Coronavírus e o impacto na meetings industry

17-02-2020

Vários eventos foram já adiados ou cancelados, devido ao surto de coronavírus.

É um problema de saúde global, que fez já mais de 1.700 vítimas mortais e milhares de infetados em todo o mundo. O surto de coronavírus (Covid-19) continua a mudar a vida de inúmeras pessoas e os seus efeitos já se fazem sentir na meetings industry, levando ao cancelamento ou adiamento de várias feiras e eventos, nas mais diversas áreas.

Pela primeira vez nos seus 33 anos de atividade, o Mobile World Congress foi cancelado. O receio de contágio fez com que algumas grandes marcas de renome tenham cancelado a sua participação nesta feira de telecomunicações móveis, que iria juntar em Barcelona, de 24 a 27 de fevereiro, cem mil delegados, incluindo seis mil profissionais oriundos da China.

Outras conferências cancelaram a sua edição de 2020, por precaução: a Corenet Global Summit APAC, que se ia realizar de 10 a 12 de março, regressa em 2021 a Singapura; a International Thin Film Transistor Conference, agendada para 5 de março, também regressa a Xangai apenas no próximo ano; ou a conferência anual do Credit Suisse Group na Ásia, que estava marcada para o final de março, em Hong Kong.

Outros eventos mantêm-se este ano, mas foram adiados. Exemplo disso, e no setor dos eventos, é a IT&CM China, que decorre em paralelo com a CTW China – ambos adiados de março para o início de agosto, em Xangai. Mas há mais exemplos: a Alzheimer’s Disease International (adiada para dezembro, em Singapura); a International Conference on Partial Least Squares Strictural Equation Modeling (adiada para outubro, em Pequim); o World Congress for Bronchology and Interventional Pulmonology (adiado para setembro, em Xangai); ou o CAREhab 2020 (alterado para julho).

E embora o surto seja uma preocupação efetiva, outras organizações decidiram manter as suas datas, até ordem em contrário. A palavra de ordem é monitorização. A IBTM Asia Pacific (6-8 de abril, em Singapura), a International Trademark Association (25-29 de abril, em Singapura) e a IMEX Frankfurt (12-14 maio, em Frankfurt), por exemplo, mantêm as datas agendadas.

Até ao momento, não temos informação sobre eventos cancelados em Portugal devido ao surto de coronavírus.

 

Páginas de apoio e informações úteis

O grande impacto do coronavírus passa pelo cancelamento ou adiamento de conferências ou feiras – são negócios que ficam por conhecer e por concretizar, viagens de negócios que diminuem, a participação de profissionais asiáticos que se torna reduzida. Os receios de viagem levam muitos delegados a cancelar as suas participações em eventos. E isso afeta o setor.

Para ajudar a entender melhor o problema e a passar informações relevantes para a meetings industry, a ICCA – International Congress and Convention Association lançou um liveblog sobre o assunto, onde se apresentam notas, esclarecimentos, testemunhos, bem como se atualizam os eventos cancelados ou adiados. Além disso, a ICCA, com a Joint Meeting Industry Council, apela aos seus membros para que apoiem as medidas que ajudem a restaurar e a solidificar a confiança na participação em eventos e disponibiliza o whitepaper ‘Crises Management for Meetings’, um documento que tem dicas sobre como se pode lidar com situações de crise.

 

Também a PCMA – Professional Convention Management Association está em cima do acontecimento e criou uma página dedicada a esta matéria, com informações sobre a doença, conselhos sobre as melhores práticas e uma secção de perguntas e respostas sobre os efeitos do vírus no setor.

“É cada vez mais visível que o setor dos eventos de negócios está a sentir diretamente os efeitos deste surto. Embora o impacto económico a curto prazo dos eventos adiados ou cancelados nas comunidades e empresas seja uma preocupação significativa, a interrupção dos eventos de negócios pode ter também um igual, se não superior, impacto social global, no que toca ao impedimento da partilha de conhecimento importante – em todos os setores e profissões – que fazem com que a nossa sociedade avance”, refere Sherrif Karamat, presidente e CEO da PCMA, que já está a pensar num plano de recuperação, para avançar assim que a Organização Mundial de Saúde e os Centros de Controlo de Doenças derem o sinal verde.

Nessa altura, “a PCMA vai ajudar a passar a mensagem de que os eventos de negócios não são só seguros, como são também uma componente vital para a recuperação económica generalizada. Temos estado em debates contínuos com os líderes dos eventos de negócios na China para colaborar no desenvolvimento de um plano”, acrescenta.

Também o Events Industry Council criou uma página sobre o tema, com informações úteis e sobre os efeitos do surto no setor, mesmo que não se saiba ao certo o impacto actual. “Sabemos que alavancar relações e parcerias é essencial para encontrar respostas e soluções. Queremos oferecer o nosso apoio e liderança durante estes tempos desafiantes e garantir que decisões relacionadas com o acolhimento de eventos, viagens e interações cara-a-cara são tomadas a partir de um espaço totalmente informado”, sustenta Amy Calvert, CEO do Events Industry Council.