“Guardo as melhores recordações dos mais de 20 anos de associativismo”

05-12-2016

Nasceu no Porto, mas é no Alentejo que se sente em casa, e onde construiu a empresa de animação turística TurAventur.

Nasceu no Porto, mas é no Alentejo que se sente em casa, e onde construiu a empresa de animação turística TurAventur. No ano em que saiu da direcção da APECATE (Associação Portuguesa das Empresas de Congressos, Animação Turística e Eventos), quisemos fazer um balanço do percurso profissional e associativo de Ana Barbosa. Uma entrevista extensa, para absorver do princípio ao fim.

Como é que, nascendo no Porto, acaba a viver e a trabalhar no Alentejo?

As relações entre as pessoas e as paisagens fazem parte dos muitos mistérios desta vida. Que eu saiba, não tenho raízes no Alentejo. Lembro‑me de o atravessar a caminho do Algarve, devia ter aí uns 12 ou 13 anos, e de sentir que um dia havia de viver neste campo imenso numa casa caiada com rodapé azul. O que me puxava e calava tão fundo cá dentro, não sei. Depois, foi um misto de convergências, fruto daquele acaso que, visto em retrospectiva, parece destino marcado: passei quase dois anos em Moçambique, entre Abril de 75 e Janeiro de 77, o que me reavivou o gosto pelo espaço aberto e por uma noção lenta do tempo; e, em 1979, fiz uma descida do Guadiana em canoa, seguida da participação na realização de um filme, de que fiz o texto, sobre o rio que Alqueva iria afundar. Este projecto fez‑me encontrar amigos que já estavam em Évora há uns anos, o que também foi importante. E a decisão final foi simples: tive o grande privilégio de ter um marido com a mesma vontade que eu, duas filhas na idade certa para este tipo de mudança, e de encontrar o sítio certo para morar, cheio de afloramentos graníticos como eu gosto. Vivo e trabalho cá há quase 32 anos e acho que foi a melhor opção das nossas vidas.

Qual foi o seu percurso profissional até criar a Turaventur?

Passei alguns anos dedicada às causas políticas revolucionárias do antes e pós 25 de Abril e, a partir de 78/79, dediquei‑me ao ensino da Filosofia. Desse tempo, em que me transformei numa pessoa radicalmente independente sob o ponto de vista partidário, o que mais me marcou foi a descoberta do pensamento de Edgar Morin. Organizei, com o apoio do F. Lyon de Castro da Europa‑América, um colóquio entre ele e sete professores universitários portugueses de vários ramos do saber, que foi publicado sob o título “O problema epistemológico da complexidade”. Adorei fazer este trabalho. Quando nos mudámos para o Alentejo, onde também fui professora, vivi uma experiência de jornalismo muito interessante. Com outros amigos da Filosofia e de outras áreas, fundámos um periódico regional independente, de nome O Giraldo. Foi obra e fez escola. Fazia a coordenação redactorial e tinha a meu cargo a página do Poder Local. Foi coisa nunca vista na cidade de Évora: em todas as sessões públicas da Câmara, lá estava eu, como elemento único do público, a tirar notas para dar conta do que por lá se debatia e decidia. O jornalismo era mesmo um bichinho que eu cá tinha. Já tinha feito uns artigos de colaboração para o Expresso no tempo do nosso hoje Presidente Marcelo e, depois de ter vindo para o Alentejo, escrevi também para a Grande Reportagem e para a Sábado, a convite do Miguel Sousa Tavares. Eram todas peças de jornalismo de reportagem. Aliás, o projecto da Turaventur tem muito a ver com este gosto pela viagem de descoberta e pela escrita, que o meu marido aventureiro, Pedro Villas‑Boas, e a nossa então sócia Leonor Briz, muito contribuíram para me obrigar a aprofundar. Desde a descoberta de Portugal em todo o terreno, actividade pioneira nos anos 80‑90, às expedições ao Sahara, aos passeios a pé e às descidas de rio em canoa, tudo foi sendo pretexto e inspiração para umas prosas que, felizmente, nunca ficaram na gaveta. A Turaventur acaba por nascer como uma síntese disto tudo: do gosto de partilhar informação e conhecimento, de organizar programas para outros descobrirem, de passar a fazer profissionalmente o que antes fazíamos só para nós.

