando a tradição à modernidade, a cidade tem os olhos postos no futuro, para onde caminha a passos firmes.


Maria João Leite

© Câmara Municipal de São João da Madeira 

 

© Maria João Leite Redação