IT&CM Asia: ‘phygital’, bem-estar e inclusão

Reportagem

22-09-2022

# tags: Tailândia , MICE , Eventos , IT&CM Asia , Feiras , Meetings Industry , Conferências

A IT&CM Asia decorreu presencialmente em Banguecoque, entre 20 e 22 de setembro, e vai prolongar-se virtualmente até ao dia 28.

A conferência de abertura foi dedicada ao tema ‘Onwards and upwards’ e abordou as mudanças no setor dos eventos de negócios e das viagens, depois de dois anos de restrições, e apontou novos motes a seguir. Agora, com as aprendizagens adquiridas durante a pandemia, o foco é a recuperação.

Chiruit Isarangkun Na Ayuthaya foi o orador convidado desta sessão. O presidente do Thailand Convention and Exhibition Bureau (TCEB) falou sobre as três novas “regras” que agora se impõem na indústria MICE: ‘phygital’, bem-estar e inclusão. Três palavras de ordem, cada vez mais importantes.

O ‘phygital’ engloba o físico e o digital. Chiruit Isarangkun Na Ayuthaya lembrou que, nos últimos dois anos, o uso da tecnologia criou uma experiência interativa, na qual as pessoas podem usar os dois canais. “O digital não é uma disrupção nas reuniões físicas, mas uma ferramenta útil para alargar e complementar a experiência física”, referiu.

O responsável explicou que existem cada vez mais preocupações com o bem-estar e com a realização de experiências saudáveis, que devem estar integradas num evento, e sublinhou ainda que a inclusão é uma prioridade, englobando a “acessibilidade para todos, o respeito pela diversidade e o apoio às comunidades locais”.

E a forma ideal para lidar com estas novas motivações da indústria é, adiantou, através do ‘human tech’, investindo em tecnologia que ajude a melhorar a qualidade de vida, também em eventos, e do ‘human touch’, valorizando as pessoas.

Tailândia com “bons sinais de recuperação”

Moderada por Karen Yue (group editor do TTG Travel Trade Publishing), a conferência de abertura contou posteriormente com um painel, composto por Max Boontawee Jantasuwan (presidente do Capítulo Tailandês do SITE – Society for Incentive Travel Excellence), Supanich Thiansing (diretora do departamento de Meetings and Incentives do TCEB) e Waikin Wong (diretora regional Ásia-Pacífico da ICCA).

A Tailândia está a mostrar “bons sinais de recuperação”, o panorama é positivo, especialmente para o mercador corporativo, afirmou Supanich Thiansing, que adiantou que, desde março, altura em que a Tailândia abriu as fronteiras, o país recebeu “mais de 100 mil visitantes internacionais”, dos quais 20% para reuniões e incentivos. Banguecoque e Phuket continuam a ser as escolhas preferenciais, mas as pessoas cada vez mais procuram cidades mais pequenas como alternativa, contou a representante do TCEB.

Também para Waikin Wong, da ICCA, as perspetivas de recuperação são boas. E deu como exemplo a Tailândia, que está com muita atividade e a receber muitos viajantes internacionais. “De uma forma geral estamos abertos, aptos e a avançar”, apesar de haver ainda algumas restrições na região Ásia-Pacífico.

Segundo Max Boontawee Jantasuwan, da SITE, desde o final das restrições de viagens, as coisas já estão a funcionar e com muita atividade, não esquecendo que é possível vender o mesmo destino, mas que é preciso adicionar uma nova experiência.

Eventos presenciais, sim, mas é preciso “preparar opções”

E pode a tecnologia melhorar a experiência de uma viagem de incentivo? “Sim e não”. Max Boontawee Jantasuwan, da SITE, considera que a tecnologia pode ajudar na parte do planeamento, mas as viagens de incentivo têm tudo a ver com experiências, sustentou.

Com a pandemia houve um acelerar da digitalização dos eventos e do uso da tecnologia para pôr as pessoas em contacto. Supanich Thiansing acredita que o digital pode ajudar na implementação dos eventos e a melhorar a experiência. Para a responsável do TCEB, os eventos presenciais vão continuar, mas o digital vai cobrir algumas lacunas e contribuir para melhorar a performance, aumentando as audiências, exemplificou.

Para Waikin Wong, as reuniões e os eventos presenciais estão definitivamente de volta, mas o híbrido pode ser a solução para dar conta de alguns problemas, relacionados com deslocações, por exemplo. “Ficamos mais digitais”, disse a representante da ICCA. Portanto, eventos presenciais, sim, “mas temos de preparar opções”.

Outro ponto de que muito se fala na indústria prende-se com os recursos humanos, com a retenção e atração de talento para as reuniões e eventos. É um “grande problema”, afirmou Max Boontawee Jantasuwan, da SITE, assegurando que a associação está a desenvolver iniciativas junto das escolas, no sentido de incentivar os jovens a virem para a indústria.

Também a TCEB e a ICCA promovem ações com as escolas para atrair as novas gerações. No fundo, mostrar aos mais novos o que é este universo dos eventos de negócios, para que não se perca a “magia” da indústria, como lhe chamou um profissional que estava a assistir à conferência.