Os Açores e a revolução do turismo

11-06-2019

Os Açores são uma das regiões do país que mais tem crescido nos últimos anos e o turismo, cada vez mais internacionalizado, tem‑se afirmado como um dos vetores fundamentais desse crescimento, sendo que o produto MICE faz parte integrante deste sucesso.

Consciente da importância do turismo para a economia, assistiu‑se, nos Açores, nas duas últimas décadas, a uma verdadeira revolução, a qual ficou a dever‑se ao enorme esforço institucional em dotar o tecido empresarial açoriano de um sistema de incentivos que permitisse a criação de infraestruturas de apoio ao turismo. No que diz respeito ao desenvolvimento do produto MICE, atendendo ao fator de atenuação da sazonalidade e ao efeito multiplicador que gera, foram criados os mecanismos necessários para que o destino fosse posicionado no mapa dos destinos nacionais e internacionais, com uma grande abertura institucional em captar e apoiar a realização de eventos.

O turismo, que tem por motivações as reuniões, os eventos, os congressos ou os incentivos, é uma das valências do turismo açoriano que mais se estão a desenvolver e internacionalizar, graças à qualidade de infraestruturas na área da hotelaria e de espaços multifuncionais, para os quais foi determinante o apoio institucional e a iniciativa empresarial.

O reconhecimento da qualidade da oferta turística dos Açores reflete‑se na procura crescente, a nível nacional e internacional, pelo nosso destino para a realização de eventos, destacando‑se os últimos dois grandes eventos na área do turismo, nomeadamente o congresso da ABTA e o congresso da APAVT, pela novidade e pela segurança, sendo que, a sua localização torna‑o apetecível para o mercado de associações internacionais, visto que se apresenta como destino short‑haul tanto para o Continente Europeu como para o Americano, oferecendo uma gama infindável de oportunidades para os incentivos e os eventos team building onde a imaginação é o limite. Tem atributos ao nível de experiências únicas, só possíveis nos Açores, e que podem, durante os próximos anos, servir de fator de diferenciação entre os destinos. Tem um novo leque de jovens profissionais com mais conhecimentos e mais experiência, qualidades que o novo buyer procura. Oferece a oportunidade de, em pouco tempo, e com muita comodidade e facilidade visitar várias ilhas e criar várias experiências à volta do mesmo destino.

Estamos conscientes que o buyer é cada vez mais conhecedor, mais informado e mais exigente, pelo que temos procurado demarcar as nossas posições pela qualidade dos serviços, a simplicidade de procedimentos na colocação dos eventos e o maior apoio possível ao potencial cliente.

Hoje os potenciais visitantes em geral, e os buyers, em particular, procuram experiências diferentes e isso requer, ou destinos novos ou uma nova visão sobre os destinos estabelecidos. O fator novidade é importante para as nossas Ilhas e, aliado a uma forte criatividade dos agentes locais e à segurança, tem vindo a ganhar notoriedade nos mercados.

Tendo em conta as boas ligações aéreas principalmente com o mercado nacional, as boas infra‑estruturas, excelentes cenários para actividades outdoor e o know‑how e competência de quem implementa, os Açores apresentam‑se, no xadrez dos destinos MI, de uma forma altamente diferenciadora e apetecível.

Atendendo aos eventos que estão já previstos para os próximos dois anos, as perspetivas futuras são, obviamente boas, se considerarmos que os resultados têm surgido de uma forma crescente o que nos leva a pensar que estamos no bom caminho e que não nos devemos desviar do rumo, inicialmente delineado, ou seja, transformarmos os Açores num destino MICE de referência.

Cristina Ávila, Delegada de Turismo da Direção Regional de Turismo dos Açores