Grupo Minor quer continuar a crescer
05-05-2025
# tags: Hotelaria , Lisboa , Coimbra , Algarve , Eventos , Porto , Hotéis
Apesar dos desafios do contexto nacional e internacional, o Grupo Minor quer manter o crescimento em Portugal ao longo deste ano.
Ramón Braña, operations regional manager Portugal Urban Hotels do Grupo Minor, indica que o ano de 2024 foi “muito bom” para as unidades em Portugal, que são hoje 17, distribuídas por Lisboa, Porto, Coimbra, Sinta e Algarve. “A ideia para o ano de 2025 é manter o crescimento”, conta.
Em termos de ocupação, há alguns desafios, já que o grupo está a efetuar reformas em quatro hotéis, pelo que há menos disponibilidade. Por exemplo, o Avani Avenida Liberdade Lisbon Hotel tem 80% dos quartos em reforma e o Tivoli Coimbra Hotel está a ser totalmente renovado. Por isso, em comparação com o ano passado, o aumento poderá não ser muito, “porque temos alguma baixa de disponibilidade”, mas, ainda assim, “é um ano também de crescimento no geral”, até porque há novidades.
Uma delas abriu em fevereiro, o Tivoli Kopke Porto Gaia Hotel, que é “muito importante” para o grupo hoteleiro. Assim, “a nossa previsão para 2025 é que seja um ano bom”, apesar de todas as incertezas no contexto internacional (as guerras na Ucrânia e na Palestina, bem como a entrada de Donald Trump na administração norte-americana) e também a nível nacional (com a queda do Governo e a necessidade de novas eleições). Sendo a hotelaria um “setor de ócio”, “tudo o que acontece a nível mundial pode prejudicar”. E há sempre dúvidas sobre o que pode acontecer… “A instabilidade não é boa para nós”, afirma.
Para Ramón Braña, Portugal é um país com “boa reputação a nível internacional”, em constante melhoria e com potencial para fazer ainda mais, com “destinos importantes” e com outros que podem ainda vir a ser promovidos, o que representa uma “oportunidade de crescimento do país”.
“O mercado americano é muito importante”
Ramón Braña refere que, na região onde opera em Portugal, a urbana, “temos 30% de [hóspedes] nacionais e 70% de internacionais, mais ou menos”. Mas há diferenças nos destinos: se no Porto a presença internacional é grande (perto dos 75%), em Coimbra é “ao contrário”, chegando a representação internacional apenas aos 22%, por exemplo. “Os destinos com aeroporto, com boas ligações, têm mais possibilidades de atingir mais destinos internacionais”, sublinha.
Para o Grupo Minor, “o mercado americano é muito importante”, seguindo-se outros mercados como o britânico, o francês, o alemão e o espanhol. Para os hotéis de Lisboa, os principais mercados emissores são os Estados Unidos (em primeiro lugar), Reino Unido, França, Alemanha e Países Baixos. “Estamos a perceber uma baixa do mercado brasileiro. Há muitos que estão agora a procurar casa própria na zona sul de Lisboa” e isso contribui para a quebra.
No Porto, os principais mercados são a Alemanha, Espanha (para os espanhóis, o Porto é hoje uma espécie de “destino obrigatório”), Reino Unido, França e Turquia. Em Coimbra: Reino Unido, Itália, Espanha, Suíça e Finlândia. Em jeito de resumo, os Estados Unidos, os países do centro da Europa e Espanha “são os mais importantes para nós”.
“O mais importante é dar coisas diferentes ao mercado”
Localizado numa antiga cave de vinho do Porto, o Tivoli Kopke Porto Gaia Hotel conta com 150 quartos, dois restaurantes, três bares, duas piscinas, um ginásio, um spa e, para reuniões e eventos, seis salas e 9.000 metros quadrados de jardins exteriores.
“Achamos que a Kopke, com a marca Tivoli, é uma referência”, afirma Ramón Braña, que considera que, para um hotel se diferenciar dos outros – e “a cada dia há mais hotéis” –, “o importante é criar experiências novas, ter também estabelecimentos que contribuam para um storytelling”. No caso do Kopke, que tem umas caves de vinho do Porto adjacentes ao hotel… “Acho que o Kopke tem praticamente tudo para ser um sucesso”, não só pelas suas estruturas, como pelas experiências que pode proporcionar.
A nível gastronómico, o 1638 restaurant & wine bar, do Tivoli Kopke Porto Gaia Hotel, conta com a presença e assessoria do chef espanhol Nacho Manzano, que tem três estrelas Michelin. Além disso, “temos a possibilidade de fazer muitas coisas ao nível do MICE”. Há muitas expectativas no que toca ao sucesso neste projeto, que se pretende que seja de qualidade e que proporcione boas experiências. “O mais importante agora é dar coisas diferentes ao mercado.”
Com tantos novos empreendimentos que surgem no mercado, Ramón Braña considera que é possível fazer a diferença, a começar pelo serviço. “Estamos a trabalhar com os funcionários, na formação”, refere, acrescentando que “hotéis bons há muitos – então, a diferença é ter um bom serviço, dar boa atenção, ter funcionários comprometidos e, para mim, ter experiências diferentes”. O responsável adianta que, depois da pandemia, “já não podemos falar de fazer pacotes ou coisas em geral. Temos de tentar fazer as coisas para cada um dos hóspedes que temos. Cada hóspede tem de perceber que é tratado como o mais importante do hotel”.
A sustentabilidade é também “muito importante” para o grupo, tal como a acessibilidade, para que todos possam ser incluídos. “Acho que a nossa diferença é que temos oito marcas e podemos ter diferentes experiências para cada uma delas.”
“A nossa ideia é crescer”
A importância do MICE para o grupo hoteleiro tem vindo a aumentar. “No ano passado, fechamos perto dos 10% o total da receita que procede da área MICE. Com a incorporação do Tivoli Kopke, é nossa intenção atingir melhores resultados”, conta Ramón Braña.
E se antes, neste capítulo, as propostas eram feitas com mais tempo, hoje entram de um dia para o outro. Isso exige agilidade e flexibilidade para uma resposta rápida e criativa, com experiências exclusivas e adaptadas aos pedidos dos clientes. Concretizar o efeito ‘wow’ é cada vez mais difícil e, daí, a importância do storytelling, explica.
Alguns dos hotéis do Grupo Minor contam com espaços para reuniões e eventos. Sendo este um mercado “dinâmico”, o grupo está a trabalhar em várias propostas e oportunidades. O Tivoli Kopke Porto Gaia Hotel é a grande novidade do grupo, mas há uma outra, que está prestes a abrir: o Tivoli Estela Golf and Lodges, que também vai ter uma área dedicada ao segmento MICE. Ramón Braña não pode revelar outros novos projetos, mas “a nossa ideia é crescer”.