Pinhais: “Acreditamos que temos um produto turístico único e cativante”

Entrevista

28-02-2023

# tags: Marcas , Matosinhos , Empresas , Experiências

Entrevista a Patrícia Sousa, diretora de marketing da Pinhais, que à Event Point fez o balanço do primeiro ano de atividade do Conservas Pinhais Factory Tour.

O museu-vivo da Pinhais, que proporciona uma experiência imersiva sobre todas as fases do processo de trabalho na indústria conserveira, foi inaugurado há pouco mais de um ano, em novembro de 2021, em Matosinhos. Desde então já por lá passaram cerca de sete mil pessoas, oriundas de 51 países, como Estados Unidos, França, Alemanha, Espanha, Canadá e Áustria, por exemplo. E o feedback tem sido bastante positivo.

As expectativas para um futuro próximo passam pelo aumento do número de visitantes e por uma maior partilha do legado da indústria conserveira. Os responsáveis da Pinhais acreditam que o produto turístico é “único e cativante”, pelo que há novas iniciativas em desenvolvimento.

O Conservas Pinhais Factory Tour foi inaugurado há pouco mais de um ano. Que balanço fazem do primeiro ano de atividade?

Foi um primeiro ano muito desafiante, com todas as condicionantes que conhecemos, mas, simultaneamente, foi um período fantástico de aprendizagem, onde tivemos a oportunidade de sentir in loco o carinho e feedback de cada um dos visitantes que se tornaram parte da nossa família em todo o mundo.

O projeto tem correspondido às expectativas?

Do ponto de vista da experiência que estamos a proporcionar aos nossos visitantes, sem dúvida! A avaliação que temos através dos surveys que realizámos, a empatia criada com cada família, escola ou parceiro turístico tem sido incrível. O reconhecimento do TripAdvisor ou do New York Times, ou ainda da Comissão da Coordenação e Desenvolvimento da Região Norte (CCDR) quando nos convidou para ser, juntamente com o Mercado do Bolhão, a ‘cara’ da campanha ‘O Sabor é o nosso Norte’, deixa toda a equipa que aqui trabalha extremamente orgulhosa do trabalho que realiza diariamente. Quanto à perspetiva financeira, estamos a começar o nosso caminho, os nossos objetivos estão muito bem definidos e sabemos para onde queremos ir e como lá chegar. Iniciar em época baixa e em plena pandemia não ajudou, mas sabemos que atingiremos os nossos objetivos de número de visitantes de forma a atingir as metas traçadas.

Além das visitas guiadas, foram disponibilizaram outras atividades?

Sim, desenvolvemos o nosso serviço educativo através de oficinas vocacionadas para a inclusão de famílias na nossa experiência, assim como desenvolvemos uma visita à medida para o evento Open House Porto, onde foi possível visitar os bastidores da Pinhais e todos os seus locais emblemáticos. Mas também abrimos as nossas portas gratuitamente em eventos de Open Day: por um lado, aos munícipes no feriado do Senhor de Matosinhos ou no nosso primeiro aniversário; por outro lado, às escolas, de forma a divulgar à comunidade escolar matosinhense os nossos serviços; e, por fim, aos nossos parceiros atuais e potenciais. Estas foram algumas das iniciativas entre muitas outras, como a celebração do Dia Internacional da Sardinha, com a apresentação por parte de uma das nossas colaboradoras do seu famoso arroz de sardinha. 

Há outras atividades ou projetos relacionados em vista para um futuro próximo?

Sim, sem dúvida que teremos. A primeira iniciou-se em fevereiro com o lançamento da primeira exposição temporária ‘O Mundo das Conservas Pinhais visto pelas Crianças’. Pretendemos desenvolver também workshops temáticos, onde iremos surpreender os nossos visitantes com a versatilidade das conservas, através de fantásticas especialidades feitas à base deste ingrediente tão nobre.

Neste primeiro ano receberam cerca de sete mil visitantes, oriundos de 51 países. Como é que se deram a conhecer aos diferentes mercados? E qual a estratégia futura?

A promoção do Museu-Vivo da Pinhais assentou muito na promoção de parcerias com os operadores do setor, assim como incluiu investimentos offline e online, vocacionados, por um lado, para o público internacional desde a fase em que planeia a visita ao nosso país até aterrar no Porto, com recursos ao marketing digital, distribuição de folhetos em locais de elevado tráfego, entre outros. Como para comunicar com o público nacional, utilizámos os meios offline, como, por exemplo, ter um tuk tuk em Matosinhos para trazer os munícipes ao nosso Museu-Vivo Conservas Pinhais Factory Tour. Mas a verdade é que, quando perguntamos aos nossos clientes como chegaram até nós, dois são os fatores que mais se destacam: o artigo sobre o nosso museu no The New York Times e o passa-palavra. Os reviews e a recomendação de quem nos visita foi e continuará a ser o foco do nosso investimento.

Recebem mais visitantes individuais ou grupos?

70% dos nossos visitantes são individuais, mas gradualmente este cenário tem vindo a alterar-se, com a inclusão de parceiros de operadores turísticos e das escolas.

Como tem sido o feedback dos visitantes?

O feedback tem sido incrível. 10% dos visitantes respondeu ao nosso questionário, em que pedimos para partilhar a sua experiência. O valor médio da avaliação desde que abrimos portas é de 4,96 de 1 a 5 estrelas. Ler o feedback é extraordinário e uma validação que estamos no bom caminho. O mesmo sucede com os reviews no TripAdvisor, que ao final do primeiro ano nos concedeu o título de ‘Travellers’ Choice’, por consistentemente termos uma avaliação de 5 estrelas. Lá poderão encontrar comentários como este “Conserveira-museu, recomendo!”; “Visita muito bem conseguida, bem estruturada, funcionária muito simpática e cativante.”; “A não perder a degustação no final e uma visita à Can-tin cafe!”. Em breve lançaremos o livro de honra para podermos orgulhosamente partilhar este feedback.

Que expectativas têm para o futuro?

A principal expectativa é, sem dúvida, o aumento do número dos visitantes. Acreditamos que temos um produto turístico único e cativante, que ativa os nossos cinco sentidos numa experiência verdadeiramente imersiva, apelativo dos mais pequenos até aos mais velhos. Somos uma família com um desejo grande de partilhar o legado desta indústria tão relevante para Portugal e que acredita vir a ser um dos landmarks da região norte a breve prazo.

© Maria João Leite Redação