Quatro ideias a reter sobre a Reunião do Capítulo Ibérico da ICCA

04-05-2017

Pelo segundo ano consecutivo o programa da Reunião do Capítulo Ibérico da ICCA foi da autoria da MindMeeting.

Pelo segundo ano consecutivo o programa da Reunião do Capítulo Ibérico da ICCA (International Congress and Convention Association) foi da autoria da MindMeeting, uma empresa especializada em meeting design. Os delegados parecem apreciar este tipo de programa que, nos últimos dois anos, se baseou na premissa de que aprendemos mais com o grupo do que propriamente com peritos. A equipa da MindMeeting, composta pelos meeting designers Mike van der Vijver e Chema Gómez, funcionou como facilitadora dos vários momentos do evento que este ano se realizou no Funchal, de 19 a 22 de Abril. E nada foi deixado ao acaso, incluindo, por exemplo, a deslocação entre o principal hotel do congresso, o Vidamar, e o local que recebeu o primeiro momento social, o Belmond Reid’s Palace. Os delegados, portugueses e espanhóis, foram convidados a misturarem-se, formarem pequenos grupos e debaterem os “false friends” das duas línguas, que às vezes provocam situações no mínimo embaraçosas. Esta foi a primeira ideia interessante do programa do Capítulo.
 

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A segunda tem a ver com a inclusão dos novos membros, dos participantes que se juntavam à família ICCA pela primeira vez. Para os integrar, a MindMeeting preparou o seguinte exercício. À entrada do Belmond Reid’s Palace os delegados receberam uma maçã. Os novos membros, munidos de cestos, ficaram responsáveis pela entrega dos badges. Em troca da maçã entregavam o badge. Isto obrigava a que travassem conhecimento com vários outros elementos da “família” ICCA.

Um dos temas principais deste congresso foi o social media. A ideia da organização foi trazer para a conversa os verdadeiros especialistas desta área: os jovens. Vários estudantes da Escola Profissional de Hotelaria e Turismo da Madeira juntaram-se ao grupo e partilharam a sua experiência de utilizadores das redes sociais e ensinaram mesmo algumas funcionalidades que os mais velhos desconheciam. No grupo em que participou a Event Point percebeu-se, por exemplo, que o Facebook já não é tão utilizado por esta geração, tendo sido colocado em segundo plano pelo Instagram e Snapchat.  


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A última ideia a reter teve que ver com a intervenção da presidente do Capítulo Ibérico da ICCA, Nina Freysen-Pretorius. Num ambiente descontraído, com o mar como pano de fundo, o principal rosto desta associação fez uma verdadeira sessão de storytelling, muito apreciada por todos os presentes, em que incluiu reflexões sobre muitos dos assuntos que a preocupam no sector.

A opinião dos delegados 

Desafiámos alguns dos participantes a apontarem os principais destaques dos trabalhos, e a sugerirem temas ou acções para o futuro.

Eva Garde, do Granada Convention Bureau, e Itziar Benguria, do IFEMA Convenciones y Congresos, destacaram o tema principal do congresso, “The human side of meetings” (o lado humano das reuniões), e a lufada de ar fresco que representa o tipo de programas adoptados desde o ano passado para os congressos do Capítulo Ibérico.  



 

Sònia Serracarbassa, do Catalunya Convention Bureau, destacou a autenticidade do destino Madeira, sugerindo, em futuros encontros, uma discussão sobre o futuro do turismo, nomeadamente uma certa turismofobia que se encontra em alguns destinos.

 

A opção por sessões mais práticas é o destaque de Maria del Mar, do Fibes, Conference and Exhibition Centre, nomeadamente a sessão sobre redes sociais, que contou com os jovens da Escola Profissional de Hotelaria e Turismo da Madeira. Olhando para o futuro, Maria del Mar sugere que se abordem os desafios do mercado associativo, e como os fornecedores podem acrescentar valor.



Alexandra Ramos, do Algarve Convention Bureau, realça uma sessão em que convention bureaux, venues, PCOs e fornecedores deram recomendações uns aos outros. No futuro, a responsável gostaria que o programa contasse com a presença de alguns clientes.


Nuno Pinto, da Abreu Events, destaca a reunião com o director regional da ICCA para a Europa, David Bodor, em que os presentes puderam exprimir a importância de conseguir clientes que possam querer fazer eventos em ambos os destinos, Portugal e Espanha, e não só num deles. Nuno Pinto sublinha, no entanto, que deveria ter havido mais uma sessão “de trabalho puro” no programa do congresso. Olhando para a frente, o responsável da Abreu Events acha que a temática das disponibilidades de alojamento (ou falta dela) tem de ser mais falada, já que é um dos principais problemas actuais dos destinos. “Estamos a perder negócio que pode nunca mais vir para os nossos destinos”, alerta Nuno Pinto.



A responsável do Cascais Convention Bureau, Maria José Alves, destaca a componente do networking, que foi privilegiada em relação à educativa. E sugere o marketing digital como tema a tratar em próximos encontros.

Luís Gama, da Buzz, realça a oportunidade que o congresso proporcionou de ouvir os colegas, perceber os problemas por que passam actualmente, e que são bastante semelhantes. No entanto, lamenta que o tempo tenha sido curto para fazer estas partilhas, esperando que, no próximo ano, a vertente educacional seja mais alargada.


Cláudia Coutinho de Sousa*
Viajou a convite do Madeira Promotion Bureau