< Previousresponsabilidades éticas a longo prazo. No entanto, o pragmatismo puro pode carecer do impulso visionário necessário para inspirar mudanças significativas. O conceito de idealismo pragmático liga estas duas abordagens. Trata‑se de misturar altos padrões éticos com estratégias práticas e exequíveis. Esta abordagem não se trata apenas de sonhar alto, mas também de implementar esses sonhos de forma viável e sustentável. Algumas características desta liderança são: A. VISÃO FUNDAMENTADA É aquela que é tanto ambiciosa quanto realista. Envolve estabelecer altos padrões éticos e lutar por um impacto positivo significativo, ao mesmo tempo que se reconhece e aborda as restrições práticas do turismo. B. TOMADA DE DECISÕES ÉTICAS Está no cerne do idealismo pragmático. Envolve considerar o impacto a longo prazo das decisões sobre as comunidades, culturas e o meio ambiente. Esta abordagem assegura que o desenvolvimento turístico seja sustentável e beneficie todas as partes interessadas. C. DESIGN DE ESTRATÉGIA ADAPTATIVA A indústria do turismo é dinâmica e está em constante mudança. O design de estratégia adaptativa envolve criar planos flexíveis e reativos que possam evoluir com as circunstâncias em mudança. Esta abordagem garante que as iniciativas turísticas permaneçam relevantes e eficazes num cenário em constante mudança. WWW.EVENTPOINTINTERNATIONAL.COM 60 ESPAÇO APECATE D. SUSTENTABILIDADE PRÁTICA Trata‑se de implementar práticas sustentáveis que sejam tanto eficazes quanto viáveis. Envolve encontrar soluções inovadoras para desafios ambientais e garantir que o desenvolvimento turístico não ocorra à custa dos recursos. O CAMINHO A SEGUIR O turismo tem o potencial de ser uma força poderosa para o bem. Ao abraçar o idealismo pragmático, podemos encarar os desafios complexos que existem e criar um setor que seja ético, sustentável e impactante. Esta abordagem requer um delicado equilíbrio entre idealismo e pragmatismo, mas é este equilíbrio que impulsiona a inovação e o progresso. Esta sinergia entre valores idealistas e ações pragmáticas cria um estilo de liderança que é tanto eticamente sólido quanto praticamente eficaz. Carlos Picanço Diretor - Futurismo Azores Adventures Coordenador - Plataforma Nacional de TurismoOS BASTIDORES SÃO O CÉREBRO DE QUALQUER EVENTO WWW.EVENTPOINTINTERNATIONAL.COM 62 ESPAÇO APOREP “UM EVENTO É COMUNICAÇÃO EM ESTADO SÓLIDO!” Cada vez que sou desafiado a traduzir uma mensagem específica para um público definido recordo esta frase lapidar, que há muito anos ouvi de um conceituado organizador de eventos, já retirado. Com efeito, qualquer momento que interpele um membro do público que participe num evento poderá dar forma a uma memória divergente da mensagem que se pretendia transmitir. Um exemplo recente deste fenómeno foi a recente realização do Rock in Rio Lisboa’24: uma agenda musical bem construída que gerou três dias de lotação esgotada, um espaço mais amplo e um enquadramento de grande beleza que proporcionaram condições espaciais únicas, mas as muitas mensagens de dificuldades nos apoios ao público tiraram algum brilho a esta edição do evento. É certo que as comunicações digitais e as media sociais transformaram cada um de nós num agente de comunicação altamente eficaz, e que a nossa mensagem – nem sempre objetiva, por vezes até ditada por necessidades ou interesses pontuais-, essa mensagem pode ser potenciada por esta última indução. Mas o efeito multiplicador dos novos modelos de comunicação valida todas as fontes e transforma qualquer simples mensagem numa feroz realidade! Daí que a gestão dos detalhes assuma, na organização de um evento, um papel cada vez mais relevante para quem tem a responsabilidade de lhe dar forma e conteúdo. E é a partir dos bastidores, ou backstage, que decorrem todas as tarefas da organização para que um evento concentre a atenção e o apreço do público, gerando boas memórias e um word of mouth positivo. Geralmente invisíveis, os bastidores são o cérebro de qualquer evento, concentrando o conjunto de pessoas que produzem um evento, sendo responsáveis pelo seu planeamento, implementação e gestão. Nos últimos anos os bastidores dos eventos mudaram muito, tornando‑se maiores e muito mais complexos, acompanhando as exigências físicas e tecnológicas de eventos maiores e mais exigentes. Conferências e reuniões com milhares ou milhões de participantes presenciais (quem não recorda a JMJ’24!! [Jornadas Mundiais da Juventude]) e muitos milhões