< Previous20 EVENT POINT | EMPRESAS Qualidade e atenção ao pormenor Fazendo um balanço do primeiro trimestre de 2025, Frederico Santos diz que os resul- tados “superaram as expectativas”, até no que está “agendado já para o futuro”. “É um bocadinho o reflexo do nosso posicionamento de mercado, da relação que temos com os clientes e, acima de tudo, da qualidade que incutimos às nossas equipas”, sustenta. Oferecer um serviço de qualidade, com “o preciosismo do mais ínfimo pormenor, a que muitas vezes não se dá atenção”, é o ponto forte da Know How. “Empresas audiovisuais existem muitas, e cada vez aparecem mais, e acho que a maneira que temos de marcar a diferença é precisamente pelo cuidado e pelo por- menor, não pela quantidade”, defende Frederico Santos. Com esta filosofia de trabalho em mente, a Know How opta por fazer “uma triagem muito, muito apertada àquilo que são os técnicos”. KNOW HOW O “truque” de manter os colaboradores satisfeitos A propósito desta gestão de Recursos Humanos, o fundador da Know How reconhece que “como vai havendo cada vez mais eventos”, os técnicos “vão-se dissipando”. A Know How conquista os profissionais com “algum tipo de regalias”. “Se são bons e os queremos por perto, temos que lhes dar algumas contrapartidas, não só financeiras”, explica. Segundo Frederico Santos, as empresas estão sempre a precisar de mais técni- cos”. O “truque” é “mantê-los satisfeitos”. “Se estiverem satisfeitos, também ofere- cem um melhor serviço”, afirma. Frederico Santos21 ABRIL | MAIO | JUNHO 2025 O desafio dos eventos de última hora Os pedidos de última hora são outro desa- fio. “Já fiz eventos com 1.500, 2.000 pessoas, que só são confirmados com três, quatro dias de antecedência”, recorda. “A solução para esse problema passa muito por quem organiza os eventos, nomeadamente as agências, que são quem pode ter algum poder de decisão nisso”, defende. Também a logística e o trânsito do Porto podem ser desafiantes e se um cliente pede algo “duas horas” antes do evento, o tempo que a equipa demora a ir do armazém ao espaço “pode não ser o suficiente”. “Acima de tudo, temos que dar resposta ao cliente. Acho que isso é o mais impor- tante. Tentar dar resposta positiva ao cliente”, conclui. Direção técnica: O coração de toda a operação As diversas equipas da Know How Audio- visuais são coordenadas pelo diretor técnico, Bruno Relvas. “Trabalhamos diariamente na motivação e no bem-estar dos nossos técnicos, pois acreditamos que essa dedicação se reflete diretamente na qualidade da experiência que propor- cionamos ao cliente. A excelência dos nossos eventos nasce do cuidado com as pessoas que os tornam possíveis”. KNOW_HOW 917 426 229 geral@knowhowaudiovisuais.pt Bruno Relvas22 EVENT POINT | EMPRESAS O líder do grupo Embrace, Frédéric Frère, fala sobre o ecossistema de marcas que está apostado em transformar o setor dos eventos em Portugal e a posicionar o país no radar internacional. Embrace “Num mercado exigente, escolhemos ser especialistas” EMPRESAS BRANDED CONTENT23 ABRIL | MAIO | JUNHO 2025 Num tempo em que a transformação é constante e os desa- fios são cada vez mais complexos, o grupo Embrace esco- lheu um caminho claro: o da especialização. A partir de uma estratégia pensada para responder com foco e profun- didade às exigências de diferentes segmentos, nasceu um ecossistema de marcas que atua de forma complementar, mas com missões bem definidas. Em entrevista, Frédéric Frère fala sobre esta visão, o crescimento sustentável e o futuro dos eventos, em Portugal e além-fronteiras. A especialização está no ADN do grupo Embrace. Como nasceu essa abordagem? Acreditamos que só os especia- listas conseguem realmente acrescentar valor aos clientes. Essa convicção levou-nos, desde cedo, a apostar numa estratégia de segmentação por área de negócio. Preferimos criar marcas autónomas, com identidade própria e equipas especializadas, em vez de se- guir um modelo generalista. Isso permite-nos estar mais próximos do cliente, compreen- der melhor os seus desafios e entregar soluções verdadeira- mente relevantes. Como se traduz essa especializa- ção na área dos eventos? Hoje temos um portefólio ro- busto de unidades de negócio que operam de forma comple- mentar. A Emotionstore, por exemplo, é a nossa marca foca- da nos eventos corporativos internacionais e programas de incentivo no mercado nacional. É também a nossa representan- te nas redes internacionais American Express Meetings & Events e Global DMC Partners, o que nos posiciona como uma porta de entrada para grandes marcas globais em Portugal. Frédéric Frère24 EVENT POINT | EMPRESAS E para o setor farmacêutico, têm também uma abordagem dedica- da? Sim, através da LAB Pharma Events, líder nacional na orga- nização de eventos para a in- dústria farmacêutica. É um setor onde o conhecimento profundo do compliance e a experiência acumulada fazem toda a diferença. A nossa equi- pa está preparada para respon- der com rigor às exigências deste mercado, prestando ser- viço a multinacionais e grandes players nacionais. Recentemente houve novidades no grupo, com a entrada da Mundi- convenius. O que representa esta integração? A Mundiconvenius é uma PCO reconhecida e a sua integração veio reforçar significativamente a nossa capacidade na organi- zação de congressos e conven- ções de grande escala, tanto a nível nacional como internacio- nal. É um passo estratégico para consolidarmos a nossa presença neste segmento. E a Meetique? É também uma nova marca no