Também nós somos eventos

16-03-2020

Uma mensagem nossa para as pessoas dos eventos.
Ao contrário de muitos de vocês, que são organizadores de eventos e de congressos; fornecedores, dos audiovisuais ao catering, dos transportes ao alojamento, das hospedeiras aos animadores; vocês que fazem funcionar os espaços onde estes eventos acontecem; ou que são os promotores destes mesmos eventos, permitindo que eles efetivamente aconteçam, ao contrário de vocês, dizíamos, na nossa equipa temos essencialmente jornalistas, um fotógrafo e um designer, mas ainda assim também nós, na Event Point, somos eventos.
 
Há anos que escrevemos sobre o setor, que partilhamos a necessidade de termos dados fidedignos sobre quantos somos e quanto valemos. Quanto dinheiro geramos para a riqueza do país, e quantos postos de trabalho garantimos. Na ausência desses números, que agora se tentam reunir rapidamente, deixem-nos fazer o mesmo exercício que outros já fizeram noutros países, que é o de comparar Portugal com outros mercados. Um estudo da EY [Ernest & Young] calcula que este setor valha em França 32 mil milhões de euros. Numa conta muito simplista, bem sabemos, que é a de ajustar este valor face à riqueza gerada nos dois países (PIB), facilmente chegamos a um valor para Portugal de 2,8 mil milhões de euros.
 
Numa altura em que as empresas de eventos estão basicamente paradas, é importante que os políticos olhem com atenção para este setor. É legítimo e é justo que se reclame essa atenção. E não apenas pelos números do negócio, das centenas de milhar de trabalhadores que mobiliza, mas também porque os impactos positivos gerados pelos eventos vão muito mais além do que tudo isto. São eles, por exemplo, que permitem acelerar os avanços na área da ciência, através da troca de experiências, de ideias. E serão também eles que estarão na linha da frente quando a economia retomar, mobilizando equipas dentro das empresas, ativando as marcas, dando-nos entretenimento, informação, cultura, e acima de tudo fazendo esta coisa que é mágica, colocar-nos frente a frente com outros pessoas, iguais a nós, ou muito diferentes de nós, mas juntando-nos, e com isso aproximando-nos.
 
Até esse dia chegar, em que este pesadelo terminará, a habitual criatividade das pessoas dos eventos vai com certeza encontrar alternativas – eventos virtuais, nesta fase – para mantermos o contacto uns com os outros, uma necessidade fulcral que nos define enquanto seres humanos. E, afinal, somos todos eventos.
 
A Equipa Event Point