Olhando para trás, como vê o trajecto da empresa?

Foi um caminho longo, iniciado em Janeiro de 1990. Vivemos momentos difíceis porque, em particular num sector turístico à época muito corporativo, o pioneirismo paga‑se caro. Mas também foi muito compensador. Fomos nós, os empresários dos primeiros anos da década de 90, os obreiros fundamentais desta saga que foi a criação do subsector da Animação Turística. E não foi nada fácil a tarefa, assumida pela PACTA, de conseguir o primeiro diploma que nos reconheceu um estatuto distinto do das agências de viagens e turismo. Não tinha o contéudo que pretendíamos mas foi o começo e o importante nestes processos é obter a primeira vitória.Quanto à Turaventur, e referindo só o essencial, o projecto que desde sempre nos identificou no mercado, mantém‑se hoje como essência da empresa: não temos produto que não combine, no seu melhor, a descoberta activa da paisagem e do património com os bons prazeres do vinho e da gastronomia regional. Mas os produtos acabaram por ter um desenvolvimento que para nós não era previsível no momento da fundação. Começámos com passeios de jipe e pequenas caminhadas, fizemos guias e livros de percursos, abrimos a vertente dos incentivos multiactividades para grupos corporate. Durante muito tempo o nosso mercado foi diminuto. A animação turística ainda não era considerada enquanto tal, o Alentejo não tinha o alojamento turístico que tem hoje, não havia a massa crítica de visitantes e turistas necessária ao desenvolvimento de um projecto empresarial como o nosso, não tínhamos uma agência regional de promoção turística como hoje temos. Acreditávamos que era uma questão de tempo, a dúvida era se conseguíamos ou não aguentar‑nos no balanço da lentidão com que tudo se processava. E conseguimos. Com muita militância minha e da Leonor, diga‑se em abono da verdade, mas também graças a alguma boa facturação que nos vinha dos guias que entidades públicas e privadas nos encomendaram. O grande salto em frente foi dado com a entrada em cena da minha filha Teresa que, depois de ter andado a viajar pelo mundo, optou por viver no Alentejo e veio trabalhar comigo a partir de 2000. Hoje somos as duas únicas sócias da empresa. Além de ela ser uma técnica de actividades de ar livre muito polivalente, há muitos anos que gere todos os nossos produtos e foi com incondicional confiança que lhe entreguei completamente a direcção da empresa. Hoje a TurAventur não é apenas uma empresa de animação turística prestigiada; graças à alteração da legislação das Agências de Viagens e Turismo, é também um operador turístico com um projecto internacionalizado ‑ o cicloturismo, integralmente virado para o mercado externo, transformou‑se no nosso core business ‑ e gere a nossa Casa de Campo, o Monte do Serrado de Baixo.

O que lhe dá mais prazer em trabalhar na área da animação turística?

Neste momento, só desempenho tarefas de representação (na APECATE, na ARPT e na ERT Alentejo), faço uns trabalhos à peça de vez em quando e apoio pontualmente quando sou precisa. Quando estava plenamente no activo, o que mais gostava de fazer era criar produto: ir para o terreno levantar percursos, descobrir pontos de interesse e, depois, conceber a organização de um programa. A relação com os clientes é o coroamento deste trabalho. A parte da escrita foi, acho eu, o maior contributo que dei à empresa. Fui sempre autora e co‑autora dos guias em que a Turaventur esteve envolvida, entre os quais se contam trabalhos de muito boa memória como os dois volumes da obra “Viagens na minha terra”, editada pelas Selecções do Readers Digest, onde escrevi a quase totalidade dos textos sobre o Alentejo; a brochura “O Melhor do Alentejo”, que continua a ser utilizado na promoção externa; e, mais recentemente, o guia de experiências enogastronómicas no Alentejo e Ribatejo “Da Terra à Mesa”, um e‑book acessível a partir do website www.visitalentejo.pt/pt/daterramesa.

Como vê o desenvolvimento deste sector nos últimos anos?

