< Previous80 EVENT POINT | SPOTLIGHT SPOTLIGHT Eventos no Interior? Há um caminho!81 ABRIL | MAIO | JUNHO 2025 Nos últimos anos, o turismo de negócios tem evoluído para um conceito mais autêntico e sustentável. Há um interesse crescente em levar grupos corporativos, incentivos e eventos para zonas do Interior, promovendo uma maior integração com a cultura local, património, tradições e economia regional. Nesse sentido, a Event Point e o MPI Iberian Chapter organiza- ram uma conferência na BTL (março) com o tema “Como expandir a oferta MICE para o Interior do país”. O debate contou com a presença de Dalila Dias, Aldeias Históricas de Portugal, Carlos Picanço, Futurismo Azores Adventures, Danilo Cerqueira, Tempovip DMC e Tiago Veloso, da Detours. A moderação esteve a cargo de Rui Ochôa, da Event Point, e Mariana Sousa Pavão, do MPI Iberian Chapter e Turismo do Porto e Norte. Muito se fala sobre levar o turismo de negócios para o Interior, mas não haverá ainda muito por fazer? Há oferta qualificada para os grupos corporativos? Há uma estraté- gia delineada? Pedimos aos intervenientes no debate para nos identificarem as ideias-chave para que o debate perdure no tempo. Danilo Cerqueira, Tiago Veloso e Mariana Sousa Pavão82 EVENT POINT | SPOTLIGHT - O destino deve ser o protagonista e não somente um palco. Os eventos devem respeitar e valorizar a identida- de local, envolvendo a comunidade e garantindo que a narrativa do territó- rio seja preservada e fortalecida. - Um evento MICE deve ser uma jornada de desafios, aprendizagem e cresci- mento para os participantes, tornando- -se memorável e significativo. Não uma bolha sanitizada e hermética ao que a rodeia. - Os eventos contribuem para a diminui- ção da sazonalidade, permitindo a ocorrência de fluxos fora do período da época alta e festivas; - Contribuem para a diversificação da atividade turística, no Interior, capitali- zando infraestruturas públicas existen- tes para a construção do produto turís- tico; - Fomentam a criação de parcerias (pú- blico e privados), podendo estimular uma maior robustez do tecido econó- mico com a repartição de custos na composição do produto turístico; - É importante tirar partido da oportuni- dade da operação turística e procurar destinos menos massificados e estru- turar a oferta MICE para grupos mais pequenos em linha com os princípios da sustentabilidade; - É necessária qualificação e profissionali- zação da atividade turística instalada para esta tipologia de produto turístico; Carlos Picanço Dalila Dias - O setor MICE deve assumir-se como um tradutor entre culturas e não como um bulldozer que replica eventos iguais em todos os locais. - Os destinos e as empresas locais devem controlar a narrativa, qualifi- cando os pedidos para criar experiên- cias autênticas e não apenas atender a expectativas genéricas e potencialmen- te desadequadas à sua realidade. Rui Ochôa, Carlos Picanço e Dalila Dias83 ABRIL | MAIO | JUNHO 2025 - É importante fazer curadoria da oferta de acordo com aquilo que é o perfil do cliente, porque a oferta normalmente é muito estandardizada, e depois o cliente é que tem que imaginar como é que aquilo se compatibiliza com o que ele quer fazer. - É necessário investir em canais de distribuição mais específicos e contro- lar a narrativa, agregando valor ao produto. - O apoio das “gentes” locais é fundamen- tal, o seu saber e contributo é essencial o destino ser o protagonista e não só o palco, e este processo consegue-se com a construção de confiança entre entida- des, PARCERIAS!!! Para quem como nós não tem sede no Interior é fundamental que se perceba qual é o nosso propósito ao levar grupos para locais mais peque- nos e mais exclusivos. - Profissionalizar e formar os agentes locais nas regiões do Interior com capacitação técnica para receção e trabalho com turistas estrangeiros e melhor ainda com turistas MICE (ativi- dades muito especificas devido à sua natureza). Em muitos dos locais onde operamos os nossos grupos ainda existe muita falta de agentes qualifica- dos na área do turismo, sabemos que o trabalho está a ser feito, há muitas Danilo Cerqueira Tiago Veloso escolas profissionais no Interior com cursos ligados ao turismo e à animação turística o que é bom, mas seria ainda melhor a qualificação ou requalificação da população em idade ativa. “Comer- cializar” pequenas tarefas do dia-a-dia realizadas pelas populações locais de forma imersiva e contextualizada pode ser um dos caminhos para melhorar experiências. - Criar condições fisicas para a receção de grupos: tentar, sem descaracterizar e de forma sustentável, criar espaços/ zonas onde grupos (100/200 pessoas) possam desfrutar de forma ideal de todo o potencial das nossas regiões do Interior. Temos