Realização da Web Summit em Lisboa com o apoio da população, diz estudo

02-11-2021

A Universidade Europeia analisou a perceção do evento junto da opinião pública.

Os portugueses apoiam a realização da Web Summit em Lisboa, de acordo com um estudo da Faculdade de Ciências Sociais e Tecnologia da Universidade Europeia, que analisou a perceção do evento junto da população. Segundo o estudo, os portugueses concordam que o evento contribuipara aumentar o reconhecimento (93%), a imagem internacional (89%) e a reputação (84%) da capital portuguesa.

O estudo ‘Impactos da Web Summit na Economia e Turismo de Lisboa’ tinha como meta analisar os efeitos diretos e indiretos deste megaevento, focando-se nos planos internacionais de governança para o turismo e nas problemáticas que se têm levantado perante a atividade do turismo em Portugal, explica a Universidade Europeia em nota de imprensa.

Os investigadores Ana Ramires, Luís Mota e Paulo Marques avaliaram vários parâmetros: confiança pública perante as decisões estratégicas da estrutura administrativa pública; influência na imagem externa da cidade de Lisboa e correspondente sensação de orgulho dos residentes; desenvolvimento social e comunitário; benefícios económicos em geral; benefícios económicos em prol do desenvolvimento do turismo; congestionamento e concentração de trânsito; segurança; e apoio à realização do evento.

No que toca à confiança pública no Governo, a maioria dos inquiridos confia na tomada de decisões acertadas para o turismo quanto ao desenvolvimento de eventos (71%) e no esforço de inclusão da indústria do turismo no processo de planeamento de eventos em turismo (62%). Mais de metade (54%) concorda positivamente com a afirmação ‘A Web Summit reforça a coesão da indústria turística de Lisboa’. Porém, os resultados indicam um posicionamento neutro no que diz respeito ao efeito do evento na promoção da diversidade cultural (44%), na melhoria da capacidade de proteção pública da indústria da cidade (40%), no reforço do sentido de união da indústria do turismo (39%) e na sensibilização dos agentes do turismo para a evolução das suas aptidões e conhecimentos profissionais (35%).

As opiniões são favoráveis quando o tema incide sobre os impactos da Web Summit em termos de captação da atenção nacional e internacional para Lisboa (92%), sobre o impulso gerado para a economia no curto prazo (85%) e sobre o contributo considerável da receita gerada pelos visitantes do evento para a economia local (77%). Um padrão de concordância que se altera quanto às oportunidades de negócio para a indústria local proporcionadas pelo evento (48%).

Entre os itens analisados destaca-se ainda o contributo da Web Summit para o aumento da atividade turística, com mais de metade dos inquiridos (57%) a concordar com o contributo do evento na melhoria das condições económicas da indústria do turismo na região de Lisboa e da infraestrutura turística. Por outro lado, 56% não concorda com a afirmação ‘O evento contribui para novas oportunidades de emprego’.

No que toca à segurança, a maioria dos inquiridos não perceciona riscos para a cidade que possam ser imputados à realização da Web Summit e não concorda com o aumento do risco de terrorismo daí decorrente (64%), nem com a atração de interesse de terroristas para eventos futuros (76%) ou de visitantes que perturbem a vida da cidade (86%). No entanto, mais de metade (52%) concorda que o evento acarreta maior risco de ataques cibernéticos. No capítulo do trânsito, 53% dos inquiridos concordam com o aumento da dificuldade do estacionamento na cidade, em consequência da realização do evento.

De uma forma geral, os participantes deste estudo concordam positivamente com a afirmação de apoio ao evento (81%) e com a possibilidade de assistir, se tivesse a oportunidade (68%), não concordando, por outro lado, com a afirmação relativa à oportunidade de participação ativa (54%).

Realizado entre 17 e 25 de outubro de 2021, o estudo envolveu um total de 322 pessoas, das quais 18% são colaboradores de uma das indústrias do turismo representadas na Conta Satélite do Turismo português e 13% de futuros colaboradores, inscritos em ensino profissional ou superior num ciclo de estudos diretamente ligado ao turismo. Do total dos inquiridos, a maioria reside na Área Metropolitana de Lisboa (77%).