AM Experience Group: “A pandemia tornou-nos mais ágeis no pensar e no agir”

04-08-2021

Entrevista a João Amaral, co-managing director do AM Experience Group.

São 20 anos de experiências criativas. Especializado na criação de eventos e experiências para centros comerciais, municípios e empresas, bem como em iluminação e decoração natalícia, o AM Experience Group está a assinalar duas décadas de atividade, tendo-se reestruturado e estando de olhos postos para lá da Península Ibérica. Se a empresa tem por hábito inovar o portefólio de produtos e serviços, a pandemia veio aguçar a destreza e a criatividade e, este ano, foi lançado um novo projeto, o Wonder Lights.

À Event Point, João Amaral, co-managing director do AM Experience Group, descreveu o percurso da empresa e destacou os melhores momentos deste caminho de 20 anos, falou dos impactos da pandemia e do futuro.

 

O AM Experience Group está a celebrar 20 anos de atividade. Como pode descrever este percurso?

O AM Experience Group opera no setor da criatividade, da criação de experiências que transformam as emoções humanas. Começámos com mais garra e visão do que com certezas e recursos, mas fomos construindo o nosso caminho com uma convicção: queríamos fazer a diferença no nosso meio. Como o conseguimos? Ao construirmos com os nossos clientes relações fortes, ao desenharmos as experiências à sua medida, escutando-os, antecipando as suas “dores” e desejos, vincámos o nosso DNA e tudo o que define os nossos produtos e serviços.

Que momentos pode destacar destas últimas duas décadas?

Vinte anos representam muitos momentos marcantes. A campanha com que estamos a assinalar o aniversário recorda os 20 eventos mais icónicos da empresa. Entre esses, podemos destacar alguns que constituíram marcos de viragem no percurso e no crescimento da empresa: A Árvore dos Abraços para os Armazéns do Chiado, em 2015 (a decoração de um centro icónico do país e a criação de um evento solidário que, inclusive, ganhou prémios do ICSC – International Council of Shopping Centres); Braga é Natal, de 2018 a 2020 (um projeto único de decoração de Natal, com uma árvore gigante interativa, que atrai todos os anos milhares de pessoas para o centro da cidade); Óbidos Vila de Natal, em 2009 (a conceção e construção de uma pista de gelo única, que ficou na memória de todos os que visitaram a Vila Natal nesse ano); decorámos (várias vezes) os maiores centros da Península Ibérica (Intu Puerto Venecia em Espanha e o UBBO em Portugal). Na produção de musicais no gelo, o primeiro será sempre especial – “O Quebra-Nozes no Gelo”, para o Mar Shopping Matosinhos, em 2013 –, mas marcou-nos também a produção do espetáculo “Alice, o País das Maravilhas no Gelo”, por termos trabalhado o guião com o Nuno Markl, por termos incorporado cenários em videomapping e também por termos criado um foyer imersivo, cheio de photo opportunitiespara partilhar nas redes sociais.

 

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A empresa lançou recentemente o produto Wonder Lights. Como surgiu a ideia de lançar este novo produto e em que tipo de eventos e experiências pode ser utilizado?

Grande parte das nossas instalações e projetos de iluminação estão localizados onde e quando o público já os espera. Fazemo-lo, sobretudo, em centros comerciais e nas ruas das cidades, muito associados ao Natal. A Wonder Lights surge da vontade de trabalharmos a luz de forma mais livre e surpreendente. De ser a luz a ir ao encontro das pessoas, nos locais mais inusitados, fora da época natalícia. São, sobretudo, experiências para serem vividas ao ar livre, mas as suas aplicações são infinitas: em jardins, ruas, coretos, janelas, fachadas, estendais… A ideia central é que a Wonder Lights faça sentir algo, que emocione e provoque muitos sorrisos.

Esta diversificação do portefólio é uma forma de dar resposta à pandemia? Veio da necessidade de reinvenção?

