Mais de mil técnicos altamente especializados podem ficar no desemprego ou mudar de profissão
04-12-2020
A Associação Portuguesa de Serviços Técnicos para Eventos (APSTE) estima que mais de mil técnicos de som, imagem, luz, entre outros, possam entrar em situação de desemprego ou que sejam obrigados a mudar de profissão, por causa da limitação da realização dos eventos corporativos a um máximo de cinco pessoas e a proibição de eventos para celebrar a passagem de ano.
O presidente da APSTE, Pedro Magalhães, diz que esta proibição de eventos, incluindo a passagem de ano, “significará falência certa para muitas empresas e o desemprego para muitos profissionais”. “É importante não esquecer que um técnico demora cerca de dois anos a estar apto a trabalhar nesta área. Estamos a falar de profissionais altamente especializados que, perante a inevitabilidade do desemprego, não têm outra alternativa a não mudar de profissão. Vamos deixar-se perder todo este know-how? E em 2021 quando, esperemos, tudo voltar ao normal e quisermos organizar eventos da dimensão da Web Summit, que envolve cerca de 300 empresas desta área, acham que teremos profissionais qualificados para garantir a sua realização?”, questiona o presidente da Associação.
A APSTE critica também a apresentação de medidas como a suspensão do pagamento especial por conta, por parte do governo. “Não estamos contra a medida em si, nada disso. Mas é incrível como se anuncia algo que nenhum benefício direto trará às empresas de setores profundamente afetados pela pandemia como se de algo muito positivo se tratasse. Esta medida teria sentido se tivéssemos lucros para apresentar, a questão é que este ano apenas registámos prejuízos. Setores como os nossos e outros que passam pelo mesmo não tirarão qualquer proveito deste tipo de iniciativas, isto é apenas populismo”, conclui o responsável.