Rússia cosmopolita

09-02-2017

Por muitos anos, São Petersburgo terá vivido à sombra da capital russa, Moscovo. Mas esse tempo passou.

Por muitos anos, São Petersburgo terá vivido à sombra da capital russa, Moscovo. Mas esse tempo passou. Hoje, a cidade apresenta uma movida cultural, modernos conceitos de restauração, museus espantosos, com destaque natural para o Hermitage, e uma monumentalidade, graças à infindável sucessão de palácios, que rivaliza com a de qualquer outra metrópole europeia.

São Petersburgo, que já se chamou Petrogrado e Leningrado, foi fundada por Pedro o Grande em 1703. É a segunda maior cidade do país, com mais de cinco milhões de habitantes, e chegou a ser a capital imperial russa por 200 anos. O centro histórico está classificado como Património da Humanidade pela UNESCO. Aqui nasceram e viveram grandes figuras da literatura, Alexander Pushkin (1799‑1837), Nikolay Gogol (1809‑1852), Fyodor Dostoevsky (1821‑1881), Alexander Blok (1880‑1921), Vladimir Nabokov (1899‑1977) e Joseph Brodsky (1940‑1996).

A cidade está também ligada a um dos mais famosos assassinatos da história, o de Grigori Yefimovich Rasputin, por monárquicos que se ressentiam do poder que aquele campesino tinha conquistado junto da família real de Nicolau II, o último Czar da Rússia.

São Petersburgo alberga ainda algumas curiosidades, como o Museu das Máquinas Arcade Soviéticas, fabricadas nos anos 70 e 80 do século passado [aconselhável apenas a geeks]. A derradeira experiência da cidade acontece em meados de Junho, com as Noites Brancas, num período em que o sol nunca se põe, e a cidade inteira vive um frenesim cultural de actividades e festivais. Claro que esta é também a altura do ano com mais visitantes, pelo que os hotéis costumam estar cheios, sendo necessário por isso garantir reservas de quartos com bastante antecedência. Mesmo se for antes ou depois das Noites Brancas, em Maio ou Julho, pode admirar ainda o quão tarde o sol se põe.

O Hermitage, nas margens do rio Neva, é considerado por muitos especialistas o maior dos museus de todo o mundo, e não se referem apenas à sua dimensão. Ali encontra múmias egípcias, trabalhos dos renascentistas italianos, mais Rembrandts do que no Louvre, e uma ampla e relevante colecção de obras do início do século XX. O bilhete dá‑lhe ainda acesso às fascinantes divisões de habitação dos Romanov, e a outros edifícios inseridos neste núcleo do Hermitage, como o Palácio de Inverno de Pedro I, a antiga sede do Estado Maior ou o Palácio Menshikov. Já agora, uma dica: se quiser comprar bilhetes, eles ficam mais baratos se, em vez de os comprar online, o fizer directamente num dos edifícios do museu [há até máquinas que os dispensam, embora só estejam operacionais no período de abertura do Hermitage]. Se tiver só um dia para visitar o museu, aconselha‑se um cuidadoso planeamento, sob pena de não conseguir ver tudo o que pretendia.

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Vista panorâmica

Não há outro miradouro como este, no topo da Catedral de Santo Isaac. Para alcançar o cimo é necessário galgar exactamente 262 degraus, mas o desafio é amplamente recompensado quando, chegado ao topo e, entre cúpulas douradas, tem uma vista de 360º sobre a cidade. Permanecendo no registo dos sítios históricos de São Petersburgo, impõe‑se uma outra visita, à Catedral do Sangue Derramado. A igreja foi construída no local onde o czar Alexandre II se viu atacado por um “grupo terrorista”, vindo a falecer desses ferimentos em 1881. As cúpulas em forma de cebola, coloridas, e os intrincados mosaicos interiores, obra de hábeis artesãos, valem seguramente uma visita.

Se procura uma experiência bem russa, que não a vodka, nada melhor do que assistir a um bailado no teatro mais famoso da cidade, o Mariinsky [anteriormente conhecido como Kirov], onde dançaram grandes estrelas: Nureyev e Baryshnikov, por exemplo. Os bilhetes esgotam rapidamente, pelo que, mais uma vez, se aconselha a reserva com antecedência. E mesmo que não seja grande fã de bailado, a sala de espectáculos é, por si só, uma grande experiência.

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“Veneza do norte”

O epíteto assenta bem a São Petersburgo, porque de facto uma das melhores maneiras de apreciar a cidade é a partir da água, a bordo de um dos vários barcos que cruzam a rede de canais da “Veneza do Norte”. Isto, bem entendido, fora dos meses de Inverno, altura em que as águas do Neva congelam.

O primeiro grande edifício da cidade fica na ilha Zayachy. É a fortaleza Pedro & Paulo, construída no local onde Pedro o Grande decidiu assentar as fundações de São Petersburgo. A fortaleza é fácil de reconhecer pelo enorme pináculo dourado [sobretudo pelos parâmetros do século XVIII], com 122 metros de altura. Ali encontra os túmulos dos Romanov, um excelente museu de história e uma razoável praia (!) com vista para o Hermitage.

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Os rankings da ICCA

O Convention Bureau de São Petersburgo foi criado apenas em Julho de 2014, integrado no Comité para o Desenvolvimento do Turismo na cidade. Congrega associados públicos e privados ligados à meetings industry, incluindo 18 DMCs e PCOs e dezenas de venues e de hotéis com capacidade para acolher eventos e reuniões [de 10 a 10.000 pessoas]. A ambição do jovem Convention Bureau é muita: levar São Petersburgo ao Top 10 europeu e ao Top 20 mundial de meetings e eventos até 2020. Para se ter noção do desafio, reproduzimos as classificações da cidade nos rankings da ICCA em 2014 e 2015:


2014

31 Eventos
77º no Mundo
41º na Europa


2015

30 Eventos
85º no Mundo
46º na Europa

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