Xangai, cidade que vibra e faz vibrar
21-08-2017
E são muitos os que para lá se deslocam em negócios. É que, além de todas as suas atracções turísticas, Xangai é o centro de negócios da China – é lá que 200 empresas têm o seu “quartel‑general”; é a cidade que acolhe 40 por cento do total dos eventos realizados no país; é lá que a modernidade encontra a tradição e os costumes de outras épocas. Uma cidade que vibra e faz vibrar, portanto!
Se o dia estiver bom – sem nevoeiro, chuva ou poluição – é possível ver, na zona financeira de Pudong, o conjunto de arranha‑céus que moldam uma das skylines mais famosas do planeta. A Oriental Pearl TV Tower, a Jinmao Tower, o Shanghai World Financial Center são alguns dos edifícios que se juntam ao segundo mais alto do mundo (depois do Burj Khalifa, no Dubai): a Shanghai Tower. São 632 metros de altura, 128 andares e uma vista que merece um olhar – se o clima o permitir.
E esta é a vista do The Bund, que se encontra do outro lado do rio Huangpu, e para onde se desviam os turistas. Faça chuva ou faça sol, seja dia ou noite, é inevitável fazer disparar as máquinas fotográficas. E é espantoso como mesmo em frente a estes símbolos de modernidade encontram‑se outros, já com décadas de história. Do passeio pedonal fazem‑se ver o Banco de Desenvolvimento de Xangai, o antigo Banco de Taiwan, o edifício do North China Daily News, o Fairmont Peace Hotel, o Banco da China, entre outros edifícios que integram o património arquitectónico da cidade.
Bem perto encontra‑se Nanjing Road, a enorme rua dos néones, da tentação das compras (o paraíso para quem não dispensa comprar ‘qualquer coisinha’), dos restaurantes, das lojas, dos teatros, da agitação – especialmente nocturna, também graças às luzes que a anima, fazendo lembrar o cinema e os cenários orientais que nos transportaram em imaginários de tantos filmes.
“Where Old Meets New”
Xangai é cidade grande e cheia de grandes edifícios. Embora não tão glamorosos como os dedicados aos negócios, altos prédios de habitação vão‑se espalhando pela cidade. E viadutos, muitos. Os carros circulam também por vias “aéreas” e só assim poderia ser, já que habitam na cidade mais de 20 milhões de pessoas. Sim. Isso tudo! O que acaba por ser contraditório com uma certa calma e tranquilidade que na realidade se sente em várias zonas da cidade.
Bem, mas não são só arranha‑céus que lá existem. Em várias zonas encontram‑se casas típicas. E até é possível conhecê‑las por dentro, saber como viviam as famílias antigamente, conhecer alguns dos seus hábitos... Na French Concession, uma zona com lojas, restaurantes e bares, encontra‑se o Open House – Shikumen Wulixiang Museum, onde é possível ver como tantas famílias partilhavam o mesmo tecto, vivendo em comunidade. E se há hoje mais incentivos à natalidade, antes não era assim, pelo que (apesar da falta de privacidade) havia uma sensação de conforto familiar nessa partilha de espaço.
Mas há mais para ver: os Yu Gardens Bazaar – que, embora mais ou menos recentes, mantêm o estilo antigo, com casas tradicionais, lojas, casas de chá, restaurantes e jardins –, o Jade Buddha Temple – o mais famoso dos templos da cidade –, o Museu de Xangai – que tem uma colecção de mais de 120 mil peças, que atravessam dinastias e a história do país –, entre outros espaços. Entre o antigo e o moderno, não faltam opções. Afinal, é a cidade “where old meets new”, ouvimos.Uma Cidade, Um Mundo De Negócios
Os acessos são dignos de uma das maiores cidades do mundo: dois aeroportos, com ligação a 282 destinos, três estações de comboios principais, 14 linhas de metro. Chegar a Xangai e circular na cidade é, por isso, fácil. A cidade também é segura, as pessoas são simpáticas e tentam ser prestáveis (a língua não é um obstáculo!), e a sinalização principal é bilingue, o que facilita bastante a vida a quem não fala mandarim ou qualquer outro dialecto chinês. Aproveitando o momento deixamos duas dicas: ter as informações mais importantes traduzidas e ter sempre à mão um cartão do hotel onde está instalado – é que, apesar da boa vontade de alguns taxistas, nem todos falam inglês.
Dado ser uma cidade de negócios, Xangai conta com inúmeros locais para eventos, para exposições, conferências e convenções (existem dez ‘exhibition centers’), várias políticas de incentivo e facilidades, como o regime de isenção de vistos, em vigor desde Janeiro de 2016, que permite a um viajante, de um dos 51 países abrangidos, entrar e ficar até ao máximo de 144 horas.
Xangai tem ainda uma oferta muito vasta de hotéis, que incluem mais de 100 mil quartos. A gastronomia é variada e deliciosa e a cidade está apta a acolher o mundo em seus braços. É de ficar de olhos em bico e com um sorriso rasgado nos lábios.
Maria João Leite*
*Viajou a convite da IT&CM China
© Bernd Thaller