AVK-One: Grupo cresce com a aquisição da Pixel Light
30-04-2025
# tags: AVK , Eventos , Audiovisuais , Empresas
O grupo AVK-One quer continuar a crescer, desta vez com a compra da Pixel Light, consolidando a “liderança” no mercado dos audiovisuais.
A AVK existe há sensivelmente 15 anos e já estava reunida em grupo com outras duas empresas: a Euroservice, resultado da fusão de duas empresas (Eurologistix e Servicepack), e a Global Setup, sediada na Galiza, começa por explicar o administrador da empresa, Paulo Rodam, à Event Point. Essa união de forças fazia da AVK uma referência no fornecimento de serviços audiovisuais em Portugal. No entanto, “já nos queríamos afirmar há algum tempo enquanto grupo”, e daí a criação do grupo AVK-One.
A aquisição da Pixel Light, anunciada no final de março, “vem no sentido da diversificação que nós pretendemos dar ao grupo”. Presentes e consolidados na área dos eventos corporativos, congressos e feiras, a aquisição da Pixel Light permite a entrada num novo segmento.
“No que diz respeito a televisão, já fazíamos alguma coisa, mas a Pixel Light está muito mais bem posicionada nesse segmento”, adianta Paulo Rodam à nossa entrevista. E não só na televisão, também nos festivais de verão e em concertos. “Fazia sentido ter essa abrangência ainda maior, para consolidarmos a nossa posição enquanto líderes.”
Paulo Rodam lembra que a atividade do grupo é ainda “sazonal”, abrandando em algumas épocas do ano, e que a nova aquisição “vem complementar também essa sazonalidade, porque a Pixel Light está mais ativa e a necessitar de mais recursos precisamente nos tempos em que nós estamos mais parados; e o inverso também acontece”.
Esta junção “vai permitir criar um conjunto de sinergias, não só a nível de meios técnicos, mas também a nível de recursos humanos, que, ao fim e ao cabo, será bom para nós enquanto grupo, mas também para o mercado e para os clientes em geral”.
Pretende-se que as sinergias “sejam totalmente transversais às quatro empresas que constituem o grupo”, apesar de cada uma delas viver o dia-a-dia “com as suas identidades próprias”, sendo que o nome AVK-One estará mais presente, como um chapéu.
O grupo AVK-One conta com mais de 300 profissionais, mais de 60 mil metros quadrados de instalações e uma faturação acima dos 30 milhões de euros – números de 2024, ano em que foram realizados mais de cinco mil eventos, de pequena e grande dimensão.
Investimento a dobrar em 2025
Este ano, o plano de negócios foi assumido enquanto grupo e há a perspetiva do dobro do investimento em equipamentos, cerca de quatro milhões de euros. Só isso “vai aportar ao mercado algumas questões tecnológicas e de inovação que iremos introduzir”, diz Paulo Rodam. Além disso, as sinergias vão traduzir-se “numa melhoria de qualidade no serviço final que nós prestamos aos nossos clientes”.
O vídeo é uma área “que nos consome sempre uma fatia bastante grande do nosso plano de investimentos”, conta Paulo Rodam. “É inevitável, até porque é a área onde o desenvolvimento acontece mais rápido.”
Apesar das evoluções nas áreas do som e da iluminação, no vídeo, “a tecnologia anda muito rápido”. E a evolução, e a exigência de qualidade, obriga a empresa a estar “permanentemente a investir em novos equipamentos”. No caso, “já todos com resolução 4K”, ao nível do LED wall, da projeção de vídeo e das máquinas que fazem o processamento desses sinais, explica.
“Por sua vez, as apresentações nos eventos corporativos também são cada vez mais complexas, mais ousadas e mais pesadas, em termos de conteúdos, e isso faz com que nós tenhamos que permanentemente investir em máquinas mais poderosas para que os eventos corram sempre a 100%”, adianta.
Este ano, vai ser feito um investimento grande em LED walls, cuja resolução “cada vez vai baixando mais. Cada vez são mais levezinhos e mais pequeninos, o que permite uma qualidade melhor e diferenciada”. A ideia é reforçar não só as resoluções maiores, como as mais pequenas.
“Agora há a introdução também dos LED walls com transparência, que permitem fazer algumas aplicações específicas ao nível dos eventos corporativos, e não só – também ao nível dos espetáculos –, porque confere mais segurança na sua instalação. Diria que na área do vídeo será garantidamente onde nós teremos mais surpresas”, frisa.
Para Paulo Rodam, a iluminação, as estruturas e o som também são fatores importantes, e necessitam sempre de reforço. “Isto sem contar com alguns projetos especiais que nos aparecem ao longo do ano” e que, fora do plano de investimento previsto, “nos obrigam a ir ao mercado e a fazer um investimento específico neste ou naquele equipamento para irmos ao encontro da necessidade e de podermos responder a esse projeto”.
“Nos próximos cinco anos, o mercado vai sofrer algumas alterações”
A AVK está presente em várias geografias: Grande Lisboa, Porto, Algarve e Galiza. Segundo Paulo Rodam, o Porto é a região “onde pretendemos apostar mais”, afinal, o destino “acaba por estar sempre nos tops das cidades, em termos de turismo de negócios”. Aliás, lembra, Portugal consegue encaixar quatro ou cinco cidades nos rankings do setor. “Felizmente, para bem de todos nós, pela nossa atividade e do turismo em geral, mas também do turismo de negócios, que é um bocadinho esquecido pelos nossos governantes”.
O administrador da AVK considera este um segmento “de extrema importância”, que “movimenta umas centenas largas de milhões de euros e que mexe também com a indústria hoteleira”. Portanto, continua o responsável, “o Porto é um dos locais que tem vindo a crescer bastante em termos de captação de congressos”, pelo que, “geograficamente, é um dos pontos que nós queremos explorar”.
Paulo Rondam entende que, no Algarve, “a nossa posição está bastante bem consolidada”, apesar da sazonalidade. O mesmo na zona de Lisboa, que, apesar da “posição forte e bem consolidada”, vai agora contar com um leque mais alargado de serviços disponíveis.
Na Galiza, a atividade começou por ser na área dos espetáculos. Nos últimos três anos, a empresa posicionou-se também na área dos eventos corporativos e da televisão. O facto de a cultura da Galiza ser muito próxima da portuguesa “facilita bastante o nosso desempenho e o desenvolvimento da nossa atividade naquela região”. Mas Paulo Rodam vê “a possibilidade de uma expansão grande, e até a outros níveis, crescendo sempre mais no mercado dos eventos corporativos”. E não põe de lado a expansão da atividade “dentro do mercado da Península Ibérica”.
Ainda decorre o processo de integração da Pixel Light no grupo AVK-One, que se pretende bem feita. Depois desse processo concluído, o grupo garante querer crescer organicamente. E daí os investimentos em equipamentos e em recursos humanos – este último, “um fator muitíssimo importante e muitíssimo valioso; se calhar, até, o mais valioso de todos”.
Paulo Rodam fala em consolidação nos serviços audiovisuais, onde “temos já uma posição bastante relevante, que virá, no futuro, a ficar ainda mais consolidada”. Mas há abertura para outras atividades, complementares. “Acho que, nos próximos cinco anos, o mercado vai sofrer algumas alterações. E nós queremos estar preparados, para não perdermos nenhuma dessas oportunidades, porque queremos seguir numa posição de liderança e não queremos ficar por aqui, queremos ir mais além”, conclui.