A associação que se orgulha de representar 1% dos venues

15-10-2018

A International Association of Conference Centers (IACC) organizou o Europe Knowledge Festival, de 5 a 7 de Outubro, no Dolce Campo Real Lisboa.
À margem desse encontro estivemos à conversa com o CEO da associação, Mark Cooper. Importa começar por explicar que para se ser membro da IACC é necessário que a média de participantes por evento não ultrapasse as 150 pessoas; mais de metade do negócio venha dos eventos (o que exclui grande parte dos hotéis); e que as salas estejam de facto pensadas e preparadas para acolher eventos, com bons equipamentos, iluminação, acústica, etc. e não sejam apenas quatro paredes ao alto. Ultrapassada esta malha já de si apertada, os candidatos têm ainda que cumprir 60, sim, leu bem, 60 requisitos prévios, antes de poderem almejar o estatuto de membro IACC. Não admira por isso que representem apenas uma ínfima percentagem do mercado, “os melhores 1%”, garantem. Não admira também que, apesar de ter associados espalhados pelo mundo inteiro, só haja um membro português activo, justamente o Dolce Campo Real Lisboa.
 
De regresso agora ao Europe Knowledge Festival, Mark Cooper explica que apenas levam este evento para um destino “quando um dos nossos membros acolhe de braços abertos a iniciativa. “É a oportunidade de conhecer o venue, a comida, os vinhos, os espaços para reuniões, a filosofia de trabalho. É isso que realmente nos interessa”.
 
E a ambição passará também por conquistar novos associados em Portugal? “Há sempre essa ambição de, quando vamos para um destino, impactar outros actores do mercado e fazê-los pensar que pode ser interessante juntarem-se à IACC. Mas a iniciativa tem que partir deles, porque nós não fazemos uma prospecção comercial. Não batemos à porta de ninguém, a pedir que façam parte da associação”.
 
Questionado sobre quais as principais vantagens dos associados da IACC, o CEO destaca a “informação produzida e partilhada, as tendências, o saber como temos que desenvolver os nossos produtos, a conexão com pessoas que trabalham noutros mercados. É aprendermos uns com os outros, e educar os organizadores de eventos”.
 
Esta troca de experiências é tão importante que, estando a associação organizada em capítulos, Europa; Américas; Austrália, Ásia e Pacífico, se procura sempre promover o intercâmbio entre eles, e em Lisboa estiveram, por exemplo, membros dos Estados Unidos e da Austrália. “É muito importante aprendermos uns com os outros, não só dentro de cada país, de cada continente, mas de um modo global”, reforça Mark Cooper.
 
Parcerias e projectos
 
 
Durante o Europe Knowledge Festival falou-se ainda da parceria com a Meeting Professionals International (MPI). “Os organizadores de eventos, especialmente quando têm que mudar de continente, e como não têm muita informação, procuram muitas vezes as marcas que conhecem. Um meeting planner de Nova Iorque era capaz de vir para Lisboa e escolher um hotel da Hilton, porque a marca lhe é familiar. O que procuramos é dar a conhecer venues menos conhecidos, os tesouros escondidos do mercado. Poderíamos pensar que os venues são apenas paredes, umas cadeiras, umas mesas… se olharmos para o exemplo do Dolce, tudo aqui foi pensado ao detalhe para servir o melhor possível os organizadores de eventos: a qualidade da luz, o conforto das cadeiras, a combinação de diferentes tipos de comida, etc. São esses detalhes que fazem a diferença, e são esses detalhes que queremos ver reconhecidos”, garante o CEO da IACC.
 
Há três anos a associação decidiu lançar o projecto da sala de eventos do futuro. Reuniu diferentes especialistas de diferentes áreas, dos venues, dos clientes, dos fornecedores, “para nos ajudarem a reflectir sobre como imaginam o espaço para reuniões do futuro, e fizemo-lo nos diferentes capítulos. As conclusões são comuns em muitos aspectos, mas também diferem, por exempo quanto ao uso de tecnologias para interagir com o público. Na Europa isto foi muito valorizado, enquanto que nas Américas a resposta foi muito mais tímida, talvez porque as pessoas não sentem que essa interacção seja assim tão relevante”.
 
E o que podemos esperar então destes venues no futuro? “Vamos enfrentar alguns desafios, como garantir melhores infra-estruturas de acesso à Internet, e aproveitar mais os espaços ao ar-livre, para enriquecer a experiência dos participantes”, conclui Mark Cooper.