IFEMA: As etapas de uma exposição ao longo de um ano de pandemia

07-04-2021

Em novembro de 2019 foi inaugurada na IFEMA, em Madrid, a exposição ‘Tutankhamón: la tumba y sus tesoros’. Tudo corria dentro da normalidade até que, em março de 2020, Espanha sofreu o impacto da pandemia e entrou em quarentena. À IFEMA – Feria de Madrid, o promotor da exposição contou como foram as diferentes etapas de uma exposição ao longo de um ano de pandemia: o encerramento, as expectativas da reabertura, a implementação de medidas de segurança e a adaptação à nova realidade.

 

Da inauguração à quarentena no Hall 5.1

Foi em dois mil metros quadrados do Hall 5.1 da IFEMA que a exposição foi montada e inaugurada em novembro de 2019. Mais de mil peças compunham esta mostra que dá conta das três câmaras mortuárias dedicadas ao faraó encontradas pelo arqueólogo Howard Carter em 1922, como explicou Rafael Giménez, managing partner da Sold Out.

A recriação exigia um espaço grande e a exposição acabou por ser montada numa das áreas do Hall 5.1 da IFEMA – que soma quatro mil metros quadrados no total, divididos em dois espaços de exposição, com dois mil metros quadrados cada e com um corredor comum a ligar as duas galerias. Desde a sua inauguração em novembro de 2019 até março de 2020, a exposição tinha recebido 95 mil visitantes.

 

E o confinamento aconteceu…

No dia anterior à declaração do estado de emergência e à entrada em quarentena, a exposição foi encerrada. Durante as semanas que se seguiram, foi considerada a possibilidade de desmantelamento da mostra. Havia dúvida, “uma vez que a situação também não estava muito melhor no resto da Europa e os países foram confinando à medida que a pandemia ia progredindo, pelo que o programa da digressão da exposição também foi cancelado”, contou Rafael Giménez. “Finalmente, foi decidido manter a exposição como estava, protegida para evitar danos durante o confinamento.”

 

Adaptação ao ‘novo normal’

O largo espaço do Hall 5.1 permitiu a reabertura. Mantendo a exibição de todas as peças, ainda havia espaço para que fossem respeitados os limites de capacidade e as medidas de segurança. “Com um espaço tão amplo, os visitantes sentiram-se confortáveis para facilmente manter a distância social.” Ainda assim, era necessário controlar especificamente alguns espaços, como a área de apresentação de um vídeo no início da exposição.

Antes da pandemia, as visitas já eram organizadas em intervalos de meia hora, pensadas para um itinerário de uma hora e meia, estimando 150 pessoas por hora, de forma a garantir uma experiência positiva, frisa a IFEMA. Depois da reabertura em julho, a redução da lotação não teve um grande impacto, já que em praticamente todos os horários a capacidade era bastante confortável.

Para a reabertura, foi necessária a implementação de protocolos e medidas de segurança. “Hoje em dia, já nos habituamos a isso e já assumimos como garantido, mais quando reabrimos, tivemos de comunicá-los muito bem, especialmente na web. As pessoas tinham dúvidas e perguntavam muito acerca das medidas de segurança da exposição”, explica Rafael Giménez. O uso de máscara era obrigatório, tal como manter o distanciamento social, havia pontos de desinfeção das mãos no recinto, a temperatura do visitante era medida à entrada, existiam tapetes desinfetantes na entrada do edifício e as instalações e as superfícies eram continuamente desinfetadas.

 

Número de visitantes superou as expectativas

À medida que as restrições iam sendo aliviadas, os promotores consideraram deixar Madrid e não reabrir a exposição, mas optaram por ver como o público iriam reagir à reabertura. Apesar da época de verão e das altas temperaturas, foi registada uma média de 600 a 800 visitantes semanais. As visitas aumentaram no outono, para duas a três mil pessoas por semana em outubro e novembro. “Prevíamos alcançar cerca de 135 mil visitantes até 10 de janeiro, a data de encerramento da exposição”, refere Rafael Giménez, mas os números foram superados: 138 mil visitantes.