Paco Quereda: Agora Málaga tem nome na meetings industry

20-12-2019

O diretor do Convention Bureau de Málaga esteve em Portugal, e explicou a estratégia da cidade para a meetings industry

Podia partilhar connosco aquela que é a estratégia do Convention Bureau de Málaga?

Para os próximos anos, alteramos um pouco os nossos objetivos. Como já estamos estabelecidos como um destino de topo em Espanha para congressos nacionais, agora queremos crescer no ranking da ICCA, que contempla os congressos internacionais, que rodam por mais de três cidades. O nosso foco é trabalhar a base de dados da ICCA e tentar captar o máximo de eventos, mesmo os de tamanho médio, até porque Málaga tem uma ocupação alta em termos de hotéis, e às vezes não é fácil trazer os congressos maiores, de mais de duas mil pessoas. Portanto estamos mais focados nos eventos de média dimensão, europeus e ibero‑americanos. O segundo objetivo é trabalhar de forma mais próxima com os embaixadores locais, os profissionais nas universidades, nos hospitais, nos parques tecnológicos, nas empresas, e apoiá‑los.

Sendo de uma cidade, uma região, que está muito conotada com o turismo de sol e mar, quais são os desafios para se implantarem como um player importante no setor MI?

Levou tempo. Quando comecei, em 2006, o centro de congressos tinha apenas três anos, a região era Costa do Sol – Malaga ‑ agora é Malaga – Costa do Sol ‑, era complicado porque a percepção do organizador era de que eu estava a falar de Marbelha, Torremolinos, da praia, do sol, do golfe. E eu tinha que reforçar que era da cidade de Málaga que estava a falar, um novo destino para eventos, e levou uns anos para que as pessoas entendessem. Málaga tem cultura, monumentos, é um destino de cidade, tem centro de congressos. Agora, depois de 13 anos, Málaga tem nome na meetings industry.

Isso obrigou a fazer muito lobby nas associações internacionais? É uma parte importante do trabalho?

Absolutamente! Estamos na ICCA, no MPI, na SITE e isso deu‑nos a oportunidade de trazer para Málaga em 2008 e 2010 os eventos europeus da SITE e a EMEC do MPI. Isso fez recair em nós muita atenção. Foi um grande investimento, partilhado por algumas instituições. Mas fez com que as pessoas‑chave da indústria conhecessem Málaga e começassem a falar do destino. Isso encurtou o caminho da afirmação.

Em que tipo de eventos estão a apostar neste momento? De que indústrias ou áreas?

Estamos a apostar nos eventos associativos nacionais e internacionais; nos corporate, uma vez que cada vez mais empresas têm‑se fixado em Málaga; feiras. Em termos de indústrias, destaque para a tecnologia, temos que aproveitar que estas empresas estão no destino e porque não criar eventos próprios e atrair pessoas de todo o mundo.