Cada um por todos

Opinião

18-08-2022

# tags: Eventos , Turismo de Negócios , Meetings Industry

Editorial de Jorge Vinha da Silva, editor convidado da Event Point nº43.

A minha primeira palavra é de apreço pelo muito que a Event Point tem feito pela indústria dos eventos em Portugal, procurando sempre criar pontes e divulgar o destino, as suas empresas e as muitas competências existentes por parte dos profissionais que nelas atuam. Foi assim com entusiasmo que aceitei colaborar em termos editoriais na edição de julho da revista.

Sou um otimista por natureza pelo que prefiro olhar sempre para o lado positivo, em qualquer situação. Como tal acredito, muito, na cooperação construtiva de todos os stakeholders da indústria dos eventos, sejam privados ou públicos, e no movimento associativo, como a forma correta de promover o destino Portugal e de alavancar a nossa atividade. As minhas sugestões em termos de conteúdo para esta edição vão exatamente neste sentido, como, por exemplo, ouvir as entidades mais representativas a nível nacional (Turismo de Portugal), a associação mais representativa a nível internacional dos eventos associativos (ICCA) ou dar exemplos de parcerias já testadas em outros países, na colaboração entre entidades de turismo. Assim, após dois anos de muitas dificuldades, encontramo-nos agora num período de retoma da atividade, período esse que apesar do grande fulgor do momento, continua com uma “nuvem” de incerteza no horizonte, seja por desconhecermos o que a pandemia possa ainda trazer no próximo inverno, seja pelo agravamento das condições de segurança global, com a guerra na Ucrânia, bem como os seus impactos na economia, onde a falta de mão‑de‑obra e as dificuldades crescentes nas cadeias de abastecimento de matérias primas e produtos provocam um agravamento generalizado dos preços.

Apesar deste contexto, penso que existe uma oportunidade única para continuar a reafirmar Portugal como um destino de excelência, apostando na sustentabilidade e diversidade como fatores diferenciadores e consolidar, assim, o crescimento do nosso país nos rankings internacionais. Lisboa manteve o 2º lugar mundial no ranking da ICCA, posição que já tinha alcançado em 2019, e Portugal o 7º lugar, existindo uma subida generalizada das restantes cidades do país.

Tudo isto é, e terá que ser cada vez mais, fruto dessa atuação concertada, atraindo para o país as grandes conferências associativas, mas também grandes eventos que reforcem a notoriedade e o posicionamento da marca Portugal e de que é exemplo a recente Conferência dos Oceanos das Nações Unidas, Lisboa 2022. Com a participação de 143 países, muitas entidades não governamentais e empresas ligadas à Economia Azul este evento tornou Lisboa, durante uma semana, a capital mundial dos assuntos do mar e do ODS14.

A declaração saída da Conferência de Lisboa será certamente um dos documentos mais importantes ligados à política do mar das últimas décadas e o primeiro a conter medidas práticas para a proteção e conservação dos oceanos a nível global, com um significativo pacote financeiro associado. Não consigo imaginar melhor “push” de reputação para Portugal.

Temos assim todos que perseguir esse esforço conjunto e continuado pela indústria dos eventos e por Portugal!

Atuando em conjunto e de forma concertada conseguiremos alavancar cada passo que damos para beneficio de todos os players do setor, num ciclo virtuoso onde é “cada um por todos”.

Portugal tem o privilégio de ter, conjuntamente com Espanha, um dos nove capítulos da ICCA e é nosso dever coletivo tirar o máximo partido dessa situação pelo que deixo o desafio a todos os operadores nacionais para se juntarem a nós. Enquanto vice-presidente do Capítulo Ibérico continuarei a tentar dar o melhor em prol de Portugal.

Leia aqui edição nº43 da Event Point.

© Jorge Vinha da Silva Opinião

Diretor da Altice Arena
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