The World Battle 2023: um marco na cultura urbana nacional

Reportagem

04-09-2023

# tags: Alfândega do Porto , Eventos , Jogos Olímpicos , Porto

O The World Battle decorreu na Alfândega de 28 de agosto a 3 de setembro.

Mais de 300 atletas, de 60 países, marcaram presença no The World Battle – Festival Urbano de Desporto e Cultura. O evento contou com uma qualificação olímpica de breaking, modalidade que se vai estrear nos Jogos de 2024, em Paris. A portuguesa Vanessa Marina alcançou a medalha de bronze na competição feminina e conquistou pontos preciosos na corrida por um lugar nas Olimpíadas.

A competição ficou marcada pela espetacularidade, por duelos muito renhidos, decididos em detalhes, e pela animação do público que não parou de vibrar e dançar. As batalhas colocam um atleta contra o outro, sendo que existe uma equipa de juízes que avaliam as performances, com base na criatividade, personalidade, técnica, variedade, performance e musicalidade. Os atletas não sabem a música que vai tocar e têm de improvisar a dança naquele momento.

Durante a cerimónia de abertura do evento, Marina Rodrigues, presidente da Federação Portuguesa de Dança Desportiva, deu conta da “honra e privilégio” de acolher esta iniciativa mundial, enquanto Vítor Pataco, presidente do Instituto Português da Juventude, sublinhou a importância do The World Battle para “aumentar a visibilidade deste desporto em Portugal” e lembrou que o Comité Olímpico Internacional, com a decisão de incorporar o breaking na lista de modalidades, está a “acompanhar a evolução da sociedade e do desporto”. O evento contou ainda com a presença do secretário-geral da Confederação Mundial Olímpica, Sergey Nifontov, e do vice-presidente da World Dance Sport Federation, Nenad Jeflic.

Mas o festival contou com muitas outras razões de interesse, além da vertente desportiva. Max Oliveira, da organização, sublinhava à Event Point que todas as expectativas estavam a ser “superadas”. “A nível de adesão, a nível de participação, a nível de qualidade, acho que é um evento que está a marcar uma história na cultura urbana nacional, e a marcar uma grande mudança no que é o conceito de festivais, portanto creio que é um evento que está realmente a superar tudo aquilo que imaginei”.

O The World Battle foi uma celebração da cultura urbana e contou com dezenas de atividades, desde oficinas de dança, demonstrações, um lifestyle market, festas, e muito mais, mas colocar um evento desta dimensão em pé implicou vários desafios. “A logística, a parte económica, são muitos eventos durante uma semana, isto é um festival que engloba um sem fim de atividades. As dificuldades são imensas, mas superam-se. Acima de tudo o mais importante é ter uma equipa, que nos permite estar fortes e fazer um evento desta qualidade”, regista Max Oliveira.

O evento pugna pela inclusão social, pela igualdade de género, de raças e mesmo as questões políticas entre países não têm lugar na iniciativa. “Aqui desmistifica-se tudo”, refere o organizador. A sustentabilidade foi outra das preocupações da organização. Entre as medidas adotadas refira-se os vários pontos de reciclagem, os pontos de refill de água, e mesmo os prémios foram feitos com cortiça, um produto natural muito português. “O breaking já é uma modalidade sustentável por si só, porque não precisa de absolutamente nada a não ser uma coluna, música. Ter dois bons B-boys ou B-girls, e uma música de um telefone, tens uma final mundial, depende totalmente da qualidade de uma pessoa e não do equipamento desportivo”.

© Cláudia Coutinho de Sousa Redação