online, provas desportivas, festivais e espetáculos, entre outros, colocam hoje grandes exigências às organizações e aos seus novos stakeholders: alojamentos, WWW.EVENTPOINTINTERNATIONAL.COM 64 ESPAÇO APOREP transportes, segurança, comunicações e tecnologia, a todos sendo exigida plena capacidade de resposta e onde falhar não pode ser opção! Os bastidores hoje congregam várias equipas de trabalho, cada uma com a sua missão específica, as quais desempenham as respetivas tarefas, resolvem os problemas que possam surgir, arranjam soluções. Estas equipas começam a trabalhar muitos meses antes do evento, conhecendo até ao pormenor os locais onde o evento vai decorrer, antecipando dificuldades e possíveis problemas, planeando a sua intervenção com rigor para que qualquer fenómeno imprevisto cause o menor impacto no decurso do evento. E todos recordamos alguns fenómenos imprevistos com que a natureza pode colocar à prova o bem estar dos participantes e a capacidade dos organizadores lidarem com necessidades súbitas de multidões multiculturais ansiosas, pelo que os planos de segurança e de cibersegurança acompanharam a evolução dos eventos, planeando soluções rigorosas de evacuação, de intervenção sanitária e de redundância e autonomia cibernéticas. Cibernéticas? perguntarão alguns... Sim, cibernéticas. Os eventos transmitidos para todo o mundo a partir de Portugal abriram uma janela que a pandemia escancarou, e não se fechou mais. Hoje, os maiores eventos realizados em Portugal (e no mundo) têm um formato híbrido, i.e. sendo claramente presenciais transmitem partes ou a totalidade dos momentos do evento através das media sociais, alcançando níveis de visualização inacreditáveis. A título de exemplo, um evento organizado em Portugal teve um streaming com mais de 900 views simultâneos em 40 países... Estas transmissões implicam a montagem de régies e salas de produção, que vão fazer chegar aos media os sinais e os blocos de informação de cada momento do evento. A cobertura mediática dos eventos é preciosa em termos de retorno para os organizadores, pelo que o rigor nos horários de cada momento é uma linha vermelha, articulada ao minuto com a coordenação e o protocolo/mestre de cerimónias. E também as “estrelas” mediáticas do evento – conferencistas, artistas, mestres de cerimónias – carecem de alguns cuidados para não aparecerem descompostos. Hoje é impensável não dispor de transportes, camarins e maquilhadoras para garantirem a melhor imagem destas importantes figuras que dão a cara pelo evento. “Há sempre um estado de alerta, mesmo quando tudo está a correr bem!” confessa o diretor de um grande e complexo evento desportivo. Em síntese, o backstage de um evento é hoje uma multitasking warzone que coordena e gere ao segundo cada momento de um evento, onde se revê pela milésima vez o programa, onde se repetem os treinos de cada momento, onde é feito o debriefing de cada momento e se faz o briefing do momento seguinte, e que não deixa escapar qualquer dificuldade pontual para não contaminar o grupo nem o público. What happens in Vegas stays in Vegas... É nos bastidores que se gerem os detalhes! Francisco Toscano Vice-presidente da APorEP WWW.EVENTPOINTINTERNATIONAL.COM 66 ESPAÇO APOREP JANTAR DOS EVENTOS JUNTA 800 PROFISSIONAIS © Nuno Ramos Photography WWW.EVENTPOINTINTERNATIONAL.COM 68 EVENTO JANTAR DOS EVENTOS “FOI UM SUCESSO” Francisco Brito, um dos fundadores do Clube dos Eventos, afirmou que o Jantar dos Eventos “foi um sucesso”. Foi num ambiente de magia, de jardim encantado, com duendes, gigantes, unicórnios, sábios e magos, e com muita animação, visual e musical, que o Jantar dos Eventos juntou 800 profissionais da indústria no Coliseu do Porto, a 9 de julho. Francisco Brito considera que o Jantar dos Eventos “é um evento que, cada vez mais, nos coloca um peso em cima de querer fazer mais e melhor todos os anos”. “O Clube dos Eventos está consolidado. Para o próximo ano ou ainda durante este ano vamos ter mais iniciativas”, adianta. O conceito do Jantar dos Eventos transformou completamente o espaço físico do Coliseu do Porto, local escolhido para a edição deste ano. Foi também “a abertura de um mundo novo, de alguma forma, para o Coliseu, que durante muitos anos não teve este tipo de eventos, não teve este tipo de pessoas, de negócio, de network a funcionar”, refere Miguel Guedes, diretor do Coliseu do Porto, satisfeito com esta abertura da histórica sala portuense aos eventos e aos negócios.Next >