Brasil: Uma viagem ao “barroco colonialista”
02-01-2017
O colonialismo português no Brasil deixou marcas na arquitectura e as igrejas e os grandes solares e sobrados são a prova do que os brasileiros chamam de “barroco colonialista”. Ouro Preto, Diamantina, Salvador e Olinda são algumas das cidades onde a arquitectura barroca e a influência do colonialismo português estão mais marcadas. Esta é uma viagem à história do Brasil.
Ouro Preto
A cidade, a 95 quilómetros de Belo Horizonte, tem mais de 300 anos e foi reconhecida pela Unesco como Património Cultural da Humanidade. Entre as centenas de igrejas, encontram-se diversas obras de António Francisco Lisboa, conhecido como o “Aleijadinho”, entre as quais a Igreja de São Francisco de Assis (1766), uma das principais expressões do barroco mineiro. A Igreja Matriz de Nossa Senhora do Pilar é célebre pelos cerca de 400 quilos de ouro utilizados na cobertura dos elementos da igreja, que tem mais de cem de anjos esculpidos. Ouro Preto tem ainda outros pontos de interesse, como a Rua Direita, a Praça Tiradentes e o Museu da Inconfidência, onde é possível conhecer melhor a história do colonialismo português na cidade.
Diamantina
Também reconhecida pela Unesco como Património Cultural Mundial, Diamantina, situada no estado de Minas Gerais a 292 quilómetros de Belo Horizonte, foi também reconhecida pelo Instituto do Património Histórico e Artístico Nacional pela sua riqueza em construções típicas do período colonial. Na cidade é notório o contraste entre a simplicidade da arquitectura civil e a ostentação dos grandes solares e igrejas. De destacar o Passadiço da Glória, que liga dois sobrados do século XVIII e XIX, a Casa de Chica da Silva e a Igreja Matriz de Nossa Senhora da Conceição, a Capela de Nossa Senhora da Soledade e a Igreja de Nossa Senhora D’Ajuda.
Salvador
Fundada no ano de 1549, Salvador foi a primeira capital do país. E foi nesta cidade, que originalmente tinha funções de porto de apoio às rotas do Oriente e de grande centro de exportação de açúcar, que membros da fidalguia e alto clero português construíram diversos edifícios religiosos e luxuosas residências. Exemplos disso são o Solar dos Sete Candeeiros, o Paço do Saldanha e as igrejas de Nossa Senhora da Conceição da Praia, da Ajuda e da Sé. Além disso, Salvador conta ainda com a Praça Nova da Piedade, a Praça do Palácio e o Terreiro de Jesus, onde estão patentes as influências.
Olinda
Olinda foi reconhecida como Património Histórico e Cultural da Humanidade pela Unesco e foi eleita a primeira Capital Brasileira da Cultura, em 2005. Fundada em 1537, a cidade situa-se a seis quilómetros do Recife e conta com ruas de pedra e mercados que evidenciam a influência arquitetónica colonialista. Entre os monumentos em destaque encontram-se a Igreja da Sé, o Mosteiro e a Igreja de São Bento e o Mercado da Ribeira. Aqui, o que antes era espaço de comercialização de escravos é hoje um espaço dedicado ao artesanato, onde também decorrem diversos eventos musicais e de entretenimento.
© Rita Barreto