vosso ecossistema? Exatamente. A Meetique nasceu de um rebranding da nossa área de grandes eventos corpo- rativos nacionais. É uma marca com uma oferta chave na mão, EMBRACE25 ABRIL | MAIO | JUNHO 2025 que integra competências como a produção técnica e a ativação de marca, respondendo de forma ágil e criativa aos desa- fios do mercado nacional. O grupo vai além dos eventos. Que outras áreas completam o vosso ecossistema? Na área das viagens, temos a Travelstore American Express GBT, líder na gestão de viagens de negócios, e a Allways, espe- cializada em viagens personali- zadas no segmento high end, como membro da rede Serandi- pians. Temos também a Tra- velstore – Life Beyond Work, que desenvolve soluções de bleisure pensadas para melho- rar a experiência dos colabora- dores, e a Around Vector, a nossa software house, que desenvolve soluções tecnológi- cas para clientes internos e externos. Como vê o futuro do grupo, num contexto global marcado por incertezas? Apesar das incertezas geopolíti- cas, vemos um momento muito positivo. A economia portugue- sa está dinâmica e o país é cada vez mais atrativo para eventos internacionais. O nosso com- promisso é continuar a investir em talento, inovação e tecnolo- gia – com destaque para a Inte- ligência Artificial –, para anteci- par tendências e criar valor real para os nossos clientes.26 EVENT POINT | GRANDE ENTREVISTA Rui Batista Hoje em dia o gestor de eventos tem de ser alguém muito completo GRANDE ENTREVISTA27 ABRIL | MAIO | JUNHO 2025 Um setor em “completa transformação”, com múltiplos desafios, mas ainda assim gratificante e aliciante. É assim que Rui Batista, diretor da UpPartner, vê o panorama atual dos eventos. Uma conversa em que se falou de processos, tendências, clientes e muito mais... Como é que foi o seu percurso até chegar à indústria dos eventos? Tenho mesmo que ir ao baú (risos). Comecei a minha carreira, curiosamente, a trabalhar numa área que não tinha nada a ver com marketing. A minha formação é Psicologia, venho da área de Psicologia Organizacional. Quando terminei o curso, estive a trabalhar a fazer seleção de pilo- tos para a Força Aérea. Depois comecei a traba- lhar em empresas de estudos de mercado e, de repente, surgiu a oportunidade de trabalhar em comunicação. Isto porquê? Porque tinha feito o último ano com especialização em marketing. E achei piada a isso e comecei por trabalhar numa agência, uma das grandes a nível internacional. Na altura tive a sorte, ou não, de ter entrado no momento em que estava a acontecer a Expo98. E comecei a trabalhar em estudos de mercado relacionados com a Expo98, portanto foi logo assim uma espécie de abertura em grande, por- que trabalho não faltava. Foi bastante stressante, mas foi muito giro por outro lado. TEXTO: Cláudia Coutinho de Sousa Rui Ochôa28 EVENT POINT | GRANDE ENTREVISTA A Expo98 foi uma escola para muita gente… Sim! Comecei a ficar interessa- do e, entretanto, mudei para o que é hoje a UpPartner, que na altura se chamava Nomi Marke- ting, isto já há muitos anos, e comecei a trabalhar, curiosa- mente, na área de ponto de venda. Passado uns meses, como já estava um bocado saturado de ponto de venda, acontece que uma amiga minha convidou-me para organizar um evento da sua empresa. Andava sempre a organizar festas e jantares com o pessoal, ela achava que eu tinha piada para aquilo. Eu, muito ingenua- mente, organizei uma festa para 150 pessoas, na Herdade do Esporão, e gostei imenso. O facto é que fiquei com o bichi- nho dos eventos, nunca mais parei e já lá vão praticamente 23 anos em que tenho estado sempre ligado aos eventos, de uma forma ou de outra. Quem gosta de eventos, e quem traba- lha na área, sabe que é um bichinho muito difícil de se tirar, porque é uma área, embo- ra com muitas vicissitudes, e muitos desafios, desafiante e muito gratificante ao mesmo tempo. Rui Batista com Thierry Reboul29 ABRIL | MAIO | JUNHO 2025 Passado esse primeiro deslumbra- mento, quais é que foram as principais dificuldades nesse arranque? As dificuldades eram muitas, mas, curiosamente, às vezes, tenho um certo saudosismo das dificuldades da altura. Eram mais simples? Eram mais simples! (risos) Entrei numa altura em que, recordo-me, havia pagers, fax – ainda sou desse tempo –, e era um ritmo totalmente dife- rente. Quando queria organizar um evento, tinha que ser mais atempadamente, ou seja, não podia ser uma coisa que fosse de hoje para amanhã. Mas, por outro lado, também permitia que houvesse uma organização diferente, ou seja, que as coisas fluíssem de uma maneira tam- bém mais interessante em termos de evento. Comparado com hoje não havia a multiplici- dade de suppliers que existe, nem a multiplicidade de servi- ços, nem Portugal estava com o turismo que tem hoje. Portanto, era um mercado muito mais pequeno, em termos de número de clientes, em termos de pro- jetos, e Portugal não era, de todo, um país que se podia dizer que estava afirmado como uma referência nos eventos a nível internacional, ainda esta- va um bocado por descobrir. Portanto, comparativamente com hoje, não tem nada a ver. Hoje, a velocidade a que se organiza um evento, o cruza- mento de tecnologias que exis- te, é completamente incompa- rável. Nesse aspeto, eu acho que estamos numa fase de evolução, e agora com a Inteli- gência Artificial, é um setor com- pletamente em transformação. “Hoje a velocidade a que se organiza um evento, o cruzamento de tecno- logias que existe, é com- pletamente incompará- vel.” Next >