Thinking Heads abre janela do talento português para o mundo

Entrevista

05-12-2025

# tags: Liderança , Eventos , Conferências

A Thinking Heads, consultora de gestão de influência de organizações e líderes, chegou a Portugal sob a alçada da agência AMP Associates.

Rita Serrabulho, CEO da AMP Associates e associate da Thinking Heads Portugal, explica à Event Point que esta parceria surge como “uma necessidade natural do mercado”, tendo em conta o crescimento e a afirmação do setor dos eventos em Portugal, que tem transformado o país “num hub relevante internacional” e “numa oportunidade para dar palco a oradores e especialistas portugueses”.

Como a AMP Associates é um player da comunicação, “muitas vezes com o papel de organizar também eventos para os seus clientes”, tem havido uma “necessidade crescente de trazer para esses fóruns o conhecimento especializado sobre determinadas matérias”.

Assim, a AMP Associates percebeu que “estavam reunidas as condições com sinergias óbvias para lançar uma marca internacional que facilitasse o maior e melhor acesso a speakers internacionais, mas também profissionalizar o acesso a speakers nacionais”.

“Neste sentido, a entrada da Thinking Heads Speakers no mercado português, vem não apenas valorizar o setor dos eventos, colocando mais de 5.000 oradores globais (incluindo Portugal) à disposição do setor, como simultaneamente abre uma janela do conhecimento e do talento português para o mundo”, adianta.

Acesso a conteúdo “profissionalizado, sistematizado e especializado”


O lançamento da Thinking Heads Portugal representa a entrada de um player global num mercado cada vez mais exigente. A consultora pretende, “por um lado, facilitar o acesso mais rápido e diversificado aos inúmeros especialistas nacionais e internacionais para os organizadores de eventos, empresas, associações, agências, que têm esta necessidade premente”, conta Rita Serrabulho, lembrando as dificuldades que muitas vezes existem no acesso a determinadas figuras ou especialistas.

“Por outro lado, o propósito claro de colocar na nossa rede o maior talento português, em áreas tão distintas como a economia e finanças, política, ciência, tecnologia ou desporto, dando-lhe um palco internacional, e podendo debater em qualquer geografia – juntamente com os seus pares de outras nacionalidades – aqueles que são os seus pontos de vista e o seu know how acumulado”, acrescenta.

Segundo Rita Serrabulho, a entrada da Thinking Heads Speakers em Portugal vem “associar-se a um conjunto de vantagens competitivas que Portugal já tem neste setor – nomeadamente, a sua localização geográfica, infraestruturas ou apoios institucionais –, oferecendo agora através dos seus oradores o acesso a um conteúdo profissionalizado, sistematizado e especializado”.

“Uma aposta na oportunidade de ‘escutar’ os melhores do mundo”


Sobre a procura de oradores e de conteúdos de alto impacto, por parte dos organizadores de eventos corporativos e conferências, Rita Serrabulho entende que são “as mudanças sociais, políticas e económicas que vivemos nos dias de hoje” que “‘comandam’ estas necessidades e a procura”. Por isso, os mais procurados têm sido oradores mais ligados à geopolítica, inteligência artificial, motivação ou saúde mental.

“Nos últimos meses, registámos também uma procura de oradores ligados à temática da defesa. Normalmente, são temas intimamente ligados às necessidades inerentes às organizações, que podem vir a impactar os negócios, ou que de alguma forma estão já a afetar as suas performances.”

“A presença de especialistas em fóruns organizados (internos ou externos) pretende, neste sentido, ser um investimento na prevenção ou minimização de temas que têm estas géneses. É, por isso, uma aposta na oportunidade de ‘escutar’ os melhores do mundo, de forma que se consiga adquirir o conhecimento necessário para lidar com estes desafios”, afirma.

