Juntar trabalho e lazer? Sim!

24-09-2018

A vida profissional é cada vez mais stressante, obriga a viajar de um lado para o outro, para conferências ou por motivos de negócios.

É por isso que surgem movimentos, tendências que procuram aliar a componente do lazer, mas também do relaxamento, da experiência, nas conferências, eventos, ou simplesmente em viagens de trabalho.

Até há palavras que resumem a temática. O bleisure é uma tendência de viagens, que alia “business” (negócios) a “leisure” (lazer). A meetings industry já percebeu esta tendência há muito tempo. O trabalho é a prioridade, claro, mas praticamente a maioria dos congressos tem no programa momentos de lazer e dão a oportunidade aos congressistas de levarem as famílias consigo. O que acontece é que muitos delegados aproveitam e reservam mais uns dois ou três dias para conhecer um destino. Os promotores, normalmente, já incluem sugestões de actividades no destino, informação sobre eventos culturais, locais onde jantar. E os convention bureaux investem tempo em conteúdos mais turísticos. Um turista de negócios pode sempre voltar, e trazer família e amigos.

Em 2017 o Booking.com revelava que 49% dos viajantes de negócios estendem as suas viagens profissionais. Aproveitar o tempo o melhor possível exige algum planeamento. É importante fazer o trabalho de casa, escolher o que visitar, decidir se se quer fazer compras, ver algum espectáculo, conferir uma galeria ou um acontecimento desportivo, ir ter com amigos locais, ou viajar até um outro destino próximo. Pelo tempo ser curto, um alojamento perto do que se quer visitar permite maximizar melhor a estada. O hotel, aliás, pode ser um bom aliado na reserva e aconselhamento de actividades.

A descompressão é pois bem‑vinda quando a exigência do trabalho é grande e esta pode ser a ferramenta para tornar a experiência menos stressante e mais memorável. Em 2015, a ICCA (International Congress and Convention Association) dava conta de um estudo da ConferenceLeeds que mostrava que 58% dos delegados consideram que ter tempo livre torna a experiência do evento mais satisfatória. Uma palavra em voga no sector é bem‑estar (wellness), e por isso em vários eventos existem zonas de relaxamento, de reflexão. O “me time” (tempo dedicado a nós próprios) assume relevância depois de um dia inteiro a ouvir palestras exigentes, e a fazer o esforço de networking (algo que para muita gente não é algo que saia naturalmente, diga‑se). Algumas organizações colocam à disposição massagens, instrutor de yoga, promovem sessões de corrida ou outros desportos. Aliás, nas tendências do sector para 2018 estima‑se que em cada vez maior número de eventos haverá locais sem wi‑fi, para que os delegados possam desconectar. Esses locais terão sofás confortáveis, uma luz mais branda, e um som ambiente propício ao relaxamento. Fica a sugestão.