Alive and kicking

12-07-2017

Vivo e a pensar já no futuro. Mais de 165 mil pessoas passaram pelo Passeio Marítimo de Algés, sendo mais de 22 mil estrangeiros.

165 mil pessoas! E o número não precisa de baixar na próxima edição, com data já marcada para 12, 13 e 14 de Julho de 2018, porque a lotação do espaço aguenta perfeitamente o elevado número de pessoas. Este ano o NOS Alive fez história: esgotou a três meses de abertura de portas. Mas a 11.ª edição fica ainda marcada ainda pelo nascimento do Rodrigo, o primeiro bebé NOS Alive, que decidiu nascer enquanto os pais assistiam ao concerto dos The xx, no espaço Saúda, a zona do festival exclusiva para grávidas. Com tranquilidade, os pais seguiram para o Hospital Garcia da Horta, onde passadas 24 horas nasceu o Rodrigo.

O que as marcas andaram a fazer pelo Alive?

Ao longo dos últimos anos o festival tem estado mais ou menos estabilizado neste capítulo. E isso é um bom sinal. É um indício que as marcas estão satisfeitas com os resultados obtidos. A NOS, a EDP, a Control, a Volkswagen, a RTP, a Rádio Comercial, a Santa Casa, entre outras continuam a marcar presença. E aparecem sempre algumas novas como a McDonald’s, a Guess Watches ou o Saúda (programa de fidelização das Farmácias Portuguesas).

Quanto às activações de marca a tónica foi nos brindes e nos prémios.Por exemplo, a EDP montou um ringue de patinagem onde os festivaleiros podiam habilitar-se a receber um mês de energia gratuita. Esta activação desenvolveu-se com o mote “Powered by imagination”. Mas a EDP não ficou por aí. Houve activações em várias áreas do recinto: na rua com o seu nome (Rua EDP), com 150 metros de comprimento e de arquitectura inspirada na traça pombalina, com a recriação da Central Tejo e do edifício sede da EDP; e no palco EDP Fado Café.

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Por sua vez, o Saúda criou um espaço exclusivo às futuras mamãs, onde as grávidas puderam desfrutar do festival com maior conforto e animação. Para além da distribuição de brindes, as grávidas foram mimadas com massagens relaxantes e pinturas de barriga. Esta presença permitiu ao Saúda reforçar a ligação das farmácias portuguesas às famílias nomeadamente na área da saúde e bem-estar.

A McDonald’s e a Guess Watches marcaram presença com stands. Os primeiros a vender gelados (Sundays e McFlurrys) e os segundos a promover dois modelos de relógios (um masculino e outro feminino), criados exclusivamente para a ocasião. No stand da Guess foram ainda desenvolvidas acções como a Flash Tattos e o Photoboot.

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A Volkswagen é a marca de carros oficial do evento, assegurando a mobilidade da organização e das bandas participantes, disponibilizando todas as viaturas necessárias durante o período do festival. Em termos de activação, a marca voltou a marcar presença com a iniciativa “Varanda Volkswagen”, um espaço reservado aos convidados e aos vencedores de uma campanha lançada no Facebook.

No âmbito da iniciativa do Fundo Ambiental promovida pelo Ministério do Ambiente, o programa “Sê-lo Verde” 2017, os festivaleiros entregaram ao longo dos três dias, nos pontos de recolha, 138.510 copos usados. A Sociedade Ponto Verde fez também questão de manter a sua parceira com o NOS Alive, através da campanha “Reciclagem, Sempre!”, que pretende sensibilizar os festivaleiros a uma reciclagem contínua, mesmo fora de casa.

Sinal + para a organização

Como tem sido hábito, o NOS Alive deixa uma vez mais sinais positivos na organização de festivais em Portugal. Obviamente, existem sempre situações a melhorar, nomeadamente o escoamento das pessoas no final dos concertos e a circulação no recinto (principalmente quando termina um concerto no Palco NOS e todos se dirigem para os palcos secundários, à praça de alimentação ou casas de banho – tudo na mesma direcção). No caso dos wc’s foi gritante o trânsito. Álvaro Covões, organizador do evento, ia solicitando ao público para fazer uma melhor gestão do timing. “Eu também no futebol evito ir à casa de banho no intervalo. Aconselhamos que, no final dos concertos no Palco NOS, evitem ir à casa de banho, que é quando vai mais gente”.

Uma das novidades na edição deste ano a nível de estruturas foi a criação do “Acãopamento NOS Alive”, numa parceria com o centro Tiago Patel. Quem quis levou o seu cão e deixou-o neste espaço pelo preço de 8€/dia. Ao nível da organização, nota + ainda para a pontualidade de todos os concertos. Irreprensível.

