Aplicações móveis para eventos. Valem a pena?

30-08-2019

Seria de esperar que, tendo serviços digitais para eventos, quiséssemos promover um serviço de que dispomos, criar aplicativos para eventos. Não é assim.

Uma aplicação móvel ou app pode parecer uma fonte inesgotável de negócios, fãs, awareness e tudo isso, mas… sim, mas, como em tudo, carece de cuidados. Antes de irmos para os contras, vamos visitar a terra dos prós:

‑ Experiência do cliente controlada pela marca: o cliente vê e navega por onde pretendemos com a vantagem de ser algo consistente, adaptável ao ambiente móvel e supostamente fácil de entender;

‑ Estamos onde o cliente está naquele momento: geolocalização, notificações push, conteúdo fresco, tudo pode ser acionado quando quisermos e onde o cliente estiver. E num evento quando é que queremos que ele consuma? Sim, lá dentro, quando está concentrado, focado e (esperemos) seduzido. Ah e estamos sempre no seu bolso, onde o mercado está a crescer: no consumo de conteúdos móveis.

– Posicionamento “lá para cima”: “Já viu a nossa app?”, “Conheça as nossas novidades”, pode ajudar a marca a alavancar a presença e a “subir uns pontos” na escala da inovação, especialização e competência.

– Comunicação direta, maior envolvimento: não é ciência exata, mas a comunicação não tem filtros de sites ou outras fontes, e dependendo do conteúdo, vamos aproximar o cliente/fã do que estamos a dizer/promover/partilhar.

– Melhora o networking no evento: partilha de contactos, marcação de mini‑reuniões, partilha de apresentações, discussões, votações, ufa…

Ok, vamos arrancar para programar aplicações móveis para eventos, mas vamos ao mas?

– Fazem MESMO sentido as aplicações móveis para eventos? Depende do evento. Se houver partilha de informação, votações, e interactividade, sim! Se existirem participantes de várias origens onde faça sentido ter informação relevante de locais, contactos, sim! Se for um momento para criação de negócios, e troca de contactos, sim!

Se utilizar para inscrições antes do evento, SIM! Mas para isso temos de deixar de pensar num site de inscrição e criar o aplicativo para evento logo na fase do planeamento.

– Tempo e custo de desenvolvimento: há soluções rápidas com alguma personalização, mas se queremos algo único, o custo e o tempo são elevados. Aqui, caso não tenha equipa própria, há a oportunidade de subcontratação. Mas, como em tudo nos eventos, tem de ter o diapasão afinado com quem vai trabalhar pois o tempo é normalmente escasso.

– Manutenção e produção de conteúdo: vale a pena ter uma app bonita, mas que não tem conteúdo? Ou o último foi há tanto tempo que a memória apagou?

Criar um aplicativo para um evento pode ser algo fantástico e envolvente, mas necessita de ser alimentado com conteúdo relevante.

Outra vez a história do conteúdo? Sim, outra vez. O que é que acontece a uma app que instala e que não é atualizada com regularidade?

Pois, é desinstalada ou chutada para o quarto ecrã do smartphone que é o mesmo que dizer que morre.

Em muitos eventos ter um site e o aplicativo pode ser demasiado. Escolhendo e sabendo que a maioria dos acessos é via mobile, sugerimos a app, mas com estas notas em mente.

Uma nota para as Progressive Web Apps

Nos últimos dois anos surgiram as PWA (Progressive Web Apps). Por esta designação talvez não saibam o que é mas e se vos dissesse que o Finantial Times, o Instagram, o Ali Express têm PWAs?

PWAs permitem ser acedidas num PC, não requerem instalação via Lojas Android e iOS e o Google pode indexá‑las no motor de busca. São acessíveis via endereço como o caso de http://asser.biz. Pode aceder via PC como disse, mas em mobile ficará otimizada.

O tempo de desenvolvimento e o investimento são mais reduzidos, adequando‑se ao mundo do mercado dos eventos.

Resumindo...

A app pode ser a cereja no topo do bolo do seu evento e alavancar para fora da esfera dos participantes.

E acreditamos que nos eventos certos e com as ferramentas certas é fundamental.

Mas não basta instalar, ter o ícone, menus e algumas ligações. Temos de os fazer sentir parte daquele evento, naquele momento, de criar e partilhar conteúdo com que as pessoas se identifiquem.

Nuno Seleiro Diretor da Asserbiz