Pensar e agir coletivamente

06-08-2019

A mais recente edição dos nossos Pequenos‑Almoços Debates decorreu no Porto Palácio Hotel Congress & Spa, em Julho, tendo na ementa “Turismo em alta: impacto no setor de eventos e congressos”.

À mesa, os comensais Aníbal Rocha, diretor comercial e operacional da Super Bock Arena / Pavilhão Rosa Mota, António Gouveia Santos, diretor do Centro de Congressos da Alfândega do Porto, Diana Jorge Marques, coordenadora de eventos do Porto Palácio Hotel Congress & Spa, Pedro Cardoso, CEO da The House of Events, Rui Pedro Gonçalves, diretor executivo da Associação de Turismo do Porto e Norte, e elementos da equipa da Event Point.

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Diana Jorge Marques

O tema que nos reúne neste dia está mais ou menos presente em todas as conversas de bastidores sobre o setor. É unânime na mesa que um turismo pujante e em crescimento é fantástico para a cidade do Porto, para o país, para a economia de um modo geral. A reabilitação urbana de diversas zonas da cidade foi um dos benefícios produzidos mais visíveis, algo que muito fazia falta à cidade. A oferta de alojamento cresceu, bem como as atividades turísticas conexas. O Super Bock Arena / Pavilhão Rosa Mota está praticamente a abrir, e Vila Nova de Gaia vai ter um Centro de Congressos nos próximos anos, em plena Avenida da República. A Invicta está vibrante, dinâmica, mais moderna e há uma clara oportunidade para apostar em áreas de lançamento de produto, de natureza, mais trendy e fashion, dado o notório apelo que o Porto tem neste momento nos mais diversos mercados geográficos.

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Rui Pedro Gonçalves

O aeroporto do Porto tem sido um equipamento absolutamente vital para o desenvolvimento da cidade e da região. O trabalho dos privados, do público, da Associação de Turismo do Porto e Norte faz com que o Porto ocupe neste momento um lugar de relevo no ranking da ICCA: 32ª posição a nível mundial, num universo de 1835 cidades avaliadas, e o 20º lugar na Europa, que inclui 844 cidades.


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António Gouveia Santos

Mas o crescimento gera naturalmente algum conflito e necessidade de adaptação. Com o aumento do turismo veio o aumento dos preços. O Porto está a ficar menos competitivo [no que toca ao preço] na geometria do turismo de negócios, acreditam uns, outros sublinham que é uma oportunidade para pugnar por outro posicionamento, mais premium e exclusivo. O cliente do Porto já não o vê como um destino mediano, aliás. Depois há a questão da mobilidade, um problema indisfarçável para quem vive e trabalha no Porto. Nos incentivos a falta de soluções em termos de mobilidade está a ter um efeito perverso, dada a dificuldade de locomover grupos de um lado para o outro. E há igualmente a questão do estacionamento, especialmente complicado em algumas zonas da cidade.


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Aníbal Rocha

O apelo é que se aproveite este momento para pensar estrategicamente, e coletivamente, o futuro do turismo, e em particular do turismo de negócios. Funcionar em circuito fechado não tem aparentemente grandes vantagens, e há que envolver os políticos e todas as forças vivas da região nestas discussões. Algumas ideias: dispersar os investimentos para outras áreas da cidade e da região; estender o interesse turístico a outros territórios; criar um calendário de eventos centralizado para cada qual saber com o que conta e para que, a título de exemplo, não haja uma corrida no mesmo dia de um grande congresso; estudar o impacto do setor na economia da região; e finalmente pensar de modo estratégico nos eventos que interessa captar para a cidade.

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Pedro Cardoso



Cláudia Coutinho de Sousa