Cada ano que passa a visibilidade do festival cada vez é maior a nível nacional e internacional e isso é muito da responsabilidade da estratégia de comunicação e marketing da organização. O NOS Alive recebeu ao longo dos três dias imprensa de todo o mundo, destes 118 internacionais e 420 nacionais.

Mobilidade vs transportes públicos

Por muito esforço e organização de um promotor de um festival nunca é fácil escoar mais de 60 mil pessoas do recinto. É preciso a colaboração de muitas entidades. A Everything is New estabeleceu este ano um acordo com a Cabify para disponibilizar aos festivaleiros mais uma alternativa de transporte nos três dias do evento. Em consequência desta parceria a Cabify criou um ponto de Pick up e Drop off específico para clientes, de forma a facilitar a logística e saída do evento. Até aqui tudo bem. Não fosse a polícia acabar com o ponto de recolha de passageiros logo no primeiro dia. A partir daí foi o caos para quem queria usar este tipo de transporte. O ponto definido entre a organização e Cabify foi barrado pela polícia, não deixando passar automóveis para o parque previamente definido, onde os veículos estariam à espera dos passageiros, exactamente o mesmo local por onde circulavam os shuttles especiais. Ou seja, este impedimento obrigou os utilizadores caminhar mais de um quilómetro de distância até conseguir chegar a um veículo da Cabify. Mas isto não é tudo. O Instituto da Mobilidade e dos Transportes (IMT) estava a fazer uma operação STOP no Passeio Marítimo de Algés para multar as viaturas ao serviço da Cabify e da Uber. A organização quando confrontada pelo “Observador” por esta situação, mostrou-se admirada. “Se isso é verdade, a oportunidade é muito bem escolhida, porque nós fazemos um esforço titânico para pôr Portugal no mapa, trazemos cá 118 jornalistas estrangeiros e 22 mil estrangeiros, ajudamos a vender Portugal lá fora e se o IMT decidiu fazer uma acção destas nestes dias, eu devia dar os parabéns porque vamos no caminho certo”, ironizou Álvaro Covões. Neste momento ainda existe um buraco na lei. Estas plataformas de transporte aguardam ainda que o Parlamento aprove a lei que as regula. Em declarações ao “Observador”, o director do festival apela “ao primeiro-ministro para ver se de facto tomamos um rumo. Eu sei que a lei tem de ser cumprida, mas é 365 dias por ano e não só durante um evento desta natureza, vou ficar muito atento a ver se, durante a Web Summit, que é um evento apoiado pelo Governo, o IMT vai fazer o mesmo. Vou mesmo.”

Num evento desta envergadura a maior preocupação de todas as entidades envolvidas deveria ser a evacuação segura e ordeira de todos os assistentes ao evento. Trabalhar em sintonia. Se ao longo dos dias que antecedem o evento, a organização e a própria polícia solicitam às pessoas que evitem levarem os seus veículos e usarem os transportes públicos não fazem sentido determinado tipo de atitudes.

Álvaro Covões homenageado pelo IGC

Dez anos de parceria marcaram a edição deste ano entre o Instituto Gulbenkian de Ciência (IGC) e a Everything is New. Para comemorar a data, o IGC homenageou Álvaro Covões pelo apoio dado à instituição. Além da participação no festival, esta parceria resultou no estabelecimento do programa de bolsas de investigação NOS Alive-IGC, tendo já financiado 14 jovens cientistas no início da sua carreira de investigação. No primeiro dia do festival abriu o concurso para mais duas bolsas de investigação. Estas bolsas dão oportunidade a jovens portugueses recém-licenciados de desenvolverem, durante um ano, um projecto de investigação com uma equipa do IGC, com um período de trabalho numa instituição estrangeira. Os dois candidatos seleccionados terão a possibilidade de escolher qual o projecto que querem desenvolver. O período de candidaturas termina a 31 de Agosto.

Mário Centeno – o “artista” mais caro do NOS Alive

A luta para fazer regressar o IVA dos espectáculos ao vivo e exposições aos 6% continua. Álvaro Covões, promotor do NOS Alive, quando questionado sobre quem foi o artista mais caro do cartaz da edição 2017 referiu um nome que não consta no “line-up”: o ministro das Finanças, Mário. Centeno. É a entidade que recebe mais, por causa do IVA a 13% aplicado a este tipo de actividades consideradas culturais. Esta é a principal reenvidicação da recente criada Associação de Promotores de Espectáculos, Festivais e Eventos. Uma associação impulsionada pelo próprio Álvaro Covões juntamente com Jorge Lopes da PEV-Entertainement e Paulo Dias da UAU.

 

Jorge Ferreira