vários grupos com mais de 100 pessoas (dois autocarros, 20 a 25 jipes, por exemplo) é sempre um processo difícil organizar uma atividade para um grupo tão grande de pessoas em locais onde não há apoios e dinâmicas preparadas para tal. Numa altura em que se fala tanto de autenticidade, de sustentabilidade, mas também de desenvolvimento do Interior, esta foi uma oportunidade para refletir muito seriamente sobre estes temas.84 EVENT POINT | TOOLBOX Apresentações dinâmicas, avatares realistas e análise de emoções de TOOLBOX85 ABRIL | MAIO | JUNHO 2025 Utilizar aplicações baseadas em Inteligência Artificial (IA) é cada vez mais comum e muitos já não trabalham sem elas. Há aplicações que trazem eficiência, rapidez e inovação a tarefas diárias, à preparação de grandes projetos e aos próprios eventos. Aqui, deixamos três exemplos de aplicações de IA, que podem ajudar na otimização dos processos. Há uma nova forma para apresentar ideias em reuniões, sem o recurso ao tradicional PowerPoint. A Gamma apresenta-se como um meio criativo para partilhar ideias, com apresentações dinâmicas, bastando para isso que os utilizadores escrevam o que pretendem. Dadas as devidas instruções, a Gamma transforma as palavras em slides, permi- te que toda a equipa adi- cione atualizações e parti- lha as apresentações num link com leitura em todos os dispositivos. A Gamma tem um serviço integrado de análise, ajudando as equipas a compreender o desempe- nho das suas apresenta- ções e contribuindo para a sua melhoria. Ou seja, é possível perceber quais as secções que mais envol- vem os participantes da apresentação, quanto tempo as pessoas ficam em cada slide e com que frequência as apresenta- ções são visualizadas, por exemplo. GAMMA https://gamma.app/86 EVENT POINT | TOOLBOX A HeyGen é uma ferra- menta de IA que transfor- ma texto em vídeo, crian- do avatares realistas e fazendo clonagem de voz multilingue, ajudando os profissionais na produção de conteúdos. Com esta aplicação é possível criar um avatar baseado na própria pessoa ou esco- lher um que haja em stock, e personalizá-lo com expressões faciais e outras características, para que estes possam entrar em ação, dando vida ao conteúdo em apresentações, tutoriais ou clipes de marketing, por exemplo. O avatar criado pela Hey- Gen é interativo e pode ser treinado de acordo com as necessidades do cliente, o que vai permitir responder a perguntas e manter uma conversa, fazendo isso em mais de 175 línguas, em qualquer dia e a qualquer hora, e com sincronização labial ajustada. Desta forma, esta ferramenta permite que os profissionais al- cancem públicos em todo o mundo. HEYGEN https://www.heygen.com/87 ABRIL | MAIO | JUNHO 2025 A Zenus pode ser útil para os organizadores de even- tos, na medida em que, ao fazer reconhecimento e identificação para um check-in rápido e ainda análise de emoções, pode contribuir para a melhoria da experiência em diver- sos tipos de eventos. Com a Zenus Smart Camera é possível recolher dados demográficos e analisar sentimentos, apresentan- do os resultados em tempo real, no painel de controlo da marca ou numa aplicação interativa própria, que pode ser criada. Os organizadores podem manter-se a par do tráfe- go de participantes e dos seus níveis de envolvi- mento, contar e comparar o desempenho dos parti- cipantes nas sessões, e recolher e fornecer dados em concreto a expositores e patrocinadores, sobre a participação e comporta- mento dos visitantes do stand, por exemplo. A Zenus garante uma análi- se ética de sentimentos, para que os organizado- res possam entender no momento que ativações estão a funcionar melhor. ZENUS https://www.zenus.ai/88 EVENT POINT | MAPA MI Vila do Conde Um destino com alma, versatilidade e cheiro a maresia MAPA MI TEXTO: Maria João Leite89 ABRIL | MAIO | JUNHO 2025 Vila do Conde é um destino versátil, com tradição, alma e cheiro a maresia, ao serviço da indústria das reuniões e eventos. José Régio recorda em verso Vila do Conde, a cidade que o viu nascer e morrer, como “espraiada entre pinhais, rio e mar”. Lembra o vento norte, o “bom cheirinho dos pinheiros”, o cheiro a maresia “a que chei- ra toda a vila”, a Senhora da Guia, a Senhora Sant’Ana, o Convento de Santa Clara, a capela da Senhora do Socorro, Azurara, Caxinas, as “belas gen- tes do mar”… São paisagens, cheiros, locais e tradições eternizados em verso, que descrevem a cidade do Aqueduto, da Cividade de Ba- gunte e de uma frente atlântica com 18 quilómetros de praias, uma cidade de artesanato, onde a Renda de Bilros assume pro- tagonismo, e de gastronomia, onde não faltam o peixe fresco e a doçaria conventual. Vila do Conde tem um vasto patrimó- nio cultural, que convida a ser explorado. © Município de Vila do CondeNext >