Meo Kalorama: a celebração da arte, música e sustentabilidade

Reportagem

05-09-2023

# tags: Meo Kalorama , Marcas , Ativação de Marca , Lisboa , Festivais , Eventos , Música , Sustentabilidade

A segunda edição do Meo Kalorama decorreu entre os dias 31 de agosto e 2 de setembro, no Parque da Bela Vista.

O Meo Kalorama não se foca apenas na música. A arte e a sustentabilidade marcam uma forte presença no evento. Em parceria com a plataforma Underdogs, a oferta de arte aumentou substancialmente este ano. E, em vez de uma, foram apresentadas seis propostas artísticas.

Foram três os artistas responsáveis pelo desenvolvimento visual dos palcos. O palco Meo foi da autoria da artista visual e ilustradora Kruella d’ Enfer, o palco San Miguel da dupla criativa Halfstudio e o palco Samsung do designer e artista gráfico Diogo Potes. Para além destas propostas, a mostra incluiu uma instalação artística do artista Fiumani, com apoio da Via Verde; um workshop artístico de Vai Dar Pitanga, patrocinado pela Valor Sul; e uma intervenção artística dos Unidigrazz, com apoio da Rádio Comercial.

No campo da sustentabilidade, o Meo Kalorama está em linha com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável estabelecidos pela ONU e, em 2023, reforçou a sua estratégia, contratando novos artistas do bairro, destinando um espaço para pessoas surdas sentirem a música, mantendo os wc sem género, o compromisso com 0% de resíduos em aterro (em 2022, foi distinguido como Evento Eco pela Valorsul), ou a doação de alimentos, materiais e bilhetes a famílias carenciadas.

A tecnologia cashless parece que chegou para ficar. Vários festivais usaram, este ano, este método de pagamento dentro dos recintos. O Meo Kalorama não fugiu a esta nova tendência. Este tipo de tecnologia dispensa o uso de dinheiro físico, proporcionando uma utilização segura nos pagamentos. Quem não usava contactless podia sempre pagar por multibanco. Os pagamentos em dinheiro não foram permitidos e a solução era carregar dinheiro físico para um cartão pré-pago contactless temporário.

Reorganização do espaço do festival


O Parque da Bela Vista é, sem dúvida, o espaço perfeito para a realização de festivais, um autêntico anfiteatro natural. Com uma vasta área verde, infraestruturas adequadas e capacidade para receber grandes multidões, o parque oferece um ambiente acolhedor e versátil. E a organização do Meo Kalorama também soube aproveitar todas as potencialidades.

Uma das grandes novidades desta edição foi a reorganização do espaço. Os palcos estavam num posicionamento diferente, mais afastados uns dos outros. Esta alteração permitiu retificar um problema sentido na edição anterior, onde havia sobreposição do som. Para além disso, os horários dos espetáculos nos dois palcos principais não foram sobrepostos. De realçar também as praças de alimentação do Meo Kalorama. Ao todo, eram quatro distribuídas pelo recinto (cada uma perto de cada palco), o que permitiu uma distribuição das pessoas.

A parte menos positiva do festival foi o pó, principalmente junto do palco principal. Quando a plateia saltava, as nuvens de pó que se formavam eram assinaláveis. A organização do Meo Kalorama deverá pensar numa solução para evitar, no futuro, estas situações – que são desagradáveis para o público e para os artistas, conforme referiu, várias vezes, Florence Welsh durante o concerto. Outro ponto a repensar é a fluidez de circulação nos wc, uma vez que as filas eram longas.

As ativações de marca no festival


Uma coisa que diferencia o Meo Kalorama dos outros festivais é a pouca proliferação das marcas. Entre patrocinadores e parceiros não ultrapassa os 12. A organização procura também desincentivar junto das marcas a oferta de brindes e pretende, apenas, focar-se na música, arte e responsabilidade social. Mas, independentemente das poucas marcas presentes, não faltaram ativações.