Tem sido galopante, com todas as vantagens e inconvenientes dos processos muito rápidos. Mas vejo‑o com bons olhos. O que se passou no alojamento local está também a passar‑se na animação turística, com a diferença de que, no nosso caso, não é preciso outra lei e outro registo. O nosso enquadramento já é suficientemente simplificado e aberto e só pode voltar‑se contra nós se a fiscalização e a justiça não cumprirem o seu papel. O que, como todos bem sabemos, é um risco real que não deve nunca baixar‑nos os braços: o estado de direito tem que funcionar. A nossa função enquanto empresários é outra e precisamos de todas as energias para a desempenhar bem: temos que aprender a olhar para as novas realidades, resistir a entrar em batalhas corporativas sem sentido, compreender o mercado em termos globais e centrar esforços em reflexões inteligentes e eficazes sobre o que devemos fazer para manter os nossos projectos de boa saúde e entrosados nos desejos das pessoas que nos procuram. Comportamentos reactivos e ressabiados não levam a lado nenhum. Temos também que nos fazer ouvir em tudo o que nos diz respeito. Os produtos de animação turística têm uma relação simbiótica com os territórios em que se desenvolvem e faz parte da sua natureza crescer. Por isso, temos que estar muito atentos à reacção das autoridades ditas competentes na gestão destas matérias porque aí, sim, corremos perigo. Ordenar é sempre definir regras de uso de um território em função de valores e de uma ética clara de compatibilização de interesses. Não é regular a actividade económica. Como empresária, são os entraves que decorrem da acção do Estado que me preocupam: entre outros, a fiscalização mal orientada, quando não inexistente, e as decisões relativas ao ordenamento tomadas sem ouvir as partes interessadas, com base no discricionário “não porque não”, em nome de um qualquer valor mais alto cuja validade não carece de prova, ou no princípio “em caso de dúvida, diz‑se que não”.

Olhando retrospectivamente, continua a achar correcta, do ponto de vista estratégico, a fusão da AOPE, da PACTA e da APOPC para dar origem à APECATE?

Sem dúvida que sim. Iniciámos um caminho de convergência entre ramos de actividade económica que são distintos, complementares e apresentam, também, amplas franjas onde a identidade é notória. Este caminho não é muito usual em Portugal e houve muita gente que não o entendeu. Para mim, o importante, hoje, é compreender que o sector turístico está em grande mudança e que há compartimentações que deixaram pura e simplesmente de existir. O que não quer dizer que as diferenças se anulem, pelo contrário, a ausência de espartilhos leva precisamente à sua afirmação e de forma muito mais genuína. Posso escolher o que sou, quem sou, o que me define em termos de mercado, acumulando todos os registos e CAEs que me sejam necessários para funcionar dentro da lei. O que acontece entre as empresas de animação turística e as empresas organizadoras de congressos e de eventos, acontece também entre todas elas e as agências de viagens e turismo. É tempo de deixarmos de falar em zonas cinzentas entre estes vários tipos de empresas como se fossem um problema. São zonas comuns e significam o futuro. As próprias associações sectoriais não serão seguramente daqui a uns anos o que são hoje, nem, se calhar, o próprio Registo Nacional do Turismo. Mas o importante não é fazer futurologia. É deixar amadurecer as coisas, estar atento aos sinais e agir em conformidade.

Teve (e continua a ter, mas noutras funções) um percurso longo na APECATE, como presidente da área de animação turística, e depois como presidente da direcção. Como olha para esse percurso e quais foram os momentos mais marcantes?

