Política pode afastar eventos dos Estados Unidos, prevê a GBTA

22-05-2017

A Global Business Travel Association prevê a perda de milhões de dólares em gastos relacionados com viagens de negócios.

O Brexit e medidas políticas como o ‘travel ban’ ou o ‘laptop ban’ podem interferir com o sector dos eventos nos Estados Unidos, levando as empresas a realizar os seus eventos noutros países, de acordo com as previsões da Global Business Travel Association (GBTA). Um artigo publicado na International Meetings Review indica que a GBTA prevê, este ano, a perda de 1,3 mil milhões de dólares em gastos totais relacionados com viagens de negócios para os Estados Unidos.

A verba em causa inclui gastos em hotelaria, restauração, aluguer de carros e compras, sendo que os viajantes de negócios da Europa e do Médio Oriente representam 250 milhões de dólares. A GBTA usou os dados da emissão de bilhetes no primeiro trimestre da Airlines Reporting Corporation (ARC), que estão disponíveis ao público.

A GBTA mostra-se preocupada com o impacto que a incerteza pode ter, a longo prazo, no sector das viagens de negócios, já que as empresas começam a escolher outros destinos para acolher as suas reuniões e eventos. De acordo com a associação, e tendo em conta uma pesquisa anterior, 45% dos seus membros indicaram que a sua empresa está menos disposta a planear futuros eventos nos Estados Unidos, devido a medidas políticas, como a ‘travel ban’. E tudo isso pode levar não só à perda de milhões de dólares, como ao desemprego, a salários em atraso ou a impostos perdidos.

“Enquanto aguardamos o veredicto de uma possível expansão das ‘proibições electrónicas’, temos outro factor de incerteza”, refere a GBTA no blogue onde publicou o estudo. “Sendo certamente diferente da ‘travel ban’, não há dúvida que a ‘electronics ban’ é baseada numa clara ameaça de segurança; é o impacto das políticas anti-viagem que deixam a percepção para muitos de que os Estados Unidos estão fechados para os negócios. É escusado dizer que a GBTA apoia fortemente todos os esforços de manter os nossos céus seguros, mas encorajamos a TSA a procurar opções alternativas para reduzir o risco de terrorismo”, afirma a GBTA.