Teresa Broccoli: “A indústria dos eventos mudou 180 graus em dois anos”

Entrevista

18-07-2022

# tags: MPI , Eventos , Associações , Meetings Industry

Conversamos com Teresa Broccoli, ex-presidente do Capítulo Ibérico da MPI, mas ainda membro da direção, sobre o Capítulo, o seu legado como líder e como vê as mudanças na indústria dos eventos.

Como pode apresentar a MPI em poucas palavras?

A MPI é a maior associação do mundo para os organizadores de eventos, que proporciona o melhor apoio, educação e comunidade. Além disso, defende os direitos humanos, a igualdade e a sustentabilidade. Também temos a Fundação MPI, que defende a nossa profissão e que faz um trabalho incrível para ajudar os nossos membros.

Quais são as responsabilidades de um Capítulo, como o Ibérico, dentro da associação?

Somos responsáveis por agir em nome da visão, dos objetivos e da missão da MPI. Contudo, o mais importante é criar uma comunidade de organizadores de eventos e de fornecedores nos nossos países (Portugal e Espanha), que vamos unir pelas mesmas metas. Por isso, dependendo do país do Capítulo, os objetivos podem ser diferentes. Acredito que o mais importante que oferecemos é uma excelente educação, debates sobre a indústria MICE, oradores de topo nos nossos eventos para entregar conteúdo e ajuda aos nossos membros para prosperarem nas suas carreiras.

Como presidente, o que gostaria de deixar como principal legado do seu mandato?

Antes de mais, adorei o meu papel como presidente, especialmente porque foi num tempo muito exigente. Eu chamo-me ‘a presidente da pandemia’! Durante estes dois anos, nós concentramo-nos em apoiar os nossos membros, ajudando-os economicamente para continuarem como membros; em criar novos formatos de eventos, com foco internacional, porque somos a maior associação do mundo e o facto de os nossos membros poderem comunicar com outros países e descobrir novas oportunidades de negócios é fantástico. Seguindo esta ideia, desafiamos os nossos colegas de língua espanhola da América Latina a criar o Foro Hispano, que é um evento internacional, que se realiza duas vezes por ano e que conecta todos os países de língua espanhola… e a Florida e a Carolina do Norte. Depois focamo-nos na Europa e criamos o primeiro evento intitulado ‘Europe Connect’, que foi feito em Itália e transmitido ao vivo. O próximo ‘Europe Connect’ vai ser realizado em Madrid com o Capítulo Holandês em setembro. Então, este é o meu legado… Vamos crescer internacionalmente e dar aos nossos membros a possibilidade de se conectarem com os membros da MPI em todo o mundo.

Qual é a estratégia para atrair mais membros de Portugal e quais são as vantagens que a associação pode oferecer?

Estamos a planear uma abordagem direta aos organizadores de reuniões e fornecedores, criando um desafio para consciencializar para o nosso conteúdo, benefícios, visão e missão. O vencedor do desafio vai ser premiado com uma associação. Na mesma estratégia, estamos a criar dois eventos: um para o último trimestre e o outro para o primeiro trimestre de 2023. Para estes eventos, estamos agora à procura de parceiros e patrocinadores, para nos ajudarem a entregar magia!

Que papel pode a MPI, e o Capítulo Ibérico em particular, desempenhar numa indústria dos eventos em mudança?

Sim, a indústria dos eventos mudou 180 graus em dois anos e nós não vamos voltar a 2019. O caminho é em frente, porque, neste período de tempo, aprendemos tanto que implementamos, com os nossos clientes, novas tendências na indústria e os eventos ganharam com o nosso conhecimento e com a implementação dessas novas tendências. O nosso trabalho como associação é dar aos nossos membros todas as ferramentas e capacidades para esta nova era de eventos, para que eles possam prosperar nas suas carreiras e nos seus negócios. Isto é feito pela nossa MPI Academy e pelos eventos educativos do Capítulo.

Outro passo que estamos prontos para dar, e estamos agora em contacto com universidades espanholas, é criar um mestrado em Gestão de Reuniões e Eventos. Este deve ser um projeto já para o ano letivo de 2022/23. Vamos fazer o mesmo em Portugal e vamos abordar as universidades e escolas. Acreditamos piamente que este mestrado é necessário, já que os cursos atuais não preparam os seus estudantes para a nossa indústria.

© Cláudia Coutinho de Sousa Redação