Acho que disse o essencial sobre esta matéria no artigo que a Event Point publicou há exactamente um ano, “Apecate em tempo de mudança – o estado das coisas”. Reforçaria apenas que guardo destes mais de 20 anos de associativismo, que começaram com o processo de criação da PACTA, a partir de 1994, as melhores recordações que poderia guardar: recebi um apoio incondicional dos meus colegas da animação turística e, depois da constituição da APECATE, dos eventos e dos congressos, para levar a bom termo as nossas batalhas comuns; tive o privilégio de trabalhar em equipa com pessoas fantásticas, do sector público e do sector privado; aprendi muito sobre muitas coisas, pela positiva e pela negativa; e, para além do apoio, recebi também a amizade e o carinho que, nos momentos difíceis, nos fortalecem e nos estimulam a andar para a frente. Não digo nomes de propósito: todas as pessoas a quem estou a referir‑me sabem que é delas que eu estou a falar. Qualquer observador externo dirá que, mantendo a APECATE três pilares, eventos, congressos e animação turística, sempre foi este último o que apresentou melhores resultados, e também maior adesão por parte das empresas. A que se deve essa diferença de performance? A performance sectorial da APECATE, mais do que questões internas, reflecte as realidades destes sectores. O acidental pode sempre explicar‑se por esta ou aquela circunstância casual. Mas o que importa compreender e perspectivar não é o acidental, é o essencial. E o essencial, a meu ver, é que estes sectores têm histórias e dinâmicas que não são comparáveis. Como atrás referi, os empresários da animação turística tiveram que conquistar o seu espaço dentro de um sector turístico espartilhado e corporativo. Foram questões de sobrevivência que estiveram na base do seu projecto associativo e, porque têm ainda muitos problemas por resolver que não passam pela tutela do turismo, têm sido quase forçados a ter a consciência de que estas dificuldades, cuja solução é vital para o seu crescimento, não podem ser resolvidas de forma individual e, muito menos, individualista. Por isso, têm entre si, naturalmente, um espírito de corpo que facilita o trabalho associativo, mesmo junto dos empresários não associados que, apesar da boa performance da APECATE que refere, são imensos. O que se passa com as empresas da área dos eventos e congressos transporta‑nos para outra história que não tem nada a ver com esta. Nasceram e cresceram de outra forma. Associaram‑se inicialmente por outras razões e têm dinâmicas diferentes, quer no tipo de relações que os empresários desenvolveram entre si, quer na forma como elas se reflectem num projecto associativo. Os seus caminhos não devem ser comparados, mesmo quando parecem idênticos. Veja‑se a questão da proposta que está em cima da mesa da criação do Registo Nacional para as empresas de eventos e congressos, assente num enquadramento jurídico mínimo. É um processo similar ao da animação turística? Aparentemente sim, mas a verdade é que não tem nada a ver. As empresas de eventos e congressos não precisam de criar um espaço que já têm. Não está em causa a sua sobrevivência. Para quê então o Registo? Porque o desenvolvimento do próprio sector o exige. Torna‑se cada vez mais necessário um instrumento que lhes permita a clara identificação dos players no mercado e que lhes dê a garantia do cumprimento de regras mínimas de funcionamento assumidas por todos. Este Registo, que vai permitir que o sector tome uma consciência de si próprio muito mais completa e profunda do que hoje tem, vai gerar uma dinâmica sectorial e associativa muito significativa. Mas é agora que a situação é sentida como importante. Respondo, pois, à sua pergunta com um princípio que sempre defendi: os passos que damos na APECATE têm que ser bem alicerçados nos anseios dos sectores que representamos e não podemos perder a perspectiva do tempo de maturação que algumas acções exigem. Estamos a crescer devagar? Não há problema. O importante é que somos reconhecidos pelo trabalho que temos realizado e, em particular na área dos eventos, estão no prelo projectos bem interessantes. Mas desses não vou falar porque se devem, fundamentalmente, ao trabalho dos meus colegas que assumiram a nova direcção, em particular o António Marques Vidal e a Ana Fernandes, e será a eles que lhes caberá dar essas boas novas em primeira mão.

Lidou, enquanto presidente da Associação, com diversos dirigentes políticos, nomeadamente secretários de Estado. Quais a impressionaram mais, e porquê?

