Governo confirma ausência de público na Fórmula 1

22-03-2021

Não vai haver público na F1, no Moto GP e nos jogos de futebol, até ao final do período de desconfinamento, esclareceu o Governo ao jornal Expresso.

O Governo confirmou a ausência de público na Fórmula 1 e no Moto GP, bem como nos jogos de futebol, até ao final do período de desconfinamento. “Os eventos mencionados não terão público”, esclareceu o Governo em resposta às perguntas do jornal Expresso.

O plano de desconfinamento prevê várias fases, que se prolongam até 3 de maio, com avaliação quinzenal da situação epidemiológica em Conselho de Ministros. O Grande Prémio de MotoGP está marcado para 18 de abril e a etapa da F1 em Portimão vai realizar-se a 2 de maio, um dia antes do final previsto do confinamento. Relativamente ao campeonato nacional de futebol, a última jornada está agendada para 19 de maio.

O Turismo do Algarve, a Comunidade Intermunicipal do Algarve, a Associação dos Industriais Hoteleiros e Similares do Algarve, a Associação dos Hotéis e Empreendimentos Turísticos do Algarve e a Associação Empresarial da Região do Algarve reagiram com surpresa a este esclarecimento do Governo ao jornal Expresso. “Não recebemos qualquer comunicação oficial do Governo quanto a uma decisão sobre a presença de público na F1”, referem as entidades.

Em comunicado, adiantam que têm vindo a trabalhar com a Direção Geral da Saúde, com a Autoridade de Saúde Regional e com as forças de segurança e da Proteção Civil, “de forma a garantir que o Grande Prémio de Portugal F1 se realiza com todas as condições de segurança para residentes e visitantes”, pelo que “nada aponta para uma tal eventualidade (ausência de público)”.

As entidades sublinham que “o evento está a ser organizado com as medidas mais restritivas de todo o circuito da F1” e indicam as exigências: “é realizado ao ar livre e num perímetro de mais de cinco quilómetros de extensão onde serão aplicadas fortes reduções de capacidade, obrigatoriedade de realização prévia de testes para todos os espectadores, obrigatoriedade permanente do uso de máscara e imposição de distanciamento social, além de equipas em sistema de bolha, vigilância permanente e disponibilização de álcool-gel”. As entidades frisam ainda que “estes grandes eventos são estratégicos para o arranque da economia” da região.

Também a Federação Portuguesa de Motociclismo fez saber que ainda não recebeu qualquer comunicação oficial de que o evento vai realizar-se à porta fechada, segundo avançou a Rádio Renascença, que acrescenta que a federação acredita que o evento possa ainda receber público nas bancadas do Autódromo Internacional do Algarve, entre 16 e 18 de abril.

“Foi uma notícia que saiu hoje [sexta-feira], não tenho confirmação oficial, mas já no ano passado aconteceu. São situações analisadas à medida da evolução da pandemia. Espero que possa haver alteração a essa medida e que possamos ter espectadores no Moto GP e na Fórmula 1. Seria muito importante para o desporto, para a economia e para o país. Ansiamos poder assistir a espetáculos dessa envergadura, cumprindo as medidas sanitárias”, afirmou Manual Marinheiro, presidente da Federação Portuguesa de Motociclismo, em declarações à Rádio Renascença.

Por seu lado, avançou a agência Lusa, Pedro Proença, presidente da Liga Portuguesa de Futebol, foi surpreendido com a notícia da ausência de público e não se conforma com o que diz ser uma discriminação da modalidade no plano de desconfinamento. “Considerando que o plano de desconfinamento prevê a abertura de salas de espetáculos para atividades culturais, como o cinema e o teatro, a partir de abril, e sendo também essa a data apontada para a retoma de eventos exteriores com lotações reduzidas é, para nós, expectável que o futebol profissional também tenha a oportunidade de ter de volta os seus adeptos nessa mesma altura”, afirmou Pedro Proença, em declarações à agência Lusa.