Na verdade, todos os anos inovamos o nosso portefólio de produtos e serviços. É algo que os nossos clientes já esperam de nós. Mas, sem dúvida, a pandemia tornou-nos mais ágeis no pensar e no agir. Tornou-se mais fácil criar experiências novas para um mundo que também é algo “novo”.

Qual foi o impacto da pandemia na empresa e como está a decorrer a retoma?

A Covid-19 e as medidas necessárias à sua contenção traduziram-se num choque muito severo para o AM Experience Group. O ano de 2020 foi desfavorável no que diz respeito ao crescimento que tínhamos previsto e tivemos que reagir com medidas que desempenharam um papel muito relevante na salvaguarda da nossa sustentabilidade financeira e na preservação de todos os empregos. A retoma tem sido lenta, devido às grandes incertezas que ainda se colocam no caminho até ao final do ano, especialmente para o período de Natal. É verdade que temos mais projetos em curso do que no ano passado e mais oportunidades também, mas, no global, sentimos que os orçamentos disponíveis por parte dos clientes decresceram, refletindo também a crise em todos os setores. Há uma “sede” da sociedade em geral por voltarmos à normalidade o mais rapidamente possível. Da nossa parte também. É por isso que queremos contribuir com novos projetos – seguros – que ajudem a pôr a economia das experiências em ação e que isso ajude os nossos clientes na sua retoma.

 

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A empresa reorganizou-se em quatro marcas. A que se dedica cada uma delas?

A AM Illumination & Arts dedica-se a criar projetos de iluminação e decoração festiva. Trabalhamos muito com centros comerciais, câmaras municipais e empresas com espaços privados. A AM Live mantém o seu core business, com a produção de espetáculos ao vivo de grande impacto visual, criativo e artístico. A AM Fun Play & Ice desenha, concebe e produz espaços de diversão (como pistas de gelo, parques temáticos e experiências de aventura). Por fim, a AM Immersive & Digital desenvolve projetos que convertem espaços do dia-a-dia em experiências imersivas através de luz e cor e de instalações físicas e digitais.

O grupo aposta na consolidação da sua presença nos mercados português e espanhol e está de olhos postos no mercado francês. A internacionalização faz parte do reposicionamento da empresa?

No AM Experience Group olhamos para a internacionalização como uma forma de assegurar a competitividade e o crescimento do grupo. Não sendo uma novidade em termos de desenvolvimento de projetos, a internacionalização surge hoje como uma necessidade, porque exige que a empresa reúna competências únicas que lhe possibilitem diferenciar-se no mercado-alvo e aproveitar as oportunidades de crescimento que existem. Nesse contexto, é importante analisar que a nossa competitividade passa cada vez mais por fatores como a marca, customização e serviços associados aos produtos que temos nas várias áreas de negócio, com especial destaque para a AM Illumination & Arts e AM Live. Estando já presente no mercado espanhol, será natural que o mercado francês seja o mercado-alvo a curto prazo para o AM Experience Group.

 

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O que faz do AM Experience Group uma empresa diferenciadora?

A valorização do processo pessoal e da cocriação com os clientes é um dos nossos maiores ativos. A qualidade e o foco dessa relação com os clientes definem quem somos e o que fazemos. O facto de mais de 80% dos nossos projetos serem personalizados mostra como o cliente nos perceciona no mercado: como uma empresa criativa e inovadora, que entrega qualidade e exclusividade.

Que expectativas tem para o futuro?

A evolução do mundo tem sido muito rápida e algo imprevisível. Mas todos sabemos que a economia das experiências gira e girará sempre em torno das necessidades mais básicas do ser humano como brincar, sentido de comunidade, personalização, autenticidade e, claro, a necessidade de afirmação de status. Os biliões de utilizadores diários das redes sociais comprovam-no. Sabemos também que, por muito que as experiências virtuais sejam apelativas, nada substitui uma experiência presencial. Acreditamos que a magia se dá quando conseguimos “casar” estes dois mundos (virtual e real) numa explosão de emoções, em respeito pelo mundo, pela sustentabilidade ambiental e social. É para aí que vamos! 

 

Cláudia Coutinho de Sousa e Maria João Leite