Negócios no coração do deserto

21-03-2018

Em Marrocos, oásis de cidades vibrantes convivem com o Saara, e o Reino está a tirar dividendos da sua aura misteriosa no turismo de negócios.

No coração de Marraquexe, há um praça mágica, com encantadores de cobras, vendedores de tudo e mais alguma coisa, sumo de laranja fresco e restaurantes improvisados. Quando chega a hora de chamar para a oração as mesquitas que rodeiam a Jemaa el‑Fna “cantam” em uníssono, num espectáculo que atrai todos os dias tanto crentes como milhares de curiosos.

A partir deste oásis requintado, uma viagem mais ou menos atribulada leva os viajantes ao deserto que começa inesperadamente junto a uma estrada. De camelo, carro ou mesmo a pé, são várias a empresas que levam os turistas ao Saara para passar uma noite debaixo das estrelas e comer tajines tradicionais.

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Mas este país de cidades azuis e tradições que são o resultado de séculos de intercâmbio (por vezes pouco pacífico) entre a Europa, África e Médio Oriente é também surpreendentemente moderno e a aposta no sector da "Meetings Industry" é prova disso. Fonte oficial do Turismo de Marrocos revelou à Event Point que entre os principais pontos fortes deste segmento no país conta‑se precisamente a ligação a estas diferentes culturas, mas também uma aposta crescente na área dos transportes, nomeadamente aéreos e ferroviários. Esta estratégia incluiu o reforço de ligações aéreas nos principais mercados alvo, a possibilidade de fretar um voo especial, se for preciso, e o investimento na rede rodoviária, com destaque para o comboio de Alta Velocidade que irá circular no Reino. No que diz respeito a alojamento e infra‑estruturas, a mesma fonte garante que estão "adaptadas para seminários, reuniões, congressos e com muitos hotéis de 4 estrelas e 5 estrelas orientados para o turismo de negócios". Em Marrocos, os organizadores de congressos podem ainda optar pelos tradicionais Riads ou Bivouacs para alojar congressistas e participantes em reuniões. Além disso, o Reino conta com as principais cadeias hoteleiras internacionais o que faz com que some uma boa capacidade em termos de camas disponíveis, num total de mais de 231 mil no final de 2016.

O Turismo de Marrocos garante ainda que o país é seguro e tem qualidade no que diz respeito à oferta das agências de viagens especializadas e dos vários serviços. E no fim do evento, quem se desloque ao país no âmbito do sector de MI tem muita escolha de tours para conhecer o Reino um pouco mais a fundo.

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O país conta ainda com um "Office National Marocain du Tourisme” (ONMT) que desenvolve ferramentas para o sector de MI, incluindo vídeos de promoção do destino e Famtrips. O país já recebeu vários eventos, nomeadamente culturais e desportivos, e é candidato ao Campeonato do Mundo de 2026.

O Reino de Marrocos conta com um total de 631 equipamentos para o sector de MI em todo o país e que "compreendem 287 salas de reuniões em hotéis, 239 salas de conferências, 54 anfiteatros, 25 complexos culturais, 12 salas de reuniões independentes, 4 centros de congressos e 5 outros tipos de equipamentos, dos quais três centros de congresso em Marraquexe, mais precisamente, o palácio dos congressos Mansour Eddahbi que oferece 1.145 lugares, o centro de conferências do grupo Palmeraie (2.000 lugares) e o palácio dos congressos do grupo Mogador (1.800 lugares)", salientou o Turismo de Marrocos. O país está ainda a desenvolver mais projectos em várias cidades.

Tal como em outros locais do mundo, o turismo de negócios traz mais receitas às cidades marroquinas. Cada um destes viajantes "gasta em média 1.400 DH (Dirham, a moeda local) por noite, contra unicamente 950 DH para os Turistas estrangeiros" segundo a mesma fonte. Este segmento "contribui fortemente para a taxa de ocupação dos hotéis durante a semana (enquanto o turismo de lazer se foca no período entre quinta‑feira e sábado)", adiantou a fonte. "Ajuda igualmente a contrariar os constrangimentos da sazonalidade em cidades como Marraquexe", referiu o Turismo de Marrocos.