“Virar de página” no turismo
21-05-2021
O governo, pela voz do ministro da Economia, Pedro Siza Vieira, apresentou hoje, 21 de maio, o “Reativar Turismo | Construir Futuro”, um plano de estímulo da atividade turística. O objetivo é ultrapassar os 27 mil milhões de euros de receitas turísticas em 2027 e promover o turismo ao longo do ano e em todo o território. O plano tem quatro pilares: apoiar as empresas; fomentar segurança; gerar negócio e construir futuro, e ações específicas para cada um deles. O investimento é de cerca de seis mil milhões de euros num conjunto de iniciativas dirigidas às empresas, aos turistas e aos residentes.
Na geração de negócio, será reforçado o fundo Portugal Events para a captação de eventos que possam ser determinantes para a imagem internacional de Portugal. Outras medidas passam pelo programa Internacionalizar Turismo, programa de Reforço da Capacitação do Trade Internacional e Reforço de Parcerias – contratualização da Promoção Externa. É fundamental neste ponto a reposição da capacidade aérea. Para estimular a procura estão previstas as seguintes ações: campanha internacional de Promoção Destino Portugal; campanha de Turismo Interno, novo portal VisitPortugal – reforço do ecossistema digital de promoção do destino; programa de Conversação com o turista através de inteligência artificial; fomentar a oferta comercial de produtos diferenciados; desenvolvimento de novas plataformas de negócio e reforço do posicionamento nos media; IVAucher (arranca em junho).
Em relação ao apoio às empresas, o plano prevê soluções de capitalização e linhas de crédito, de que são exemplo o Fundo para a Capitalização das Empresas, a Linha de Crédito com Garantia para Refinanciamento/Reescalonamento da Dívida Pré-COVID e a Linha de Crédito com Garantia para Financiamento de Necessidades de Garantia. O objetivo é a manutenção do emprego e a preservação do capital produtivo das empresas. Será criada a Rede Integrada de Apoio ao Empresário - que conecta digitalmente o Turismo de Portugal, as entidades regionais de turismo, as associações empresariais do setor e as equipas de turismo no estrangeiro numa plataforma comum – e o Programa Mentoria, um mecanismo de curadoria às empresas.
No item sobre segurança as medidas passam pelo Selo Clean&Safe 2.0, com requisitos atualizados, pela criação do programa Seamless Travel (iniciativas para melhorar a experiência dos turistas) e Adaptar 2.0. Haverá ainda uma campanha de estímulo à adoção de comportamentos seguros e a atualização do Health Passport 2.0, uma ferramenta que identifica os casos de vacinação, testes certificados da COVID-19 e casos positivos recentes
Construir o futuro passará pelos eixos do financiamento das empresas, qualificação e inovação de empresas e destinos. No que diz respeito ao financiamento das empresas está previsto o Reforço do Fundo Imobiliário Especial de Apoio às Empresas, o lançamento das Obrigações de Turismo, um Programa para acesso das PME ao mercado de Capitais, a criação de um Fundo para a Concentração de Empresas e de um Fundo para a internacionalização das empresas do turismo. A aposta do plano passa pela formação e qualificação dos profissionais e nesse sentido estão previstas a criação de programas específicos. A transformação digital e a inovação vão contemplar igualmente uma série de projetos. Em relação à sustentabilidade das empresas e destinos, de referir as seguintes iniciativas: programa Turismo + Sustentável; Portugal Upgrade Tomorrow; programa de Monitorização Integrada de Consumo de Recursos; programa Incentivo à Mobilidade Elétrica; programa de Incentivo à Mobilidade Responsável - Ferroviária e Marítima; programa de Apoio a Projetos Transfronteiriços e a Projetos Integrados de Base Regional; programa Valorizar 2.0 Programa + Algarve; e Programa Empresas Turismo 360º.
Rita Marques, secretária de Estado do Turismo, na apresentação do Plano, lembra que “ainda vivemos tempos difíceis, mas mostramos que não baixamos os braços”, tendo sido o “esforço colectivo, individual e de todos, que garantiu que o setor chegou até aqui”. A governante entende este momento como um “virar de página”, mas é necessário “não baixar a guarda”. O plano apresentado hoje “não assenta em reformas estruturais, mas visa acelerar a competitividade do nosso setor”. O ministro da Economia, Pedro Siza Vieira, sublinhou estarmos no momento de projetar o futuro. "Este é um plano para estimular a economia, estimulando também a atividade turística, permitindo superar os objetivos e as metas de sustentabilidade que traçamos na estratégia para 2027".
Foto: Clara Azevedo
