Jorge Veloso: “Quisemos fazer um festival urbano, transversal e que estivesse perto das pessoas”

27-05-2022

# tags: Alfândega do Porto , Festivais , Eventos , Porto , JN North Festival

Jorge Veloso, diretor do JN North Music Festival, fala à Event Point do regresso de um evento que é também o primeiro festival de música no pós-pandemia.

Foram três adiamentos, três momentos de espera que poderiam ter sido o ponto final num festival recente, que completa em 2022 a sua terceira edição. O JN North Music Festival abriu a época dos festivais e deu o mote para um verão em que, sem os condicionalismos das regras sanitárias, se prevê um regresso em grande dos eventos de massas.

Poucas horas após a abertura de portas, e numa altura em que o recinto do festival, na Alfândega do Porto ia começando a encher-se de público e de música, Jorge Veloso fez uma breve pausa para nos falar da importância deste regresso. 

Agora foi de vez. Começou…

Dizem que sim (risos). Durante este mês, foi preciso levantarmos o palco, barreiras e estruturas para que as pessoas achassem que ia ser um festival. Foi tão difícil, tivemos três adiamentos e o nosso público pensou: “será que é desta? É mesmo. Já começou, estamos todos animados pela adesão, pelo tempo e por voltarmos a fazer o que gostamos, fazer um grande festival. Calhou-nos ser o primeiro grande festival do ano. 

As expectativas que tinham, quer em termos de público, quer de parceiros, vão ser alcançadas? 

Acho que vamos ultrapassar as expectativas de público. As marcas já são parceiras há vários anos. Mas é verdade que este ano conseguimos ir mais longe, com um naming, um patrocinador principal, mas isso também é fruto do trabalho que fizemos ao longo dos últimos anos, dos artistas que temos e da venue que escolhemos, que é única para um festival em Portugal

Ser na Alfândega do Porto é importante…

É diferenciador. É um edifício centenário, não precisamos de improvisar muito. Quisemos fazer um conceito de festival mainstream, mas que fosse urbano e transversal, que estivesse perto das pessoas. Quisemos fazer com que as pessoas viessem a um festival sem terra, à beira rio, em que pudessem sair do trabalho, com a roupa com que estavam e que se sintam bem. É um festival super descontraído, que não obriga a percorrer grandes distâncias. Estamos a dois passos da Rua das Flores, do Palácio de Cristal. Estamos mesmo no centro do Porto e acho que é fundamental nesse sentido.

Estão a atrair público de outros países?

Há 15 dias tínhamos público de 25 países e de países que nem imaginávamos, como Israel. Fizemos promoção através dos meios digitais, que conseguem chegar muito longe hoje em dia. As próprias bandas anunciam que vão cá estar e isso chega longe. Uma pessoa de Israel vem ao Porto ver uma banda, mas também aproveitar o fim de semana.

O festival pode ser um fator para potenciar o turismo?

O Turismo do Porto já não precisa. Não posso dizer que o JN North Music Festival seja o ponto de partida para as pessoas virem, mas é um complemento e temos bandas capazes de atrair pessoas de outros países, como é o caso de Don Diablo ou Robin Schulz, que são referências. Ou Jesus and Mary Chain, que só vão atuar em Portugal e no Primavera Sound de Barcelona, como temos muita gente que vem da Galiza para ver Waterboys. 

© Olga Teixeira Redação

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