“As pessoas abraçaram a presença da cidade” no Nos Primavera Sound

Entrevista

15-06-2022

# tags: Marcas , Ativação de Marca , Festivais , Porto , Nos Primavera Sound

A Câmara Municipal do Porto aumentou a sua presença no Nos Primavera Sound, com uma série de ativações e serviços.

Como habitualmente, a Câmara Municipal do Porto esteve presente no Nos Primavera Sound, mas este ano teve uma participação alargada. Além de serviços como um fraldário ou espaço de amamentação, o espaço Porto. proporcionou brincadeiras para as crianças e promoveu marcas e empresas da região. De acordo com Ricardo Valente, vereador da Economia, Emprego e Empreendedorismo da Câmara Municipal do Porto, o sucesso desta participação vai até fazer repensar o alargamento da marca em próximas edições. Afinal, este é o festival da cidade e as pessoas “abraçaram” o Porto ao longo do evento.

 

Que tipo de ativação é que a Câmara do Porto tem aqui no Nos Primavera Sound?

Nós temos sempre uma participação no Nos Primavera Sound muito ligada aos temas da economia e da cidade como um todo. Este ano resolvemos alargar o âmbito e, na prática, conjugar a qualidade de vida, a ligação da cidade às pessoas e, sobretudo, às famílias. Então resolvemos criar um espaço infantil, que acho que está a ser um sucesso tremendo para as crianças. Criamos também uma zona especial para as mães, porque achávamos que era algo que faltava, um espaço para amamentar e um fraldário para poderem mudar as fraldas às crianças. Depois, temos uma ativação da parte da economia, que está a ser um sucesso tremendo. Temos aqui 17 empresas a apresentarem-se com ofertas de emprego; as pessoas escolhem as empresas em que mais de reveem e deixam os seus dados para depois as empresas as contactarem, o que tem sido um projeto incrível... Estamos a ativar também a nova escola que vai chegar ao Porto, a 42 Porto – um conceito completamente revolucionário de escola, completamente gratuito para pessoas que tenham entre os 18 anos e os 45 anos, com no mínimo o 12º ano, e sem qualquer tipo de horários –, que a Câmara do Porto está a apoiar, do ponto de vista do espaço para a escola funcionar.

Têm também os ‘ritmos’ da cidade…

Temos aqui um conjunto de ecrãs que procuram mostrar aquilo que é o talento da cidade. Temos sete notas, sete músicas, sete vídeos e sete ritmos. Estamos a ligar os ritmos àquilo que são as diferentes vivências da cidade, com uma música original e um vídeo feitos por um compositor e um realizador da cidade, para mostrar aquilo que nós temos de melhor. No fundo, procuramos conjugar a ligação com a cidade do lado da família, ligarmos à economia do ponto de vista das empresas que aterram cá no Porto e depois mostrarmos a todos, a este conjunto enorme de turistas e de estrangeiros que passam aqui pelo Primavera Sound, aquilo que são as valências da cidade.

E têm várias empresas da região aqui representadas.

Estamos a ativar a Taylor’s, com vinho do Porto. Temos os lápis da Viarco [no saco de ofertas]. E temos a Águas do Porto, com a água. Temos aqui a Porto Ambiente com a rota da reciclagem, a educar na separação dos lixos e da reciclagem. Estamos a sentir as pessoas a apropriaram-se do espaço e acho que isso é o mais giro. Porque, no fundo, é isso que é uma cidade e as pessoas apropriam-se da cidade quando ela é confortável e quando ela é boa para viver. Acho que é tremendo. Também acho que é uma zona muito calma; nós procuramos estar suficientemente distantes dos palcos, para que aqui houvesse um ambiente mais cool, mais tranquilo e acho que temos conseguido.

Este é um grande festival que acontece na cidade e a Câmara do Porto marca sempre presença. Qual o posicionamento da marca Porto. relativamente a este festival?

Acho que o festival tem tudo a ver connosco. E há valores que se cruzam completamente. É um festival que cruza a tradição de grandes nomes com a inovação, com novos jovens que vêm cá. Acho que o Nos Primavera Sound tem a capacidade de lançar novos nomes e de conjugar isso com outros de referência… E isso é que é giro. Depois, é um festival que tem este espaço incrível, o Parque da Cidade. E esta lógica de um festival que é muito mais que isso… Acho que é uma fonte de convívio, que todos vimos para aqui e é um ambiente verdadeiramente incrível. Na realidade, acho que não é um festival de música, acho que são três dias de festa, em que a música é o pretexto para as pessoas estarem juntas num espaço tão bonito como é o Parque da Cidade.

E esta é uma edição especial, tendo em conta os dois anos de paragem, por causa da pandemia.

Acho que é o festejar da liberdade, é o podermos estar juntos outra vez e isso é importantíssimo. É um ano de recorde de entradas, é um ano que se sente perfeitamente a forma como as pessoas estão a viver os concertos, a forma como se entregam aos concertos. Acho que voltamos ao normal e isso é, para mim, o fundamental depois de dois anos duros para a cidade e para as pessoas da cidade.

E está a corresponder às expectativas?

Completamente. Acho que superou até as expectativas. É o primeiro ano do novo conceito e isto vai-nos fazer repensar até no alargamento disto, porque as pessoas abraçaram esta presença da cidade aqui, nas suas diferentes componentes. Acho que nós temos, de facto, de aumentar o âmbito de participação no Primavera Sound. Acho que temos de estar ainda mais próximos do Primavera Sound do que o que estamos, porque este é o festival da cidade. Há muitos, mas acho que este é o festival da cidade do Porto, porque tem este espaço e tem os valores que nós comungamos enquanto cidade.

E atrai turismo para a cidade…

Sim. É um festival que traz milhares de noites à cidade. Enfim, as contas estão mais ou menos feitas: 40 milhões de euros em três dias de impacto económico na cidade do Porto, o que é extraordinário do ponto de vista de dormidas, do ponto de vista dos dias em que as pessoas ficam a mais. Aqui, o impacto é na economia local, na restauração, nas lojas de cidade, porque é um festival de três dias e uma parte destas pessoas estão cá os três dias, sobretudo as estrangeiras, como é evidente. E isso é muito importante do ponto de vista da economia local.

© Maria João Leite Redação