A Via Verde participou pela primeira vez no evento. Além de apoiar uma instalação artística, a empresa apostou numa ativação que ‘Faz Forward’ aos festivaleiros. Durante os três dias, o pórtico de entrada do Meo Kalorama e os mochileiros com pontos móveis de carregamento de telemóveis marcaram presença no festival. Outra ação da Via Verde foi o serviço de shuttles entre vários pontos da cidade e o festival.

A ESC Online voltou este ano a fazer uma forte aposta em festivais de verão. Depois da presença no Sumol Summer Fest e no RFM Somni, também não faltou ao Meo Kalorama. Todos os que passaram pelo stand da ESC Online foram convidados a participar em várias experiências de entretenimento, desde uma roda da sorte a matraquilhos. Experiências que combinavam diversão, desporto e interação com os festivaleiros.

Quem se estreou também no festival foi a Hyundai como viatura oficial. O novo modelo Kauai foi a grande atração. No stand da marca desenvolveram-se ações, como pinturas faciais e jogos de quiz, através dos quais poderiam aceder a alguns brindes (como fitas, sacos ou lenços). Este ano, a Hyundai esteve presente em cinco festivais. Com um reportório consistente de apoio a` mu´sica, a marca ve^ nesta expressa~o arti´stica um vei´culo para criar proximidade com o pu´blico.

Pelo segundo ano consecutivo, a San Miguel é a cerveja oficial do festival. Para além dos vários spots de venda de cerveja espalhados pelo recinto, a San Miguel também detinha um stand de ativação. E entre as atividades desenvolvidas estava a trend do momento em festivais: a área da beleza. Criou um Hair Saloon para tratar dos cabelos dos festivaleiros.

Mas a ativação das Cervejas San Miguel começou antes do Meo Kalorama. Convidou o DJ e produtor sueco Sebastian Tadros para criar uma banda sonora para o festival. E, para isso, lançou um desafio no perfil do Instagram ‘San Miguel World’, incentivando os utilizadores a enviar, por mensagem direta, os sons do seu dia-a-dia que fizessem lembrar o festival. Com esses sons, o DJ sueco produziu uma música que foi apresentada durante o Meo Kalorama.

Outro dos patrocinadores oficiais do festival foi o El Corte Inglês. Com um stand de 60 metros quadrados dividido em dois pisos, todos os festivaleiros que por lá passaram tiveram direito a uma maquilhagem criada por Raquel Batalha. Para além disso, o stand contou ainda com manequins ‘Shop the Look’. Foram os looks escolhidos por influenciadores convidados que estiveram presentes no evento.

Marcas como a Samsung, Idealista, Sumol ou Sapo, todas tinham os mesmos objetivos: interagir com os festivaleiros e proporcionar experiências através da música e da arte que despertem atenção.

A dois dias do arranque do Meo Kalorama 2023, uma forte ventania derrubou uma parte da estrutura decorativa do palco principal; felizmente, ninguém ficou ferido. Naquela altura estava a ser preparado o novo design do palco da autoria da artista portuguesa Kruella d'Enfer. Percalços que podem acontecer, mas nada que impedisse a realização do Meo Kalorama. São situações que vêm lembrar os organizadores de eventos da instabilidade do clima, hoje em dia, e da importância de estar sempre alerta.

O Meo Kalorama foi concebido pela empresa espanhola Last Tour (a mesma que realiza o festival BBK em Bilbao, o Cala Mijas em Málaga, entre outros) em conjunto com a portuguesa House of Fun.  A edição de 2023 contou com a presença de mais de 64 artistas e teve quatro palcos, destacando-se a novidade do palco Panorama, dedicado à música eletrónica. Funcionou de forma non-stop, desde a abertura de portas (14h) até ao fecho das mesmas.

A próxima edição já tem data marcada: 29, 30 e 31 de agosto de 2024.