Vou citar três pessoas que me impressionaram em fases diferentes deste meu percurso associativo: Rui Valente, Ana Mendes Godinho e Adolfo Mesquita Nunes. Rui Valente foi director‑geral do Turismo entre 2002 e 2004 e foi a primeira pessoa que encontrei num cargo desta natureza que, num momento em que o subsector da Animação Turística já tinha sido criado e eram claros os problemas essenciais que nos afectavam, me pareceu disposto a pensar de uma forma totalmente livre e descomprometida, preconizando soluções inovadoras com uma grande abertura de espírito. Se não as implementou foi mesmo porque não pôde e lamentei muito, na altura, que o seu mandato tivesse sido tão curto. Ana Mendes Godinho, não na qualidade de actual Secretária de Estado do Turismo, mas há muito mais tempo, quando chefiou o gabinete de Bernardo Trindade. É à Ana que se deve o primeiro diploma adequado à animação turística – o famoso 108/2009 ‑ e o grande impulso que este decreto‑lei deu ao sector. Se, num momento em que ainda éramos olhados como uma espécie de parentes pobres do Turismo, não fosse a sua visão, a sua compreensão da importância da animação turística e do merecimento dos seus empresários, duvido que tivesse sido o nosso sector a servir de cobaia para a aplicação da directiva europeia para os serviços. E foi a partir desta aplicação que se deu o grande salto. Partilhámos uma experiência de trabalho inesquecível e a Ana convenceu‑me muito como pessoa, com a sua forma de ser genuinamente democrática, trabalhadora incansável, rigorosa, firme nas suas convicções e, como hoje já toda a gente percebeu, fazendo e dizendo as coisas mais sérias e importantes com aquela postura sempre simples, alegre e descontraída que a caracteriza. Adolfo Mesquita Nunes foi e é um caso extremamente interessante e promissor. Enquanto Secretário de Estado do Turismo, continuou o trabalho dos seus antecessores em vez de se entreter a desfazer o que de bom tinham feito, desenvolveu‑o afirmando a sua visão do Turismo de uma forma totalmente transparente e assumiu as questões da animação turística com grande perseverança, como ficou bem à vista durante o processo de criação do novo regulamento das embarcações afectas à actividade marítimo‑turística. Esteve presente de modo muito pessoal na relação que mantivemos com o seu gabinete e pude apreciar o seu modo desassombrado de ser, de estar, de exprimir os seus pontos de vista, de questionar ideias feitas, de ler os sinais dos tempos. Impressionou‑me a sua inteligência das situações, a sua inesgotável capacidade de se perguntar, em relação a tudo, “ e se fosse antes de outra maneira?”. Acho que a sua aversão visceral à regulação passou enquanto mensagem de aviso à navegação num sector onde tem havido excessiva regulação e isso foi muito bom porque o discurso dos interesses instalados prejudica objectivamente o desenvolvimento e fecha as cabeças à inovação. Gostei do desafio reflexivo que ele significou para mim.

Entregou a pasta a António Marques Vidal. Como olha para estes meses da nova direcção?

Com muito agrado. Sem desprimor para ninguém, considero que o António é o melhor presidente que a APECATE poderia ter nesta fase. É uma pessoa muito bem formada, com grande experiência associativa e uma concepção de liderança muito inclusiva. É ponderado, sabe muito bem definir metas e objectivos, focar‑se no que, de facto, é importante para o desenvolvimento da associação. Balanços ainda são prematuros. Não é de um dia para o outro que se põe uma equipa directiva nova a funcionar em pleno. Se quiser fazer‑me esta pergunta daqui a um ano, terei com certeza muito gosto em responder, como associada e como Presidente da Mesa da Assembleia Geral...

Quais os principais desafios que se colocam à APECATE, nos próximos cinco anos, e aos sectores que ela representa?

De um modo geral, os nossos sectores têm os mesmo objectivos que todos os outros que são parte integrante ou conexa do sector turístico: continuar a dar o precioso contributo que têm dado à economia nacional. Para isso precisam de um Estado de direito a funcionar em pleno, liberdade de acção para o desenvolvimento dos seus projectos, uma administração pública que não os faça gastar energias a bater em paredes de ineficiência, apoios com processos simplificados e pagamentos a tempo e horas, uma carga fiscal dimensionada com mais justiça, etc. Na minha opinião, o grande desafio da APECATE é saber ser, em cada momento, um instrumento sectorial, participado e proactivo, de apoio a este desígnio nacional.

Cláudia Coutinho de Sousa