Pequeno-almoço Event Point: os eventos digitais

29-03-2021

A Event Point reuniu um conjunto de profissionais do setor dos eventos para falar sobre eventos digitais.

18 de Fevereiro. Pouco depois das 7h30 da manhã começaram a chegar à casa dos convidados deste evento online as boxes com o pequeno-almoço. Estas boxes, oferecidas pela Imppacto, deram a energia necessária para um debate animado onde se falou sobre eventos digitais, mas também híbridos e até presenciais. Às 9h30 começaram os trabalhos no zoom, com a presença de Cláudia Lopes, da Mud.e; Gonçalo Oliveira, da Desafio Global; Liliana Pais, da Voqin’; Márcia Ferreira, da Mainvision; Marjolaine Diogo da Silva, da Fórum d’Ideias; Orlando Vedor da wwwow, Paulo Pinto, da Imppacto; Pedro Magalhães, da Europalco, Pedro Miguel Ramos, da RXF; e Tiago Monteiro, da Boost.

Com a atual pandemia a funcionar como catalisador, assistimos a uma série de transformações nas nossas vidas, incluindo no modo como organizamos eventos. O digital tem sido muitas vezes a única forma possível de juntar pessoas, e essa é uma marca que ficará, mesmo depois de ultrapassadas as atuais restrições. No início o trabalho comercial de “vender” eventos digitais foi muito complicado. Os clientes não sabiam muito bem o que queriam, não sabiam que alternativas tinham, não tinham experiência em organizar este tipo de eventos, muitas vezes nem percebiam exatamente o que era proposto. O acompanhamento foi necessário em todos os momentos do processo. Dentro das empresas ou fornecedores de eventos foi necessária também uma adaptação grande de todas as equipas.

Um das primeiras mensagens passadas aos clientes era a de contrariar a ideia de que era possível pegar num evento físico e transpô-lo para o digital. Foi preciso instrui-los de que era necessário pensar nos conteúdos tendo em conta que o canal era diferente, bem como a forma de consumir o evento. Hoje é possível dizer que os clientes já estão mais esclarecidos. Foi preciso também valorizar os eventos digitais, sensibilizar as marcas para a importância de continuarem a comunicar, explicar as vantagens deste tipo de eventos. Com o mercado internacional o esforço de penetração dos eventos digitais foi acrescido. Mas muitas marcas já entendem melhor a mais-valia de continuar a comunicar, de fazer os eventos de forma diferente, e deixá-los nas mãos de profissionais.

A questão dos budgets também é uma conversa permanente com os clientes. Estes continuam a não querer arriscar muito e optar por soluções que lhes são mais confortáveis. Do lado das agências e fornecedores a rentabilidade com este tipo de eventos é reduzida de uma forma geral.

O gestor de eventos tornou-se praticamente um produtor de televisão e houve uma curva de aprendizagem acelerada nesse sentido. Continuam a ser necessárias as skills habituais pré-pandemia, com o acréscimo de novas competências para encarar estes novos desafios do digital. Mas não tem havido grande tempo para parar e formar pessoas.

O percurso dos eventos digitais está então feito, e é possível agora inserir layers mais complexas e inovadoras. Os presenciais não vão ser como eram antes. As pessoas habituaram-se ao formato digital e há experiências incríveis. Para voltarmos a sair de casa sem hesitação, os evento terão de ter o fator UAU bem presentes. E as duas realidades: digital e presencial podem coexistir, agora com muito mais facilidade. Haverá hipótese, no entanto, de separação de equipas: umas mais aptas para o digital, outras para o presencial?

Mas quando voltarmos a uma certa normalidade, vamos ter outro desafio: ter as equipas aptas para voltarem de novo a estarem na rua com força e com energia, depois de um período tão atípico. E que pessoas vamos encontrar depois disto? São as dúvidas que ficaram a pairar na mesa de mais um Pequeno-Almoço debate Event Point.

 

Cláudia Coutinho de Sousa