Congresso da APAVT: 'Cooperação, diálogo, partilha, parceria'

18-11-2019

“Cooperação, diálogo, partilha, parceria”. Estas foram as “ideias mais fortes” que Pedro Costa Ferreira destacou na cerimónia de encerramento do 45º Congresso da APAVT, que teve lugar no Funchal. São ideias “simples na sua formulação, mais difíceis na sua concretização, absolutamente efetivas nos seus resultados”.

Em jeito de balanço de um congresso que considerou “muito feliz”, o presidente da Associação Portuguesa das Agências de Viagem e Turismo referiu que, no último ciclo de crescimento, “o setor soube reagir como mais ninguém”. Mas alertou que “não é tão óbvio que esteja a saber agir com igual capacidade e efetividade, em direção a uma estratégia vencedora”. Segundo Pedro Costa Ferreira, é preciso “mais capacidade de acumulação de capital e investimento”, também “pensar a oferta turística, em lugar de nos focarmos apenas na sua promoção” e ainda “trazer o turismo para a centralidade da economia e espalhar os benefícios do turismo por todo o país”.

Para o presidente da APAVT, “o turismo como um todo tem de se unir e fazer, em lugar de se desculpar nos erros dos outros, na inabilidade da gestão pública ou nas circunstâncias de todos”. A cooperação, o diálogo, a partilha e a parceria são assim as ideias-chave do congresso, que reuniu cerca de 750 delegados. “É mais importante, é mais produtivo, é mais efetivo, cria mais valor, ser uma parte de uma baleia, do que o todo de uma sardinha.”

 

É preciso “um turismo forte e competitivo”

O presidente da Confederação do Turismo Português, considerou que “temos de continuar a fazer bem o que temos feito”. Na sua intervenção, Francisco Calheiros frisou que “os recursos humanos são o nosso melhor ativo”, que é necessário “valorizar as profissões ligadas ao turismo” e apostar na qualificação e formação. E alertou novamente para a questão do IVA no setor MICE. Francisco Calheiros concluiu sublinhando que “sem um turismo forte e competitivo, não vamos ter o crescimento económico dos últimos anos”.

A finalizar a cerimónia, o secretário Regional do Turismo e da Cultura da Madeira, Eduardo Jesus, lembrou que, num setor em mudança permanente, “a realidade é marcada pelo efeito das falências de companhias de aviação e de operadores turísticos, da feroz aposta de destinos concorrentes, sobretudo na bacia do Mediterrâneo, dos comportamentos geopolíticos cada vez mais inesperados ou mesmo pelas megatendências mundiais, onde a Ásia se afirma o centro das atenções”. A Madeira está a lidar com esta realidade e é na globalização – a mesma onde se encontram os desafios – “que conquistamos, lá fora, o espaço que nos falta cá dentro”.

Eduardo Jesus referiu que os objetivos do destino Madeira e Porto Santo passam por “qualificar e consolidar a oferta, reforçar a notoriedade e a atratividade, e melhorar os indicadores de desempenho do destino”. O governante acrescentou: “Temos uma visão clara e sabemos para onde queremos ir. Queremos consolidar a região como um destino turístico diferenciado, pela autenticidade da oferta, baseada no genuíno e na qualidade do serviço, visando a sustentabilidade económica, social e ambiental.” E que o turismo, “para ter sucesso”, tem cada vez mais como base as experiências e a arte de bem receber.

 

Maria João Leite*

*Viajou para o Funchal a convite da APAVT