Funeral do príncipe Filipe: Análise protocolar

21-07-2020

# tags: Protocolo , Eventos

Análise protocolar, por Cristina Fernandes e Susana de Salazar Casanova.

Realizou‑se a 17 de abril de 2021, em Windsor, o funeral de S.A.R. o Príncipe Filipe, Duque de Edimburgo, que falecera a 9, com 99 anos. Personalidade muito estimada pelo público britânico e da Commonwealth, fica para a história como o consorte de monarca britânico que mais anos esteve nessa posição, um marido dedicado e o apoio de uma vida à Rainha Isabel II durante os mais de setenta e três anos anos de matrimónio, caminhando sempre, dignamente, “dois passos atrás”.

A cerimónia foi organizada tendo em conta o estrito cumprimento das normas sanitárias e restrições impostas pela pandemia, apenas com a participação de trinta pessoas, tendo a Rainha definido cada pormenor, no seguimento da vontade do Duque, prestando‑lhe, assim, uma última homenagem. Tratou‑se de um funeral de cerimonial real, familiar, privado e não de um funeral de Estado. Em todos os momentos da cerimónia se recordou o Duque de Edimburgo e se fez alusão ao serviço público, irrepreensível, por este prestado ao longo de mais de sete décadas.

No que concerne ao vestuário, a etiqueta definida pela Casa Real foi de “luto civil”, ou seja, fraque para cavalheiros com medalhas militares (se aplicável) e vestido curto e chapéu para senhoras. Não sendo o falecido monarca reinante, o véu cobrindo os rostos não é aplicável.

O féretro foi transportado até à Capela de São Jorge num Land Rover personalizado pelo próprio Duque, já em 2003. Atrás seguiu um cortejo em alinhamento par (filhos) ordenado pelo critério de idade, e netos, em alinhamento ímpar. A encerrar o cortejo, seguiram o Conde de Snowdon e o marido da Princesa Ana, o Vice Almirante Timothy Laurence. A apoiar o cerimonial, no exterior, militares da Marinha Real (Royal Navy e Royal Marines), do Exército Britânico e da Força Aérea Real. A urna foi coberta com o estandarte do Duque de Edimburgo dividido em quatro padrões: representação da sua origem dinamarquesa e grega, o sobrenome da sua família Mountbatten e o seu estatuto como Duque de Edimburgo. Por cima, o seu boné da Marinha e espada; também uma coroa com flores escolhidas pela Rainha, com um cartão pessoal e a mensagem “Your Loving Lilibet” inscrita.A Capela de São Jorge estava imponentemente vazia. A Rainha entrou acompanhada pelo Reverendo David Conner, Reitor de Windsor. A imagem da Rainha Isabel II sentada, sozinha, é uma das mais impactantes deste acontecimento. No altar foram colocadas algumas das condecorações atribuídas ao Duque de Edimburgo, sendo uma das mais importantes a da Ordem da Jarreteira. O alinhamento musical da cerimónia fora, também, selecionado pelo próprio Duque.

O Duque de Edimburgo foi sepultado no Cofre Real da Capela de São Jorge. Após o falecimento da Rainha, está previsto que seja transferido para a Capela Memorial do Rei George VI, onde terão, juntos, o descanso eterno.

© Cristina Fernandes e Susana Casanova Opinião