Portugal: doze pontos, twelve points, douze points

22-08-2018

Pela primeira vez, Portugal foi o país responsável pela organização do Festival Eurovisão da Canção.

E se a israelita Netta levou para casa a vitória, a RTP ficou com o reconhecimento da EBU (União Europeia de Radiodifusão), entidade responsável pelo concurso, que, segundo a televisão pública, considerou a organização portuguesa a melhor de sempre do festival. A Eurovisão chegou a 186 milhões de espectadores.

A vitória de Salvador Sobral no ano passado trouxe a Portugal um dos maiores espectáculos de entretenimento do mundo. Sob o mote “All Aboard”, o Festival Eurovisão da Canção dividiu‑se em três momentos na Altice Arena: as duas semi‑finais (a 8 e 10 de Maio) e a grande final (no dia 12). O recinto contou sempre com milhares de pessoas para verem a prestação das 43 delegações concorrentes.

Este é um evento que mexe com toda a Europa. Além dos milhões de espectadores que são esperados, os fãs mobilizam‑se para qualquer lugar onde o festival se realize. E é por isso que o evento é também um excelente cartão‑de‑visita para qualquer cidade e país. Lisboa preparou‑se para acolher na semana da Eurovisão milhares de visitantes e, nesse período, Portugal esteve na ‘boca do mundo’.

A Altice Arena e o “grande desafio”

A Altice Arena foi o local escolhido para acolher o evento e a sua equipa ficou encarregada do que chamaram “venue adjustments”, ou seja, juntar ao recinto novas áreas que ainda tinham de ser construídas e montadas. Segundo José Luís Lourenço, produtor executivo da Altice Arena, esse foi o caso, por exemplo, da tenda das conferências de imprensa, de um andar construído na Sala Tejo, onde ficaram colocados os camarins, ou da estrutura que suportou as cabines dos comentadores.

“Este foi um trabalho que fomos fazendo com a RTP, numa colaboração muito íntima e que foi muito boa. Penso que a RTP também está contente com o nosso trabalho. Acho que poupámos ali muito dinheiro nesse processo. Foi sobretudo um gerir de orçamento muito criterioso para não se gastar dinheiro onde não era preciso gastar e gastar‑se exactamente onde ele precisava de ir”, explicou.

O Festival Eurovisão da Canção foi um evento “completamente diferente” de tudo aquilo que a Altice Arena já tinha feito, em termos de dimensão, de tempo de montagens, de ensaios e do evento em si, referiu José Luís Lourenço, lembrando o “grande desafio”. Foram dias cansativos, a trabalhar “praticamente 24 sobre 24 horas”, com ensaios contínuos. Tudo para que os espectáculos corressem da melhor forma.

Além disso, foi necessário afinar formas de trabalhar entre a equipa da EBU, já rotinada nestas andanças, e os portugueses, que se estrearam na tarefa. “Para eles as coisas eram óbvias, para nós nada era óbvio.” Mas, apesar das diferentes dinâmicas, o responsável acredita que o evento foi a confirmação de que em Portugal existem “grandes profissionais e muito boas empresas – o trabalho foi excepcional e correu muito bem”.

 

Maria João Leite