“Política, clima, inovação, tecnologia (IA), futuro do trabalho, liderança (dos novos tempos), defesa e saúde mental são os temas mais trendy, e que já tiveram reflexo na procura nacional no decorrer do ano de 2025”, refere Rita Serrabulho, que acredita que, “fruto do impacto da IA, entraremos num ciclo de maior especialização de algumas áreas, nomeadamente aquelas que, com esta alteração de paradigma social, terão num curto prazo influência, por exemplo, nas novas profissões ou mudança das organizações”.

Os critérios de seleção de oradores


A Thinking Heads representa personalidades de referência mundial, de líderes políticos a inovadores e criadores culturais. Os critérios norteiam a seleção e curadoria destes oradores passam pela “diversidade, pensamento e contributo à sociedade com valor acrescentado”, bem como pelo facto de fazerem ou terem feito, pela sua carreira, a diferença nessas dimensões. Daí, a consultora representar Prémios Nobel, académicos de universidades prestigiadas, políticos que lideraram políticas públicas marcantes ou artistas.

“Os critérios passam por selecionar o talento que pode desencadear, promover e contribuir para uma reflexão sobre temas que preocupam as sociedades e/ou organizações, permitindo adquirir um maior conhecimento e com ele ajudar a encontrar soluções para as suas preocupações, mas também identificar oportunidades de atuação, através daqueles que dedicam ou dedicaram as suas vidas a fazer isso mesmo”, explica.

Rita Serrabulho esclarece que, em Portugal, “os critérios de seleção são exatamente os mesmos” e que “os primeiros 50 portugueses que se juntaram a esta rede têm este perfil”. A consultora garante estar atenta “ao talento emergente”.

Durão Barroso (político) ou Mariana Van Zeller (jornalista internacional), António Damásio (neurocientista), Adolfo Mesquita Nunes (advogado e político), Joana Carneiro (maestrina), Miguel Sousa Tavares (escritor), Paulo Portas (político) ou Pedro Brito (académico) são alguns dos nomes, que “representam gerações diferentes de áreas muito distintas”, mas que, “pelas suas carreiras, cumprem esses critérios”.

Programas disponíveis para as organizações


A Thinking Heads conta com programas específicos que colocam à disposição das organizações formações organizadas, “cujos formadores são os próprios speakers” – estes vão “partilhar os seus conhecimentos com objetivos concretos de promover e reforçar essa visibilidade e credibilidade dos executivos e das marcas”.

Exemplo disso é o PLP – Programa de Liderança e Posicionamento, “que foi desenhado para ser dado a uma comunidade exclusiva (boards executivos, altas linhas de direção, senior managers, porta-vozes, líderes de opinião, figuras públicas ou políticos)”. O programa de oito sessões – orientadas pelos speakers da agência – aborda temas como o auto-conhecimento, influência, networking, storytelling, posicionamento, comunicação ou liderança.

“Temos também programas que reúnem oradores de diferentes especialidades, que falam sobre temas mais atuais, mas sob perspetivas diferentes, nomeadamente sobre saúde mental, aceleração digital das organizações, a sociedade do futuro, retenção de talento, gestão geracional, entre tantos outros”, refere Rita Serrabulho, que lembra ainda os programas tailor-made, “com base na mesma metodologia, mas que estão orientados para uma necessidade de determinada empresa ou organização”.

E numa altura em que autenticidade, o propósito e o impacto são essenciais, como é que a Thinking Heads Portugal vai ajudar as organizações a identificar o orador ou líder mais adequado para inspirar as suas equipas ou públicos? Por vivermos “na era do algoritmo” e por ser cada vez mais difícil distinguir o verdadeiro do falso, Rita Serrabulho defende que a “humanização da informação adquire um papel fundamental” e que “a análise e o sentido crítico de cada um devem ganhar espaço”.

Assim, para a CEO da AMP Associates, “é crítico que as organizações façam esta reflexão, ouvindo os especialistas sobre os temas que as preocupam, que reforcem as mensagens em que acreditam ou que capacitem as suas equipas de conhecimento fundamentado”.